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As Tartarugas Ninja fazem parte da cultura pop desde 1984, quando surgiram nos quadrinhos criados por Kevin Eastman e Peter Laird e publicados pela Mirage Studios. Desde então, Leonardo, Raphael, Donatello, Michelangelo e companhia apareceram em desenhos, filmes, músicas e claro, jogos.

Durante a década de 90, inúmeros games dos mais variados gêneros foram produzidos. Seja nos fliperamas ou nos consoles de mesa, as Tartarugas Ninja estrelaram jogos que hoje em dia são considerados clássicos.

Mas uma coisa ficou clara: o lar doce lar das tartarugas é no bom e velho beat ‘em up, ou briga de rua para os mais chegados. Os discípulos do Mestre Splinter alcançam seu auge quando estão distribuindo chutes e socos pelas ruas de Manhattan, combatendo o Clã do Pé, antagonistas da maioria dos jogos.

Pulamos para 2022 e Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge é lançado pela DotEmu, que já havia nos agraciado com Streets of Rage 4 dois anos antes. O resultado não poderia ser outro: uma baita homenagem aos melhores beat ‘em ups da franquia e mais um game excelente para o portfólio da empresa, que dessa vez foi desenvolvido pela Tribute Games.

Desculpa para a porradaria

Inspirado no desenho animado de 1987, a história gira em torno de mais um plano maléfico de Shredder. Com a ajuda de Bebop e Rocksteady, a ideia da vez é remontar o corpo de Krang e a primeira parada é nos estúdios do Canal 6, icônica locação da franquia.

Outros personagens e locais famosos do universo das Tartarugas Ninja também aparecem, podem ficar tranquilos. E o jogo funciona como um passeio histórico pelos principais cenários de Manhattan, mas não se limitando apenas à cidade.

A história é simples, é verdade, mas serve apenas como contexto para a pancadaria de primeira qualidade apresentada no game. E é no gameplay que Shredder’s Revenge encontra seu ponto forte.

Tartarugas versáteis

Os personagens possuem três atributos: força, velocidade e alcance, que variam de lutador para lutador. Leonardo é o generalista, enquanto Raphael é o mais forte, Michelangelo o mais rápido, Donatello o que possui maior alcance e por aí vai. É uma diferença sutil, mas que oferece opções para os mais variados estilos de jogo e jogador.

Os personagens jogáveis de Shredder’s Revenge

Há também uma barra de especial que é preenchida conforme os inimigos são derrotados ou executando uma provocação (taunt). Quando está cheia, permite que um golpe especial seja aplicado.

Agora acrescente a possibilidade de ter até seis personagens ao mesmo tempo na tela e você terá uma equipe que se completa, proporcionando um gameplay divertido e realmente cooperativo. Até um pouco do seu HP pode ser doado para um aliado caso ele esteja em apuros. Com seis personagens distribuindo golpes e mais golpes, as coisas ficam um pouco caóticas, mas não menos divertidas.

Além dos atributos, os personagens também podem subir de níveis, chamados de power levels, indo do 0 ao 10, liberando novas habilidades e poderes. Por exemplo, no power level 2 a barra de especial ganha um segundo nível e no power level 8, o terceiro.

O combate é fluído e a variedade de inimigos garante que você tenha sempre que estar atento ao seu redor. Tem ninja que vem atacando pelo alto, atirando bombas e até mesmo de moto. Cuidado com os ninjas vestidos de preto, esses são chatinhos!

A dificuldade do game de uma forma geral é justa, apesar de dar um salto de dificuldade safado depois da metade.

No fim de cada uma das dezesseis fases, um chefe aguarda o jogador e figurinhas carimbadas dão as caras nesse momento, como o robozão Chrome Dome e a mosca mutante Baxter Stockman.

As lutas no último cenário concluem a história de maneira satisfatória apesar de deixarem a desejar um pouco no quesito desafio e em uma delas você precisa fugir e se esquivar mais do que atacar diretamente o inimigo.

Mas o fim da aventura não quer dizer o fim da diversão. Ao terminar o game, um novo personagem é desbloqueado: Casey Jones. Ele se junta aos outros seis personagens jogáveis e é ligeiramente mais forte. Uma ótima pedida para tentar concluir os desafios que cada fase propõe, como terminar o cenário sem levar dano. Ugh!


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Tudo isso vem apresentado de duas formas: o modo estória e o modo arcade. No modo estória você começa no nível 0 e vai desbloqueando as fases pelo mapa, subindo de nível, coletando itens escondidos e completando missões secundárias. Morreu? Não tem problema, você pode continuar de onde parou com o mesmo personagem ou até outro diferente. Seu progresso fica salvo e pode continuar depois.

No modo arcade as coisas são um pouco mais voltadas para o combate. Como o nome diz, é uma experiência mais parecida com os fliperamas. Você começa com seu personagem no nível máximo e tem um número limitado de vidas. Morreu? Já era! Tem que começar de novo. E o progresso não fica salvo.

Visual mais que especial

A escolha por gráficos em pixel art não poderia ficar de fora, afinal, estamos em uma viagem nostálgica pelos anos 90, onde os fliperamas ainda eram populares e os consoles 16-bit reinavam absolutos. Nesse quesito, Shredder’s Revenge acerta em cheio. Os personagens são grandes, contam com detalhes que podem ser apreciados a cada jogatina e os cenários são variados e cheios de perigos a cada tela.

A trilha sonora segue no mesmo estilo e possui faixas sensacionais que não deixam a peteca da ação cair, trabalho de Tee Lopes, que já havia composto para Sonic Mania e Streets of Rage 4.

Além é claro, do tema das Tartarugas Ninja, cantada por Mike Patton, vocalista do Faith No More, banda que fez enorme sucesso na década de 80. A música aparece na abertura do game, acompanhada de uma animação bem no estilo oitentista que vai agradar em cheio os fãs da série animada. Até os atores originais da série de 1987 voltaram para reprisar seus papéis!

Não tem como deixar de elogiar todo o cuidado e carinho que a DotEmu deposita nos games em que ela se envolve.

Futuro Brilhante

Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge é uma carta de amor ao legado das Tartarugas Ninja nos videogames, trazendo o que havia de melhor do gênero beat ‘em up da época e ao mesmo tempo trazendo novas mecânicas ao gameplay.

Tudo isso com multiplayer online e local e espaço para futuros DLC’s expandirem ainda mais o caminho percorrido pelas Tartarugas Ninja nos videogames.

A DotEmu consegue mais uma vez honrar as franquias clássicas, adicionando mais um jogo de qualidade a sua biblioteca. Que venha Metal Slug!

Canal: Dotemu

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Eduardo Paiva

Gamer desde sempre, redator desde agora. Jogou de Top Gun, Enduro e Pitfall até Dragon Age, Assassin’s Creed e GTA V. Formado em Ciência da Computação, ainda não desistiu do sonho de desenvolver seu próprio jogo e se aprofundar nesse complexo processo de criação.

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