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Direto do baú de relíquias do Veio, relembramos a primeira edição da saudosa revista Supergame, publicação dedicada aos jogos e consoles da Sega que, mais tarde, uniu-se com a GamePower para dar vida a lendária Super GamePower.

Sega em todos os lugares

Com as primeiras revistas sobre videogames começando a ganhar notoriedade no Brasil, a Editora Nova Cultural resolveu apostar no segmento, lançando uma publicação inteiramente dedicada a uma das empresas de maior sucesso no Brasil. Foi assim que surgiu a Supergame, revista especializada em Master System, Mega Drive e Game Gear.

A primeira edição da Supergame chegou às bancas em julho de 1991, pelo preço de Cr$ 800,00. E logo na capa, estava ele, o querido Sonic, seguido das chamadas: Sonic chega a mil por hora!!, Supertáticas: todas as manhas; Batman, Toe Jam & Earl e outros jogos espertos dos states; e Game Gear: pintou o que há de portátil!

Além disso, a capa ainda contava com os avisos para a nova HQ do Billie Joy e seus sticks, o cartaz chocante do Ghouls’n Ghost e a fantástica promoção de “crie um herói e leve uma TV gigante com som estéreo”. Era ou não era um grande chamativo?

Do chefe

Comprar essa edição na banca deve ter sido uma experiência incrível, né veiarada? Eram tempos de poucas informações sobre os games. Tudo era novidade. Por isso, ter uma revista falando sobre os jogos do momento era motivo de comemoração para os jogadores.

Além de conhecer novos jogos, foi na Supergame que conhecemos O Chefe, personagem clássico das revistas de videogame criado pelo jornalista Matthew Shirts. Aqui, ele ainda não tinha pintado o cabelo de roxo, mas já aparecia maluco com a redação no editorial.

Depois das palavras do Chefe, a revista abria, como quase todas na época, com a coluna “supertáticas”, dedicada as dicas mais “quentes” para Master System e Mega Drive. Em seguida, viria a área com as cartas dos leitores, mas, que por motivos óbvios, não contou com nenhuma correspondência em sua primeira edição.

O Supergame

A primeira edição da Supergame já dava indícios de que aquela não seria uma publicação passageira. Um dos motivos era a estreita relação com a Tec Toy. Em parceria com a representante da Sega no Brasil, a revista sorteou vários prêmios para os leitores e ainda criou um concurso que dava uma TV estéreo para quem criasse um personagem que representasse o jeitão da Supergame.

A Tec Toy, muito provavelmente, também estava por trás da organização da seletiva brasileira que selecionaria jogadores para disputar o mundial de videogames na Disney. Bons tempos, né?

Não teria melhor momento para a revistas estrear. Naquele período, a Sega lançava um de seus maiores sucessos de todos os tempos. Falo, claro, de Sonic, o porco-espinho. Pois é, caro leitor. Na época, para nós, Sonic era mesmo um porco-espinho. Nada de Hedgehog.

Sonic era o jogo do mês e o lançamento do ano para a Supergame. Além dele, também tivemos mais informações sobre Phantasy Star, Jogos Olímpicos, Operation Wolf e Forgotten World.

Mais jogos

Após a animada HQ original da revista, o leitor tinha contato com as bonitas propagandas da época para o Master System II e do recém-lançado Game Gear, seguidas de mais detalhes sobre os lançamentos do momento: Psychic Worlds, G-Loc, Super Monaco GP, Shapes & Columns e Wonder Boy.

E, como boa revista que se preze, não poderiam faltar as dicas. Essas, vinham direto das mais pedidas da Hotline da Tec Toy. E, para completar, várias páginas com as novidades que “rolavam lá fora”, com direito a rumores e análises de grandes jogos que faziam a alegria da “gringarada”, como Batman, Fantasia, ToeJam & Earl, Quack Shot e Golden Axe.

Além dos jogos

Por se tratar de um mercado ainda em desenvolvimento, as revistas de videogame nessa fase inicial costumavam apostar em alguns conteúdos, digamos, exóticos. Além de quadrinhos, a primeira edição da Supergame trazia também matérias de comportamento.

Se já não bastasse a presença do quadro “Pensando bem”, no qual algumas pessoas (entre elas, Roger do Ultraje a Rigor) falavam como elas achavam que estaria o Brasil no ano 2000, a revista trouxe ainda uma matéria intitulada “ELAS ACHAM UM CHARME”. Nela, a revista publicou uma discussão sobre o uso de brincos pelos garotos, mania na época (segundo a revista).

Clássica

Colorida, com belas imagens e ilustrações, textos leves e descontraídos, muita informação e uma identidade própria, a revista Supergame fez sucesso entre os jogadores da época, tornando-se um item quase obrigatório para os fãs da Sega no país.

Depois dessa primeira edição, a Supergame se tornou uma das mais importantes revistas sobre videogames do Brasil, ajudando a moldar os jogadores da época e, mais tarde, dando origem a Gamepower e a Super Gamepower. E tudo começou ali, naquela edição nº1, de julho de 1991.

Quer ler a revista na integra? Então acesse o site dos parceiros do Datassete e baixe a versão em PDF. Além da Supergame, eles mantém um vasto acervo de publicações sobre videogames, preservando a história dessas revistas no Brasil. Vale a pena conferir.


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Ítalo Chianca

Gamer que cresceu jogando com seus irmãos, lendo revistas sobre games e frequentando as antigas locadoras de videogame, hoje divide o seu tempo livre entre as jogatinas e os textos sobre games que costuma publicar no Jogo Véio e nos seus próprios livros (Videogame Locadora, Os videogames e eu, Papo de Locadora, Game Chronicles e Gamer).

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