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Bucky O’Hare (NES) tem desafios na medida certa, além de gráficos excepcionais

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Temos aqui um jogo que com certeza deveria encabeçar qualquer lista de melhores jogos de plataforma side scrolling da geração 8 bits. Bucky O’Hare, em poucas palavras, pegou o melhor da série clássica Mega Man, adicionou algumas camadas extras de beleza e o resultado é um jogo muito acima dos padrões do NES em diversos aspectos, daqueles que a gente não consegue entender o porquê de ter feito tão pouco sucesso.

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Para situar o leitor: Bucky O’Hare foi uma série de quadrinhos criada em 1978 por Larry Hama, mundialmente afamado por seu trabalho com a série G.I. Joe: A Real American Hero. O plot da história gira em torno do coelho Bucky e sua tripulação, pertencentes à United Animals Federation, que tenta combater o Império dos Sapos e o computador Komplex.

Coelho ao resgate

Sua tripulação está espalhada em quatro planetas diferentes e cabe a Bucky decidir em que ordem pretende resgatá-los. Com exceção do Blue Planet, que exige as habilidades específicas do robô Blinky, todos os outros três planetas são de livre acesso e você pode escolher começar por qualquer um deles.

As fases são de progressão lateral, divididas em pequenos atos que, mesmo dentro de um mesmo tema, apresentam obstáculos e inimigos diferentes uns dos outros. No Red Planet, por exemplo, você vai encontrar diversos clichês envolvendo fases com lava, mas cada um dos atos vai explorar esse desafio de uma forma única. Ora você vai ter que desviar das bolas de fogo que surgem do chão, ora elas virão de um vulcão que está em segundo plano, ou pode vir algo completamente diferente disso. Cada planeta é uma surpresa e todas as fases são muito bem elaboradas, com um nível de desafio razoável, apenas para você ir pegando o esquema do jogo. Ao fim de cada um dos planetas você resgata um membro do time de Bucky. São eles:


blinky

Blinky: O robôzinho pode voar por um período curto de tempo e seu tiro é o único capaz de quebrar certos tipos de pedra e blocos de gelo.


willy

Willy: Um nerd-cientista que tem uma arma laser poderosa! Seus tiros são os mais potentes do grupo.


deadeye

Dead Eye: Um pato de boina que pode escalar paredes.


jenny

Jenny: Uma gata cujos disparos podem ter sua trajetória controlada.


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E finalmente, o nosso protagonista Bucky, que possui o poder dos super pulos e pode atirar em qualquer direção.


Todos os planetas são temáticos, seguindo aquele velho esquema fogo-gelo-terra do gênero. Após resgatar um companheiro, você pode trocar de personagem durante a partida apenas apertando o botão select. Contudo, nessa primeira parte do jogo acaba sendo indiferente com quem você joga, principalmente porque as habilidades secundárias não têm muita utilidade nesse momento.

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Após resgatar todos os amigos de Bucky, o jogo muda completamente e a segunda parte do jogo vai exigir bastante habilidade, perseverança e capacidade de memorizar padrões. As fases finais do jogo são extremamente sacanas, com direito a plataformas que desaparecem, trechos sem nenhuma iluminação e pedaços do chão que desmoronam do nada. Mega Man fazendo escola e a Konami se empenhou bastante em copiar algumas coisinhas aqui e ali!

Nas primeiras vezes que eu joguei até achei estranho um jogo de dificuldade média para difícil ter continues infinitos, sistema de passwords e a facilidade de voltar para o começo do ato quando morre, em vez de voltar a fase inteira. Mas foi só chegar no segundo ato e tudo ficou claro: até ali eu estava apenas sendo testado e introduzido às mecânicas do jogo, para só então cair no inferno de fato!

Tecnicamente perfeito

Em Bucky O’Hare você vai ver, provavelmente, os melhores gráficos de um jogo de plataforma para NES. Lançado em 1992, o título veio em uma das últimas safras do console, quando o seu hardware já havia sido explorado ao máximo.

A trilha sonora não é nenhum primor e nem tem nenhuma melodia marcante, mas não compromete em nada e até casa legal com a proposta do jogo. Os efeitos sonoros também são bons, dentro é claro das limitações do console.

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A jogabilidade é um ponto fortíssimo do jogo! Diferente de muitos jogos de plataforma chinfrins lançados de baciada na época, aqui nós temos um jogo com controles consistentes e intuitivos: você pula consciente de que não vai errar, simplesmente porque o personagem não parece ter graxa nos pés ou estar carregando um saco de cimento nas costas! Você quer fazer uma ação e você consegue, sem muito esforço. O nível de dificuldade de Bucky O’Hare está ligado apenas aos seus desafios propostos, e não aos controles ruins ou a uma jogabilidade bugada.

É possível evoluir os personagens ao longo do jogo, aumentando a barra de poder e masterizando suas habilidades secundárias. Dificilmente você vai conseguir chegar no fim do jogo sem ter todos os personagens no máximo, já que vidas e power-ups são bastante comuns nas fases.

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Esse é um jogo que entra facilmente na minha lista de favoritos, principalmente por ser desafiante sem ser chato. Ele te desafia, mas te dá ferramentas para superar cada um dos desafios, em vez de apenas te oferecer uma experiência porca e impossível de ser superada como vários jogos dessa época faziam.

Além disso, algumas fases vão além do jogo de plataforma tradicional e se reinventam com desafios interessantes. Um bom exemplo disso é a última fase, que se apresenta em um formato similar ao dos shmups, com direito a nave-fortaleza como boss e tudo.

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Quer moleza? Então é melhor ficar longe desse jogo!

O coelho Bucky chegou a ganhar também uma aventura para os arcades, mas que não tinha nenhuma relação direta com o título de NES. A Konami foi esperta e soube aproveitar os gêneros de maior sucesso em cada plataforma: ação side scrolling no console de mesa e um beat’em up bastante honesto nos fliperamas com suporte para até quatro jogadores.

Se você já conhecia o jogo, tá aí uma boa oportunidade para finalizá-lo mais uma vez. Se não conhecia, essa é uma oportunidade e tanto de encarar um jogo nota dez e que vai mantê-lo entretido por algumas horinhas. Só não vale quebrar o controle!


Vídeos

Bucky O’Hare – Longplay (Fonte: World of longplays)

Bucky O’Hare – Abertura do desenho (em inglês) (Fonte: Matropolis)


Dicas

Modo Hard: Entre com o password HARD! para habilitar um nível de dificuldade extra.

Passwords:

Blinky – M7KZ3
Deadeye – 67KIJ
Jenny – 68L!3
Começo da segunda parte – MRX24
Magna Tanker – M!L2X
Willy – M7LAK
Escape! – MRM▲X


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Eidy Tasaka

Eidy Tasaka

Redator e diagramador freelancer, apaixonado por jogos e revistas antigas, incentivado por um pai que sempre nutriu os mesmos vícios. Fã de RPGs japoneses e jogos de plataforma, divide seu tempo entre o Jogo Véio e as poucas horas de sono que possui.

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