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Power Rangers: O Filme (SNES), direto do cinema para os 16 bits

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Os seriados Super Sentai (grupos de 5 ou 6 heróis mascarados, exatamente como os Power Rangers) sempre tiveram espaço cativo na televisão brasileira. Desde a década de 1980, quando a saudosa TV Manchete transmitiu o Esquadrão Relâmpago Changeman, nós tivemos alguns outros programas do gênero pipocando, principalmente na TV aberta. A própria Manchete mesmo, exibiu ainda Flashman e Maskman, mais ou menos na mesma época de Changeman.

Já na década de 90, os norte-americanos abriram os olhos e perceberam que esses seriados poderiam ser uma verdadeira mina de ouro, já que envolviam custos baixos de produção e tinham grande aceitação entre a molecada. Compraram os direitos de exibição de um Super Sentai japonês (Kyoryu Sentai Zyuranger), trocaram os atores das cenas sem batalhas por personagens ocidentais e pronto: nasciam os Mighty Morphin Power Rangers!

Jogo baseado no filme

Mighty Morphin Power Rangers: The Movie é um beat ‘em up no estilo de Final Fight e Streets of Rage, mas com uma jogabilidade diferente.

O título é baseado no filme lançado em 1995, quando os Rangers enfrentaram o vilão Ivan Ooze. Essa foi a estreia da série nas telonas, reproduzindo todos os elementos do seriado em um formato mais longo. Aliás, a franquia está para voltar aos cinemas ainda em 2017, mas com um visual repaginado e que pouco lembra a versão original.

Vale frisar também que nesse jogo estão os personagens da segunda temporada da série, quando o elenco sofreu algumas baixas que obrigaram a trocar metade dos rangers. Sendo assim, nada de Jason, Trini e Zack!

O jogo foi lançado para Super Nintendo, Mega Drive, Game Boy e Game Gear, mas ao contrário do que se pode imaginar, as versões divergem umas das outras como a água e o vinho. Na versão de Mega, por exemplo, podemos lutar usando os Megazords, além de rolarem alguns eventos comuns à série, enquanto a versão de Snes se limita a narrar os eventos do filme. Esse Retro Review trata exclusivamente da versão de Super Nintendo, que acabou mais famosa, principalmente nas locadoras de videogame.

Ao todo temos seis personagens disponíveis, sendo eles Adam, Aisha, Tommy, Billy, Kimberly e Rocky, respectivamente os rangers Preto, Amarelo, Branco, Azul, Rosa e Vermelho.

O jogo é dividido em sete fases de duração média e que se passa em mais de um ambiente, como se fossem pequenas seções. A primeira fase, por exemplo, começa em uma rua comercial, passa por dentro de um supermercado e vai parar em uma espécie de estação aérea.

No geral o jogo agrada, principalmente se a série fez parte da sua infância. É claro que os consoles de 16 bits receberam beat ‘em ups muito mais competentes e melhor acabados, mas isso não quer dizer que Power Rangers seja um jogo ruim. Na verdade, jogando a dois, até dá pra se divertir, principalmente depois que você perde alguns continues e aprende alguns macetes das fases e dos inimigos. Mas nós vamos chegar lá! Primeiro, vamos falar das mecânicas e por que ele é um beat ‘em up diferente.

Power Rangers têm a força!

Diferente da maioria dos jogos do gênero, em Power Rangers você se move apenas para frente e para trás. Para subir ou descer, você deve mudar de plano apertando os botões L ou R do controle. Lembra das lutas de Fatal Fury, que também rolavam no fundo ou na frente do cenário? Então, é nesse mesmo esquema.

Se por um lado esse é um aspecto limitador e engessa o seu personagem no cenário, até que a Bandai soube se virar bem com isso. Em alguns momentos o jogo exige saltos precisos para evitar buracos e escapar de bolas de fogo ou de inimigos, como se estivéssemos em um jogo de plataforma.

Outra mão na roda que veio com esse sistema de dois planos, é que podemos nos concentrar em acabar com os inimigos de maneira ordernada, primeiro eliminando os de um lado, e depois os do outro. Eles até saltam entre uma parte e outra da tela, mas no geral são lentos e repetitivos. Dá pra fugir numa boa!

Ainda falando dos inimigos, em boa parte do tempo vamos enfrentar apenas aqueles capangas feitos de massa e que só serviam para apanhar na série. Eles mudam a cor da luva e da bota (indicando quantos hits devem sofrer antes de morrer), mas os padrões de ataque e movimentação são quase sempre os mesmos. Por um lado, isso é bastante fiel ao que acontecia na série. Por outro, acaba sendo meio massante.

Ao derrotar os capangas ao longo da fase, você pode ir coletando pequenos raios que ajudam a encher a sua barra de Power. Quando ela estiver totalmente completa, chega o aguardado momento da Hora de Morfar! Aumento de velocidade e força, a mudança completa do sprite do personagem e a possibilidade de usar um ataque especial e varrer todos os inimigos da tela, de uma só vez.

Para recuperar o seu HP, você encontra hamburgueres no chão, como em todo bom beat ‘em up que se preze! Aliás, você também pode coletar raios maiores, que ajudam a encher mais rápido a barra de Power.

Com exceção do chefe final, nenhum dos outros bosses é conhecido o suficiente para evocar uma grande batalha. Por se tratar de um jogo inspirado no filme lançado para o cinema, provavelmente evitaram a aparição de Rita Repulsa ou do Lord Zedd. Se tivessem feito como a versão do jogo lançada para o Mega Drive, talvez tivessem conseguido atingir um público maior.

Vale jogar hoje em dia?

Um dos pontos altos do jogo é a parte gráfica, a começar pelas fases. Dividir o jogo em diversos ambientes ajuda a deixá-lo mais dinâmico e interessante, além de dar destaque para a parte visual do jogo. Cidade, mar, neve, shopping center, fábrica, trem… Há uma variedade grande de cenários, todos bem representados e ricos em detalhes.

Os personagens até que são bem desenhados, com os rostos bastante fieis em suas versões pixeladas que aparecem na hora de morfar. Durante o jogo, achei que o Billy estava meio gordinho demais, bem diferente da série. Aliás, ser gordo ou magro aqui não faz diferença nenhuma, já que o “fortinho” Billy e a magérrima Kimberly se movimentam com a mesma velocidade pelo cenário.

As fases são criativas e têm um nível de dificuldade que vaga entre o médio e o difícil, quase que te obrigando a jogar de dois para conseguir chegar no final do jogo. Os ambientes são bastante variados e exigem a atenção do jogador.

Já a trilha sonora acaba deixando um pouco a desejar. São boas músicas, mas muito curtas e que acabam se repetindo muitas e muitas vezes em uma mesma fase. “Ah, mas isso acontece em vários outros jogos!”, você pode dizer. Mas o problema é que, além de tudo, as músicas também não são aquele primor.

Um ponto da mecânica do jogo que me agrada bastante é que você pode trocar de personagem ao fim de cada fase. Mesmo que eles tenham jogabilidade bastante parecidas, dar uma variada ajuda a renovar o ânimo para encarar a aventura até o final. Principalmente se o seu player 2 também for fã do mesmo ranger que você, aí dá pra ir revezando!

Considerações finais

Mighty Morphin Power Rangers: The Movie é um jogo divertido, mas passa longe de ser um dos títulos mais influentes do gênero. Se você for fã de carteirinha da série, ou tiver pelo menos um conhecimento mínimo sobre os Super Sentais americanos, vá lá, vale dar uma chance e se divertir a dois. Agora, se você não faz a menor ideia de quem são os personagens e quer uma aventura de beat ‘em up mais elaborada, aí é melhor deixar que outra pessoa salve a Alameda dos Anjos.

Vídeo

Power Rangers – Movie: Longplay – Fonte: World of Longplays

Dica

Comece o jogo já morfado

Na tela inicial, digite: Cima, Baixo, Esquerda, Direita, X, B, Y e A.


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Eidy Tasaka

Redator e diagramador freelancer, apaixonado por jogos e revistas antigas, incentivado por um pai que sempre nutriu os mesmos vícios. Fã de RPGs japoneses e jogos de plataforma, divide seu tempo entre o Jogo Véio e as poucas horas de sono que possui.

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