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Brasil Game Show 2016: Uma ode aos videogames, novos e antigos

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Ufa! Passados cinco longos dias de Brasil Game Show 2016, finalmente encontrei uma pausa para respirar e recuperar o fôlego. Foram jornadas pra lá de intensas, com muita correria e doses poderosas de emoção e nostalgia!

Eu estava lá com a galera da Revista WarpZone, explicando e apresentando o nosso projeto a todos que se aproximavam do nosso já saudoso stand B16, bem na beiradinha da feira. Claro, entre um discurso e outro, eu também tentei me aventurar como vendedor, mas sem muito sucesso. [se você teve o azar de ser atendido por mim, peço mil desculpas e prometo melhorar para o ano que vem!]

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Como se fosse a primeira vez

Apesar de não ser um marinheiro de primeira viagem no evento, devo confessar que só dessa vez eu consegui aproveitar a BGS da maneira que eu queria: um pouquinho de backstage, um pouquinho de tietagem e quase nada de controle na mão. Não que os jogos não fossem bons, e inclusive alguns títulos eu tive que deixar passar porque as filas eram implacáveis. Mas um evento desse porte, aqui no Brasil, não pode servir “só” pra jogar. Se você saiu da sua casa, pagou o ingresso e teve a pachorra de se limitar a apertar botões, meus parabéns: você perdeu o evento e podia ter feito isso em casa!

Entenda, essa é uma oportunidade única e que só acontece uma vez por ano. É pra andar, é pra abordar o cara da camiseta legal, é pra vibrar com as atrações e, claro, confraternizar com a galera e se dar ao prazer de conhecer pessoas novas!

Em algum momento da minha vida eu caí no erro de tentar comparar a BGS à E3, mas aí eu entendi que eu estava fazendo tudo errado. A E3 é um puta de um evento, e é lá que a magia acontece, mas esse é um local para novidades, para descobrir o que vem por aí. Pra começo de conversa, as coisas nos Estados Unidos são bem mais generosas com o público gamer que aqui, abaixo da linha do Equador. Sendo assim, a BGS não serve apenas para apresentar as novidades ao público brasileiro (e que na verdade eram até meio requentadas da própria E3, que rolou em julho), como também se presta ao papel de preencher uma carência gigantesca que nós temos.

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Faltam eventos desse tipo, que aproximem os ídolos dos fãs, os jogadores uns dos outros e as empresas do seu público consumidor, sua força motriz. Tirar uma foto que seja ao lado de uma pessoa que você admira, aprender e apreender um pedacinho a mais de um universo apaixonante o bastante pra te levar do riso ao choro em questão de segundos. Eu, homem feito, trinta anos na cara (nem sou tão véio assim, confesso), com tremedeira nas pernas porque ía tirar uma foto ao lado do Matthew Shirts (O Chefe, para os íntimos), ou porque estava trocando uma ideia com Claudio Balbino e Ivan Battesini, respectivamente os editores das revistas Ultra Jovem e Gamers, a essência da minha infância e a de tantos outros caras que tiveram as mesmas reações, com os mesmos faniquitos e dilemas. Crianças, adultos, homens e mulheres, era impossível sair dali sem levar ao menos uma flechada de emoção, só por estar a alguns metros de distância daquele seu ídolo, do presente ou do passado. Para a molecada dos anos 2000, os youtubers; para a galera old school, os redatores, editores e pilotos (eu ADORO esse termo) das revistas antigas. Ah, e tinha mais gente legal por lá! Assessores de imprensa, jornalistas, podcasters, cosplayers, amigos… gamers! Uns mais chegados e que a gente xinga de alegria ao rever, outros que dão rosto às janelinhas de chat da internet, e em minutos já são grandes parceiros de infância.

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Paulo Montoia (Editor da Ação Games) e eu
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Minha cara de bobo vendo o Matthew Shirts (Chefe) assinar a revista

Evoluir é preciso

Mesmo um evento desse porte também está sujeito a problemas, o que é plenamente natural e aceitável. Num âmbito geral tudo correu de maneira perfeita, mas o novo local (São Paulo Expo) é bem menos acessível que o Center Norte, quase no coração da capital paulistana. Ganhamos no espaço, mas a viagem acabou um pouquinho mais longa para boa parte dos visitantes. O lado bom é que agora o evento acontece perto do aeroporto de Congonhas, facilitando a vida da galera que vem de outros estados.

Ainda sobre o local do evento, o entorno parece ter sido reformado recentemente e foi um pouco caótico de se encontrar no meio de tantas voltas, gerando congestionamento na entrada e saída do pavilhão do evento, principalmente nos horários de pico. Sendo assim, fica a experiência para a próxima: o metrô + ônibus do evento é uma opção mais atraente e barata, ou então você precisa se contentar em estacionar o seu carro nas ruas do bairro do outro lado da rodovia e seguir o resto do trajeto a pé.

Dentro do evento, é notória a diferença de espaço e estrutura, principalmente com relação aos banheiros e locais para comer. No dia de imprensa eu tive uma experiência ruim com um dos food trucks, mas que parece ter sido sanada para o restante do evento (não tem batata, não tem barbecue, não tem cardápio, e ainda acharam que eu já havia sido atendido, quando na verdade eu estava ali parado há 15 minutos aguardando um mísero lanche). Acabei comendo no mesmo lugar em um outro momento e tudo correu bem.

São críticas pontuais, mas que eu tenho certeza que já estão sendo trabalhadas para o ano que vem. Esse é um dos pontos mais fortes da BGS: a evolução é constante e a gente sente isso com o passar dos anos. Quem lembra de como o evento era no começo, quando ainda era no Rio de Janeiro, que o diga.

A melhor atração foi…?

Minha impressão, e que muitos outros presentes compartilharam, é que a safra de jogos foi meio escassa. Tinha coisas legais, mas a presença do VR foi bem tímida, além de alguns jogos que nem eram tão novidade assim, ou até mesmo demos que já estavam disponíveis para download, sem acrescentar nada de novo para o jogador que pudesse compensar o valor do ingresso.

De qualquer forma, foi o que eu disse no começo do texto: se você se dispôs a ir até o evento só pra experimentar os jogos novos, você perdeu uma oportunidade única de se conectar com outras pessoas que nutrem a mesma paixão pelos jogos que você. Vai por mim: curtir a BGS com uma galera é muito mais divertido, além de dar aquela dose extra de coragem pra abordar aquele camarada que você admira, mas que nunca teve coragem de chegar junto. Sobre isso, eu tive minhas vitórias e derrotas, mas o saldo foi positivo: no sábado eu consegui conversar com o pessoal do 99 Vidas (podcast que adoro) e eles foram super receptivos, exatamente como eu imaginava que seriam. Também consegui tirar uma foto com o Jovem Nerd e o Azaghal, já no apagar das luzes, fora do evento, mas ainda nas cercanias. E foi duro tomar coragem, viu? Sobre as derrotas, bem… eu queria ter abordado alguns rostos conhecidos, ‘amigos’ ainda não sacramentados. Fica pra próxima!

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Como tudo que é bom na vida, a BGS teve início, meio e fim. Outra, só daqui a um ano, e com certeza será muito maior e melhor, como já é de praxe. Uma roncada no banco do metrô, um aperto de mão por parte de um leitor que reconhece o seu trabalho, um abraço apertado no amigo que mora do outro lado do país… Jogar videogame não é mais o ato de se sentar diante da TV e apertar botões freneticamente. Tem muita gente boa dando duro nos bastidores, em cada stand e milímetro quadrado de evento, tudo pra que a sua experiência seja inesquecível e duradoura.

Nesse show de luzes e sons em meio a um mundo de magia, não tenha dúvidas: a maior atração foi receber você.


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Equipe WarpZone, da esquerda para a direita:

Em pé: Eidy Tasaka *eu*; Ricardo Babachinas; Claudio Balbino; Nando Bastos; Ivan Battesini; Matthew Shirts; Eduardo Suhanko; Denis Bortolaço; David Vieira; Gabriel Leles e Jaime Ninice;

Agachados: Ricardo Ronda; Italo Chianca; Rafael Marques; Cleber Marques e Nilton Sabat.


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Eidy Tasaka

Eidy Tasaka

Redator e diagramador freelancer, apaixonado por jogos e revistas antigas, incentivado por um pai que sempre nutriu os mesmos vícios. Fã de RPGs japoneses e jogos de plataforma, divide seu tempo entre o Jogo Véio e as poucas horas de sono que possui.

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