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Frases que nós ouvimos no fliperama

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As filas eram quase sempre longas. Horário do almoço, centro da cidade, todo mundo ali apenas para desestressar entre um turno de serviço ou uma aula perdida e outra.

Viver no fliperama era uma experiência para poucos, daquelas que moldam o caráter. Já vi gente perder o dinheiro do pão com fichas. Já vi bully se render em homenagens ao gordinho que sabia jogar Tekken. Tinha de tudo.

Fizemos uma listinha com 10 frases e desculpas que eram corriqueiras nos fliperamas, do extremo norte até o sul do Brasil, leste e oeste.

Ah! Diga no fim quantas dessas frases você já ouviu no fliperama em que frequentava, para ver o seu placar do ‘Viciômetro’!

10. Eu tenho um primo que…

Todo mundo tem um primo. Só muda a quantidade de façanhas que ele é capaz de desempenhar, segundo as histórias que ouvimos por aí. “Eu tenho um primo que trabalha na Nintendo” ou “Meu primo tem dez vezes mais cartuchos que isso aí que você tem”.

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Essas lorotas descaradas surgiam quase sempre depois de uma derrota acachapante, com um tom de quem dá de ombros, olhando pra baixo, triste. “Meu primo ganha de você fácil, fácil”. Vai lá e traz esse seu primo então, seu fraco!

9. Deixa eu pegar um round? Eu garanto a ficha!

Essa era de irritar qualquer um. Você ía lá com as suas moedinhas suadas, obtidas com muita insistência e/ou trabalho duro, só pra um zé ruela qualquer ficar te importunando pra pegar um round. E o pior, nem sempre o cara era bom o suficiente pra garantir de fato a ficha. Ou então ele chamava a turma dele, e quando você se dava conta, seu crédito já havia sido sequestrado. Era uma derrota pior que um Flawless Victory com Fatality.

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8. Só sabe jogar com o Ryu / Ken

Mais uma frase dita sob olhar de desdém, depois de uma derrota. O cara bota contra, perde feio e depois fica te acusando de só saber jogar com o Ryu, ou reclamar que você só sabe jogar pressionando com hadouken. Mas que diabos! Se o golpe está no jogo, é do jogo ou não é? Bota outra ficha, chorão!

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7. 3 por um real?

Essa frase é específica para os jogadores de The King of Fighters! Afinal, não havia humilhação maior do que perder a ficha sem sequer tirar um personagem do adversário.

Quando a diferença de habilidades era grande demais, era hora de esquecer a vitória plena e partir para a estratégia de fugir do “3 por 1”.

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Gastar todos os níveis de especial de uma vez só, fazer combo sujo… Só não valia tirar o adversário da máquina e nem tirar da tomada. Já vi gente sair do fliperama chorando por isso!

Aliás, isso me lembra que uma vez eu estava levando um 3 por 1 de um cara que usava o trio do Japão (Kyo, Benimaru e Goro), e eu já havia perdido o Terry e a Blue Mary. Só usando a Athena Asamiya eu consegui virar a luta e salvar a minha ficha. Como o cara era de outro bairro, era evidente que toda a torcida estava a meu favor! Foi uma baita festa…

6. Peraí que tô vendo os botões, pô!

Uma vez que os fliperamas do Brasil quase sempre tinham origem duvidosa, era bastante comum que cada boteco tivesse uma configuração de botões diferentes, em vez de seguir o padrão original do fabricante.

Sendo assim, um ritual antes de começar a luta era perguntar “como estão os botões”, ou “qual é o soco e o chute forte”?

Esse recurso podia indicar se o adversário era de fato um bom jogador ou um “garganta”. Mas também podia ser apresentado como blefe, para fingir ser fraco e dar uma surra no adversário.

5. Se for de Perfect, vai pra casa

O título diz tudo. Estamos falando de uma humilhação sem precedentes, já que você acabou de ser derrotado sem sequer arranhar um fio de cabelo do seu adversário.

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Essa frase tinha variações que envolviam apostas, uma coca-cola, outra ficha, etc. Mas no geral, sempre tinha alguém rindo de orelha a orelha, e um outro menino chorando.

4. Bate leve no botão pra não quebrar!

Essa era uma das poucas frases proferidas pelo dono do bar ou locadora, geralmente acompanhada de cusparadas e um portentoso bigode trêmulo. Enquanto a turma estava jogando na santa paz, o dono do estabelecimento apenas observava de longe pra ver se a galera não estava massacrando os botões ou dando murros na tela de vidro que protegia o monitor.

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Por esse motivo, provavelmente os funcionários sempre te olhavam feio quando você escolhia o Blanka, Chun-Li ou E. Honda. Exagerou na hora de apertar os botões, é um abraço!

3. Só sabe jogar com os chefes

Foi em Street Fighter II Champion Edition que a moda de jogar com os chefes teve início. O combinho de cabeçadas do Balrog, as garras destruidoras de Vega, as bicudas de Sagat ou o todo poderoso M. Bison.

Nos fliperamas, jogar com um chefe era uma tremenda desonra, principalmente se você garantia suas fichas dessa forma.

Deve ter algum parágrafo na Constituição de 1988 que proíbe o cidadão de usar o Rugal, ou o Akuma de Super Street Fighter II Turbo.

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2. Não vale bater tonto

Após levar uma saraivada de golpes sem revidar, o seu personagem normalmente “fica tonto”, vendo estrelinhas e passarinhos rodando por um tempo. Para muitos, essa era a oportunidade perfeita para aplicar um combo daqueles, pra matar a partida e levar a ficha. Por outro lado, em alguns fliperamas a galera respeitava um código de ética oculto que dizia que bater no oponente tonto é coisa de gente covarde. O jeito era esperar, para só então retomar o fight.

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1. Meu controle está ruim

Que os controles dos fliperamas não eram nenhuma maravilha, isso não é novidade pra ninguém. Os botões de fliperama são acionados por sensores de pressão, peças bastante frágeis e que sofrem desgaste, principalmente se o usuário não tiver cuidado.

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O problema é que normalmente o problema surgia primeiro no lado esquerdo da máquina, onde ficava o Player 1. E a desculpa geralmente vinha do Player 2, depois que ele já havia sido derrotado.

Coincidência, não? O controle só ficou ruim depois que você perdeu a ficha? Estranho.

Extra: Posso botar contra?

Esse é um Top 10 diferente, então abrimos exceção para uma frase extra, a maior de todas!

Sem as partidas contra, o fliperama não teria nenhum sentido de existir, já que jogar sozinho não oferece a mesma experiência e desafio de um jogo a dois.

Quem viveu os tempos de Street Fighter II nos arcades sabe, uma partida bem disputada tem o mesmo nível de tensão que uma final de Copa do Mundo. E se tiver Perfect ou 3 por 1 real na disputa, aí que o céu vem mesmo a baixo!

Viciômetro

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Quantas dessas frases você já ouviu durante as suas temporadas no fliperama? Conte as frases e confira abaixo a sua pontuação em nosso placar do Viciômetro. Deixe sua pontuação nos comentários!

0 a 2 frases: Menino moleque, sem calos nas mãos. Diz que é retrogamer, mas só via o fliperama pela janela do carro do pai, enquanto bebia um Toddynho light. Tem muito o que aprender.

3 a 6 frases: Você tem alguma experiência em botecos. Talvez já tenha até vencido algumas partidas, mas sem nenhuma notoriedade. Ainda está em tempo de melhorar!

7 a 10 frases: Ratinho de fliperama! Pegou a época do Street Fighter II, viu os primeiros fatalities nascerem, junto com as lendas! Você já tirou fichas de muita gente e até era conhecido pelo primeiro nome pelo dono do bar. Merece aplausos!

11 frases: Você completou todas as frases? Nesse caso você é uma lenda viva, nascida e criada com um manche Eletromatic nas mãos (Sanwa é coisa de gente rica, não tem em boteco). Seu nome é cantado por bardos que contam as suas façanhas em encontros retrogamers por todo o Brasil. Você é um verdadeiro Véio!


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Eidy Tasaka

Redator e diagramador freelancer, apaixonado por jogos e revistas antigas, incentivado por um pai que sempre nutriu os mesmos vícios. Fã de RPGs japoneses e jogos de plataforma, divide seu tempo entre o Jogo Véio e as poucas horas de sono que possui.

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