Passados os quatro dias de Comic Con Experience 2016, já podemos dizer com muita propriedade: foi épico, exatamente como prometia a divulgação do evento!
Foram verdadeiras maratonas, entre idas e vindas por estandes que estavam espalhados pelos 100.000 m² do pavilhão do São Paulo Expo, mesmo local da Brasil Game Show 2016. Aliás, já que houve um espaço de apenas três meses entre um evento e outro, as informações ainda estão frescas e é possível até mesmo traçar um pequeno paralelo entre eles.
Enquanto na BGS os estandes eram imensos, com alguns ocupando espaços equivalentes a quase um quarteirão, na CCXP as coisas eram um pouco menos faraônicas, primando pela variedade de expositores e marcas, todas dividindo o espaço de maneira bastante harmoniosa.
Como cães soltos no açougue
Nosso time de duas pessoas (o Véio e a ‘Véia’) recebeu credenciais para visitar a feira nos dias 1 e 2 de dezembro (quinta e sexta-feira), que teoricamente seriam os dias de menor movimento, mas nem por isso menos estrelados.
Andamos pela feira meio que a esmo, já que estava bastante difícil achar espaço para curtir os painéis, todos disputadíssimos. Mesmo assim, sobravam atrações e suspiros cheios de saudade do dinheiro que nunca tive, para comprar todas aquelas parafernálias nerds que ficariam perfeitas em qualquer estante.
Algumas atrações exigiam interação mais ativa por parte dos convidados, como no Salto de Fé do estande de Assassin’s Creed, onde o corajoso voluntário se atirava de mais ou menos quatro ou cinco metros de altura, de costas, para cair amortecido por um grande colchão inflável.
Se você não estivesse com o espírito proativo em dia, também dava para se divertir de maneira menos radical e ainda levar uns brindes, como nos estandes da Fini, Turma da Mônica e Hello Kitty. Diga-se de passagem, foi dureza tirar a Véia de lá.
Nas nossas andanças, tentamos curtir um pouquinho de cada espaço do evento, e devo admitir que dois dias não foram o suficiente. Parecia que a cada minuto apareciam atrações novas, e não foram poucas as vezes em que eu parei e me perguntei se aquilo já estava ali quando eu cheguei.
Uma verdadeira constelação
O que se viu durante a convenção foi uma reunião de estrelas de altíssimo calibre, com algumas atrações internacionais que não deixavam a desejar, mesmo quando comparamos a versão tupiniquim às edições norte-americanas.
Ver Frank Miller (de Batman: O Cavaleiro das Trevas e Sin City), Brian Azzarello (de Coringa e 100 Balas) e Bill Sienkiewicz (artista consagrado com o Prêmio Will Eisner, maior honraria na indústria dos Quadrinhos) em um evento nacional, totalmente acessíveis e ainda discursando sobre um trabalho novo (Cavaleiro das Trevas III), é de levar qualquer um às lágrimas.
Se a sua praia não é ler HQs e você prefere séries e longas metragens, foram exibidos painéis com Vin Diesel (de Velozes e Furiosos), Evanna Lynch (Luna Lovegood, de Harry Potter), Milla Jovovich (protagonista da série de filmes Resident Evil), Neil Patrick Harris (de How I Met Your Mother) e vários outros artistas consagrados. Vê-los pela TV e ao vivo certamente são experiências muito diferentes. Enxergá-los como meros mortais que estão a apenas alguns metros de distância faz aumentar ainda mais a nossa admiração pelo seu trabalho, além de criar uma lembrança única e inesquecível.
Confesso que me senti radiante quando soube que o homenageado da edição 2016 seria o eterno Didi, de Os Trapalhões. Hoje com 81 anos e cabelos já bastante ralos, vê-lo se emocionar ao falar dos velhos tempos e dos companheiros que já se foram, faz bater uma saudade da nossa infância, do copo de achocolatado que a minha mãe fazia, dos filmes de Sessão da Tarde… tudo que o Jogo Véio mais preza em seu resgate ao passado!
Infelizmente, os portões do paraíso se fecharam nesse último domingo, dia 4 de dezembro. Quem foi não esconde que já está com saudades, já que estamos falando de uma oportunidade rara de reunir tudo aquilo que mais gostamos na vida em um só lugar.
Eu mesmo saí com a mochila cheia de revistas e tranqueiras que acumulei dos estandes e dos artistas independentes. Teve até uma HQ chamada Fliperamas, que pretendo resenhar em um post separado! Mas já adianto que o material é de encantar qualquer retrogamer!
Perfeito? Ainda não…
Foram dias loucos, insanos e ensandecidos. Ir até o Jabaquara, encarar a fila do ônibus de transporte oferecido pelo evento, as horas de correria e viver de junk food… Tudo isso está no pacote, você sabe que todo evento é assim e se prepara psicologicamente pra isso. C’mon, não é todo dia que uma oportunidade dessas pinta na nossa frente!
Pra quem tinha credencial de imprensa, o acesso ao pavilhão do evento era relativamente simples e ágil. Contudo, quem não tinha se deparou com uma dura realidade de filas gigantescas, dando voltas no estacionamento do São Paulo Expo.
Algumas famílias, inclusive com crianças de colo ou pequenas demais para achar graça da situação, acabavam desistindo no meio do caminho. Alguns apenas saíam cabisbaixos, enquanto outros esbravejavam com o staff do evento, exaustos depois de quase duas horas de procissão para conseguir a tão sonhada credencial.
Um erro de processo que pode (e deve) ser corrigido para as próximas edições, já que esse tipo de contratempo não faz jus ao porte da Comic Con Experience, e nem aos seus convidados de altíssimo calibre.
Considerações finais
Quem perseverou e venceu esse primeiro e árduo obstáculo, certamente se viu como um ‘pinto no lixo’, de tantas opções disponíveis para o deleite da nerdalhada brazuka. O Véio aqui, por exemplo, bem que gostaria de ter barganhado por uma daquelas armaduras de ouro dos Cavaleiros do Zodíaco! E elas estavam bem na pontinha do evento, protegendo todas as estrelas que abrilhantavam a Comic Con Experience.
Chega logo, 2017!
Crédito pelas fotos 1, 4 e 5: Daniel Deak