Véios e véias, bem-vindos ao Papo de Locadora, a nova coluna do Jogo Véio para falar de histórias nostálgicas sobre videogames, séries, desenhos, animes, filmes e muito mais que cerca o nosso glorioso passado clássico.
Papo de Locadora
Quem cresceu durante a década de 1990 sabe muito bem que as locadoras de videogame eram um importante espaço de encontro entre a garotada. Era na locadora que os amigos se reuniam para jogar, conversar e se divertir, como em nenhum outro espaço da cidade.
Por serem tão importantes para a nossa geração, as locadoras estavam sempre lotadas, mesmo que nem sempre lotadas de gente jogando. Era comum chegar e ver todas as cadeiras ocupadas, mas nem um videogame sendo utilizado. Porém, nem por aquele momento deixava de ser incrível. Aliás, eram em ocasiões assim que as melhores resenhas surgiam.
A locadora era uma parada quase obrigatória nas década de 1990 e 2000, fazendo os encontros serem inevitáveis. Sempre acontecia de rever aquele amigo da escola, encontrar um parceiro de jogatina das antigas e até de conhecer gente nova. Com isso, o papo rolava solto e muitas histórias eram vivenciadas e contadas naquele templo sagrado da diversão. Por isso, não teria nome melhor para a minha nova coluna aqui no Jogo Véio do que Papo de locadora, um espaço para encontrar os amigos e conversar sobre as coisas que gostamos.
Somos todos véios
Para você entender melhor a minha paixão pelas locadoras de videogame, voltaremos ao começo da década de 1990, direto para uma pequena cidade no interior do Rio Grande Norte, a minha querida São José do Seridó.
Com pouco mais de três mil habitantes, São José era uma cidade pacata, sem grandes agitações e com pouquíssimas alternativas de diversão para a garotada. Brincar com os amigos na quadra da escola, bater aquela peladinha na rua e assistir aos desenhos na TV era tudo que tínhamos por aqui.
Mas tudo mudaria em 1993, quando a primeira locadora de videogame abriu as portas na cidade. A partir daquele momento, São José não seria mais a mesma. A novidade tomou conta da galera. Logo todas as crianças da cidade não comentavam sobre outra coisa. Era Nintendo pra lá. Sega para cá. Todos queriam jogar.
A febre dos jogos eletrônicos
A mania dos videogames também tomou conta de mim. Em 1994, meu pai resolveu me levar à locadora do amigo dele, seu Jorge Chaves. A intenção do meu pai era que eu ficasse seguro até que a minha mãe chegasse do trabalho no intervalo que ele precisava sair para trabalhar. E assim ele me deixava na locadora todo dia, durante uma hora.
Não preciso contar que essa era a hora mais esperada por mim durante o dia, né? Lembro até hoje da primeira vez que vi um jogo eletrônico na minha vida. Era o maravilhoso Super Mario World, com toda aquela magia dos jogos do Super Nintendo. Foi paixão a primeira vista.
Na locadora, descobri os videogames, conheci grandes amigos, aprendi sobre a vida, trabalhei, e vivenciei histórias inesquecíveis. Era o meu espaço favorito no mundo. Um cantinho para encontrar com a turma, falar sobre as coisas que eu gostava e me divertir. As locadoras estiveram presente em cada etapa da minha infância, até o momento em que eu cresci e elas simplesmente desapareceram.
Desses momentos na locadora, vieram as paixões por games, claro, e o sonho de, através dos videogames, proporcionar momentos tão divertidos e únicos para as pessoas. E foi assim que comecei a escrever sobre jogos e a contar as minhas histórias desse tempo memorável. E é por isso também que a coluna Papo de Locadora existe agora.
Passado comum
Assim como a maioria de vocês que acompanham o Jogo Véio — seja no Facebook, no site, na revista, ou no Podcast — eu praticamente nasci e cresci jogando videogames e assistindo TV, além de aprontar bastante na rua. Por isso, quase tudo que vivi envolve cartuchos, consoles, desenhos, filmes, brincadeiras de rua e grandes amigos, de uma forma ou de outra.
Tudo isso faz parte das minhas melhores lembranças da infância. Assim como eu imagino que façam parte das memórias de vocês também, já que tivemos praticamente uma infância compartilhada, com muitos momentos em comum, mesmo em diferentes lugares do Brasil.
Você certamente jogou em locadoras, assistiu aos Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete, comprou gomas de mascar com os anéis do Capitão Planeta, colecionava tazos da Elma Chips, pegou a febre Pokémon, ouviu muito Raça Negra — nem todos, eu sei — e se divertiu bastante com os amigos, não foi? Se você respondeu “sim” para pelo menos uma dessas opções, você deve concordar comigo que vivemos muitos momentos incríveis nesses anos de ouro, certo?
São justamente as histórias que cercam todas essas coisas que tanto amamos no passado que contarei aqui, na coluna Papo de Locadora. Momentos inesquecíveis nas saudosas locadoras de videogame. Reproduções desastrosas dos combates de Yu Yu Hakusho em casa na ausência dos meus pais. Sagas intermináveis em busca de um jogo raro. Peraltices de criança inspiradas em desenhos. E tudo que você imaginar deve pintar por aqui, já que eu adoro contar histórias.
Em casa
Gosta de videogames, desenhos, animes, filmes e séries clássicas? Então você está no lugar certo. O Jogo Véio é o nosso Asilo, quer dizer, o nosso espaço para relembrar, conhecer, debater e se divertir com tudo isso. E, se a sua “praia” são as histórias que cercam esse mundo mágico da diversão retrô, temos um encontro marcado aqui, na coluna Papo de Locadora, nesse mesmo site. Até a próxima, amigos.