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A promessa de um 64-bit animal

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Em 1992, a famosa Guerra dos Consoles entre Nintendo e Sega estava apenas começando. Contudo, um novo e poderosíssimo videogame prometia revolucionar o mercado, marcando, de cara, o retorno de uma velha gigante do entretenimento virtual. Pelo menos era isso que noticiava as revistas de videogame da época. Vamos relembrar?

Nova geração

Era fevereiro de 1992 quando a revista Ação Games #10 chegou às bancas brasileiras trazendo Luke Skywalker e Darth Vader na capa. A edição celebrava o sucesso do jogo Star Wars, lançado para Nintendinho e inspirado nos eventos da saga cinematográfica criada por George Lucas.

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Além de Star Wars, o periódico também deu destaque para os jogos do momento na época, como Super Castlevania 4 (SNES), F-Zero (SNES), Golden Axe 2 (Mega Drive), Quackshot (Mega Drive), Toe Jam & Earl (Mega Drive), Prince Of Persia (PC) e tantos outros. Era abrir a revista e sonhar com aqueles títulos que logo, logo estariam nas nossas locadoras favoritas.

Como vocês bem lembram, as revistas eram uma das únicas fontes de informação sobre videogames na época. Por isso, além da seção de lançamentos, outra coluna era bastante esperada pelos leitores. Falo, claro, das seção de notícias.

Não custa sonhar

Intitulada de “shots” na revista, a coluna de notícias da Ação Games #10 trazia uma série de novidades quentinhas, como gostávamos de dizer. A primeira manchete era: Sega x Nintendo: a batalha continua. A notícia dava conta da abertura de centros de diversão eletrônica no Japão, administrados pela Nintendo. Seria uma espécie de locadora gigante, cheia de fliperamas e consoles da Nintendo, bastante semelhante às casas de jogos criadas pela Sega.

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Em seguida, a revista comentou sobre o lançamento de dois novos jogos da Vic Videogames para o Turbo Game. Eram eles: Super Grafic e Turbo Machines (Micro Machines). Na página seguinte, as notícias eram animadoras para os donos de Mega Drive. Primeiro, teríamos o lançamento do Game Genie, acessório que permitia todo tipo de trapaça nos jogos do Mega Segundo, uma lista de títulos em desenvolvimento para o “Mega CD”, como SimEarth (sucessor de SimCity) Rad Mobile, Power Drift e Phantasy Star IV.

Nada disso, contudo, chamou mais a atenção nessa edição do que a manchete seguinte:

64-bits! Aí vem um novo Atari

Notícia animal

A geração 16-bit tinha apenas começado para valer, e a Atari já prometia um novo console que desbancaria em termos técnicos Super Nintendo e Mega Drive juntos. Era muita emoção para uma página só.

A notícia começava assim: “Há alguns meses, noticiamos com tristeza que a Ataria havia desistido de produzir o Panther, seu videogame de 16-bits.” Na época, a empresa havia anunciado o desenvolvimento de um console chamado Panther (Pantera), sucessor do Atari 7800 e concorrente direto do SNES e do Mega Drive.

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Segundo as notícias da época, o Panther estava em desenvolvimento desde 1988, junto de um outro console ainda mais poderoso. Seu lançamento estava previsto para 1991, contudo, como o outro console em questão estava progredindo mais rapidamente, a opção foi de cancelar a Pantera e apostar em outro animal, quer dizer, console. Era a vez do Jaguar.

Segundo a Ação Games #10, “o novo sistema terá o nome de Jaguar e sua configuração final (32 ou 64 bits) ainda está sendo definida. O que a Atari quer é criar um ultravideogame que funcione com muito mais que um simples cartucho, mas tenha entrada para CD-ROM, teclado, computador, disk drive e modem. Isso já não é mais um videogame, é uma central de jogos. ”

Pelo visto a Atari planejava retornar ao mercado de games com estilo. O Jaguar, segundo as promessas da época, seria uma central completa, capaz de rodar jogos de extrema qualidade com o incrível processamento de 64-bit, CDs de música e disponibilizar diversas funções interativas. Seria uma revolução.

Ainda seguindo na matéria: “um produto com tantas qualidades parece que vai custar o olho da cara, mas não é isso que a Atari quer: ela jura que o Jaguar só vai sair dos laboratórios se tiver um preço compatível. Data de lançamento: Entre o final de 92 e começo de 93.”

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Parte dessas promessas podemos considerar como cumpridas, pois Jaguar foi lançado em 1993, custando apenas US$ 249.99. Porém, infelizmente, grande parte das promessas não foram bem como prometidas, já que até hoje se discute o real poder de processamento do console e algumas funcionalidades não tinham bom desempenho que se esperava.

Mas o grande motivo que levou milhares de jogadores a se frustrarem com o console foi a falta de grandes títulos que justificassem a compra do console. Sim, o Jaguar teve excelentes jogos, como Alien vs. Predator, Doom, Tempest 2000 e Cybermorph. Contudo, as experiências propostas pela Nintendo, Sega e, em seguida, a Sony, não faziam do poderoso videogame da Atari um objeto de tanto desejo. Tanto é, que em 1996 o aparelho foi descontinuado.

De estimação

Mesmo sem conseguir fazer frente aos rivais da época, o Jaguar marcou o seu nome na história dos videogames, divertindo milhares de jogadores que fugiram do óbvio e investiram no retorno da Atari. Ele pode não ter sido uma fera, mas hoje está no coração desse sortudos que o tiveram como companheiro.

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E você, caro leitor? Ficou empolgado com as notícias sobre o Jaguar na época? Possui o videogame em casa? Nunca ouviu falar nessa fera? Comente aí com a gente.


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Ítalo Chianca

Ítalo Chianca

Gamer que cresceu jogando com seus irmãos, lendo revistas sobre games e frequentando as antigas locadoras de videogame, hoje divide o seu tempo livre entre as jogatinas e os textos sobre games que costuma publicar no Jogo Véio e nos seus próprios livros (Videogame Locadora, Os videogames e eu, Papo de Locadora, Game Chronicles e Gamer).

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