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Yu Yu Hakusho Final (Snes) resgata o que há de melhor na série animada

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“Não conheci o outro mundo por querer!” — Foi essa a frase que marcou toda uma geração de crianças e adolescentes durante a década de 1990. Aliás, essa e várias outras, já que Yu Yu Hakusho foi um espetáculo à parte com sua dublagem, digamos… adaptada.

Se você ainda não conhece, sugerimos que corra atrás do anime (112 episódios, 1 OVA e 1 filme, além dos mangás que já foram publicados e republicados aqui no Brasil), principalmente se você for fã de outras obras do gênero, como Dragon Ball e Os Cavaleiros do Zodíaco.

A trama de Yu Yu Hakusho gira em torno de Yusuke Urameshi, um estudante do ensino médio que não quer nada com a vida além de vadiar. Brigão e muito do marrento, Yusuke no entanto acaba sacrificando a sua vida para salvar uma criança de ser atropelada. Tal façanha surpreende até mesmo o Mundo Espiritual, concedendo ao jovem uma segunda chance, desde que ele ajude a resolver casos complexos que envolvem espíritos e demônios.

A série é dividida em três grandes arcos, sendo o primeiro o mais longo, já que trata de todo o processo de treinamento de Yusuke, além da introdução dos demais personagens da turma: Kazuma Kuwabara, arruaceiro sensitivo e grande rival de Yusuke na escola; Kurama, uma raposa milenar que encarnou no corpo de um adolescente, concedendo-lhe poderes de controle sobre os vegetais; e Hiei, um jovem youkai que controla as chamas negras mortais.

A batalha final

Lançado pela Namcot em 1995, Yu Yu Hakusho Final (Yu Yu Hakusho: Makai Saikyou Retsuden, no original) foi o último título baseado no anime a ser lançado para o SNES. Não por acaso, é o mais completo e o único a cobrir o último arco da série, quando Yusuke e os outros vão para o Mundo das Trevas.

Tecnicamente, o jogo compreende desde o final do arco de Sensui até o fim do arco do Mundo das Trevas. Personagens como Doctor, Dark Angel, Gourmet e Game Master infelizmente acabaram ficando de fora, o que é uma pena. Dessa saga, apenas o chefão Sensui aparece, em duas formas diferentes.

Raizen, Mukuro e Yomi, os três grandes Reis das Trevas, estão lá, assim como Shura e Shigure, também pertencentes ao Mundo das Trevas. Fecham o elenco os quatro protagonistas (Yusuke e Kurama com duas versões diferentes), além de Yakumo, oriundo do filme Yu Yu Hakusho: Meikai Shito Hen – Hono no Kizuna, lançado no mesmo ano de 1995. Este último aparece apenas como personagem secreto.

Os personagens

Na fileira de cima (da esquerda para a direita):

  • Yusuke Urameshi
  • Kazuma Kuwabara
  • Kurama
  • Hiei
  • Sensui
  • Shigure
  • Shura

Na fileira de baixo:

  • Yusuke (com o sangue do mal)
  • Youko Kurama
  • Sensui (com a armadura de seikouki)
  • Raizen
  • Yomi
  • Mukuro
  • Yakumo

Porradaria honesta

As regras aqui são fiéis aos jogos de porradaria clássica, como Street Fighter ou Mortal Kombat: um contra um, magias, golpes especiais e uma série de combos, mas com uma curva de aprendizagem bem sutil.

Todos os personagens são bastante leves e ágeis, assim como na série. Não há distinção entre grapplers, chargers, zoners e outros termos modernos. Todos possuem magias e são mais ou menos equivalentes em habilidades e stats, com leves diferenças. Sensui, por exemplo, é o rei das voadoras e dos chutões, mas também acaba sendo alvo fácil de magias por ser mais alto que os demais personagens. Kuwabara, por sua vez, é mais desajeitado, mas compensa com golpes mais fortes.

Essa parafernália toda é alimentada por um sistema de luta muito simples, onde cada personagem possui uma barra de HP, uma de Reiki (que pode ser recarregado durante a luta) e uma de Stun. Essa última enche com muita facilidade, então é bastante comum ter um personagem “tonto” em combate, o que pode levar a uma derrota acachapante.

A barra de Reiki determina a quantidade de golpes especiais que você pode soltar durante a luta. Usar um leigun, por exemplo, consome cerca de 15% da barra. Spammar magias desesperadamente pode não ser uma boa estratégia, já que você fica vulnerável enquanto tenta recarregar. A trilogia Dragon Ball Z, também de Super Nintendo, usava um sistema bastante similar.

Os golpes conectam com facilidade e de maneira bastante intuitiva, facilitando a vida dos jogadores menos experientes. Por outro lado, alguém que jogue bastante jamais será derrotado por um amador, já que os combos mais complexos exigem precisão na execução de cada comando.

Outra peculiaridade do jogo é que quando você está com pouco HP e a barra de Reiki cheia, é possível usar um golpe especial, que normalmente avassala a energia do adversário. Levar um leigun especial do Yusuke ou um super corte com a espada dimensional de Kuwabara podem tirar até metade do seu life numa porrada só. Inclusive, esses golpes possuem cutscenes super bem feitas, principalmente quando pensamos nas limitações de hardware do Super Nintendo. É um grau a mais de imersão, como se você estivesse de fato assistindo ao anime!

Tem cara de anime ou não tem?

Passados mais de vinte anos desde o lançamento de Yu Yu Hakusho Final, eu confesso que ainda não vi nenhum outro jogo baseado na série que seja tão bom quanto. Mesmo no PlayStation 2, quando os jogos em celshading começaram a emular o traço dos animes. Parecia faltar alguma coisa. Alma, talvez!

Ainda que estejamos diante de um jogo de Super Nintendo, ter as vozes dos seiyuus (como são chamados os dubladores no Japão) originais dublando os golpes dos personagens com certeza faz diferença. Não é um áudio cristalino, e nem as músicas das lutas são as originais da trilha sonora do anime (essa parte podia ser arranjada com mais facilidade). Ainda assim, rola uma química bacana.

No aspecto visual o jogo se sai bem, com boas animações nos golpes e nas cutscenes, além de ter sprites honestos (embora pequenos) e que representam bem cada personagem. Os cenários são caprichados e bastante diferentes um do outro, já que estamos falando do Mundo das Trevas, né? Mesmo assim, também transmitem bem tudo aquilo que vimos no anime e no mangá. Houve, inclusive, o capricho de deixar que o chão do cenário vá se danificando conforme os golpes acontecem. Detalhe bobo, mas marcante!

Os modos de jogo são bastante triviais e não seguem uma linha de história, mesmo no modo Single Player. Como essa parte do desenho acontece na forma de um torneio, isso acaba não influenciando muito. Os outros modos são apenas mais do mesmo, com uma opção de versus e outra para montar torneios com vários participantes divididos em chaves. Nada de novo ou incomum.

Considerações finais

Naquela época, todo e qualquer produto baseado nos nossos animes favoritos era muito bem vindo. Como Yu Yu Hakusho Final não foi localizado para o ocidente, era difícil achar o cartucho na época do lançamento, estando restrito apenas às importadoras. Mais pra frente a turma do Jack Sparrow acabou arregaçando as manguinhas, facilitando a vida de quem se sentia carente após o fim do anime e, posteriormente, da TV Manchete.

Yu Yu Hakusho coroou a infância de muitos jovens em um período bastante rico de animes no Brasil. Nomes como Captain Tsubasa, Shurato, Samurai Warriors, Sailor Moon e vários outros deixaram de ser conhecidos apenas dos otakus, para invadir os lares e as rodas de papo de recreio de toda a molecada.

Mesmo que o jogo não fosse lá essas coisas, ainda assim teria garantido o seu lugar ao Sol na coleção de muita gente. Só que não é o caso e estamos falando de um game bacana e que atende as expectativas, mesmo sem ser perfeito. Ele é, com certeza, mais indicado para quem já está familiarizado com os personagens e com o desenho.

Vídeo

Yu Yu Hakusho Final – Combos – Fonte: NewChallenger.net

Dica

Para jogar com o chefão Yakumo, faça a seguinte sequência na tela título: pressione 7 vezes o botão Y, 6 vezes o botão X e 5 vezes o botão A. Uma voz confirmará se a dica funcionou.


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Eidy Tasaka

Redator e diagramador freelancer, apaixonado por jogos e revistas antigas, incentivado por um pai que sempre nutriu os mesmos vícios. Fã de RPGs japoneses e jogos de plataforma, divide seu tempo entre o Jogo Véio e as poucas horas de sono que possui.

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