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Cormano, o caçador de recompensas mais adorado do velho oeste

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No tempo em que precisávamos comprar fichas e alugar fitas, alguns heróis marcaram época com suas façanhas inigualáveis, feitos monumentais, jornadas épicas e, em alguns casos raros, simplesmente pelo seu estilo único, como é o caso de Cormano, o caçador de recompensas mais famoso do Oeste pixelado.

Reza a lenda

Quando o Oeste americano era repleto apenas de cobras, escorpiões e cães da pradaria, alguns dos maiores foras-da-lei faziam a festa, atormentando vilas e levando uma vida de luxo às custas das pessoas. Mas, a tranquilidade dessa turminha sempre estava ameaçada quando os Sunset Riders entravam em ação.

Formados por Steve, Billy, Bob e Cormano, os Sunset Riders eram caçadores de recompensa que rodavam o Velho Oeste em busca de missões que os pagassem bem, seja qual fosse. E, entre os melhores pagamentos, estava justamente a caça aos bandidos mais procurados da América.

Conhecidos por onde passavam por suas façanhas inigualáveis, cada um dos quatro já era, por si só, uma lenda. Mas, desse famoso quarteto, um conseguia ainda mais brilho, principalmente pelo seu jeito, digamos, exótico de se vestir e atuar. Ele é, claro, Cormano.

Cormaninho das massas

Natural do México, Cormano Wild, como é conhecido, é o mais famoso dos Riders. O motivo? É difícil de explicar, mas talvez seja o carisma. De olhos violeta, cabelos e barba castanhos, sorriso cafajeste, botinas azuis, capa rosada e um nada discreto sombreiro rosa-choque, é difícil não notar esse sujeito num cenário quase sem vida como o do velho Oeste.

Ele reluz entre o marrom das casas de madeira e ao opaco da areia quando passa em seu cavalo vermelho como o sol, que adormece no horizonte.

Além do apelo visual, Cormano também se destaca pelas suas preferências e características únicas. Por exemplo, sua comida favorita é um bom bife assado, de preferência na brasa e acompanhado, acredite, de leite. Pois é, a bebida favorita de Cormano é uma boa dose de leite puro — direto da teta, se puder.

A escolha pode ter duplo significado, é verdade. Por um lado, pode ser para não dar um exemplo ruim para os seus fãs mais jovens; por outro, pode ser a bebida do começo das missões. Depois, com a missão cumprida, é cachaça e curtição.

Por fim, sua palavra favorita é coragem, nada mais adequado para um homem que vive de encarar os “cabras” mais “malacabados” e poderosos do antigo Oeste, com a sua boa e velha espingarda de tiros lentos e rosados.

O carrasco

Todo grande herói precisa de um vilão à altura para poder ser lembrado pelos confrontos. No caso de Cormano não é diferente, seu maior rival é o também mexicano El Greco.

Metido a “bombadão”, vestindo roupas coladas para destacar o físico, capa rosa, sombreiro vermelho e, usando como armas, uma poderosa união entre escudo de aço e chicote, El Greco costuma provocar seu oponente com a famosa frase “adios, amigo”.

Possivelmente, essa dupla se conhece desde os primeiros “rachas” pelo México, quando os dois disputavam quem quebrava mais garrafas de vidrocom tiros de “espingarda de soca”. De lá para cá, a rivalidade só cresceu, até chegar ao confronto derradeiro entre os dois, em um trem em alta velocidade.

Após o duelo mortal, Cormano simplesmente pega o sombreiro do velho rival para seguir o resto da jornada pelo Velho Oeste com uma singela lembrança daquele que tanto o provocou e que, provavelmente, fez dele um grande atirador depois de anos de rivalidade.

Curta trajetória

A jornada de Cormano pelo Velho Oeste quadriculado, infelizmente, foi bastante curta. A sua estréia foi em 1991 no jogo Sunset Riders, para os arcades. Desenvolvido pela Konami, o título rapidamente se destacou pela qualidade técnica, a possibilidade de multiplayer para quatro jogadores, os tiroteios frenéticos e, porque não dizer, pela presença de Cormano e todo o seu charme mexicano.

O protagonista que enchia a tela com tiros, corria a cavalo como poucos, mostrava destreza no manuseio da espingarda e sabia o momento certo de curtir os prazeres da vida, chamava a atenção de qualquer um que encarasse o game. Na fase contra os Smith Bros, por exemplo, ele joga tudo para o ar e vai curtir as lindas dançarinas do salão depois de matar seus inimigos.

Depois dos fliperamas, Cormano chegou aos consoles da geração 16-bit, nos ports de Sunset Riders para Mega Drive, em 1992, e Super Nintendo, em 1993. Porém, desde sua participação na lendária guerra dos consoles, nunca mais o caçador de recompensas foi visto com a sua capa rosa-choque pelos consoles.

Eterno herói

A sua ausência em novos jogos, porém, não significa que foi esquecido por aqueles que acompanharam sua história. Cormano é presença constante em lindas fanarts e vídeos de paródias pela internet. Embora a Konami não o traga de volta, nós, os fãs, sempre cuidaremos para que a sua lenda seja eterna.

Ps.: Se você também acredita que Cormano é uma das maiores mascotes dos videogames, então ouça esse podcast e faça parte do “TeamItalo” na defesa pelo verdadeiro símbolo dos jogos eletrônicos.

Revisão: Rafael Belmonte

Vídeo “Um pistoleiro chamado Cormano”: 16 bits da Depressão


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Ítalo Chianca

Gamer que cresceu jogando com seus irmãos, lendo revistas sobre games e frequentando as antigas locadoras de videogame, hoje divide o seu tempo livre entre as jogatinas e os textos sobre games que costuma publicar no Jogo Véio e nos seus próprios livros (Videogame Locadora, Os videogames e eu, Papo de Locadora, Game Chronicles e Gamer).

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