Voltamos até o ano de 2001 para conferir como foi a recepção do lançamento do Game Boy Advance através das histórias páginas da revista Nintendo World #32. Confira.
32-bit de bolso
Era abril de 2001, quando chegava às bancas, pela Editora Conrad, a edição nº 32 da revista Nintendo World, a publicação oficial sobre a Nintendo no Brasil. Na capa, contudo, nada de um grande título que marcaria o ano. Mas, sim, um pequeno/grande videogame que marcaria a história dos jogos eletrônicos.
Foi nessa edição, que custava R$ 4,90, que a Nintendo World anunciava o tão aguardado novo portátil da Nintendo. Segundo o título gigante da capa: “Tá na mão! Game Boy Advance, o novo portátil chegou para destruir”.
Pela capa, que trazia um GBA enorme rodando o jogo F-Zero Maximum Velocity, já dava para ter ideia de que essa não era uma edição comum. Entre os destaques da publicação, estavam ótimos jogos, como Alone in The Dark, Mario Party 3, Tony Hawk 2 e Contra. Além dessas novidades, a revista também contava com dois detonados de peso: Pokémon Stadium 2 e Conker’s bad Fur Day.
Pequeno gigante
Mesmo com tantos grandes títulos, a maior atração da Nintendo World #32 era, sem sombra de dúvida, o GBA, que chegava na redação no mesmo dia do lançamento japonês, causando alvoroço entre a turma que fazia a revista, como disse o editor Pablo Miyazawa no editorial: “era todo mundo em cima, querendo dar uma olhadinha, matar a curiosidade e curtir um tempo na boa companhia de Super Mario, F-Zero e outros games legais“.
Se hoje, com a informação chegando para os jogadores e para a mídia especializada em tempo real, a empolgação com a chegada de um novo videogame já é gigante. Imagina em 2001, quando poucas pessoas tinham acesso real à internet e as revistas de videogame ainda eram um das principais fontes de informação.
Sendo assim, não era de se esperar menos do que a manchete da matéria sobre as primeiras impressões do GBA. Em letras garrafais, estava escrito: “O FUTURO ESTÁ EM SUAS MÃOS!”. E, para completar, o subtítulo: “O Game Boy Advance nasceu… e nada mais será como antes!“.
O futuro nas nossas mãos
A matéria, que já trazia uma linda imagem do portátil da Nintendo, era assinada por Pablo Miyazawa e Eduardo Trivella, dois velhos conhecidos do jornalismo gamer, e que logo nas primeiras linhas do texto, trouxeram bem o panorama que cercava o lançamento do GBA no Japão. Segundo eles: “filas quilométricas, consoles, cartuchos e acessórios esgotados, comerciantes felizes da vida e consumidores mais ainda”. Assim foi o cenário da chegada do GBA no Japão, em 21 de março de 2001.
O sucesso no Japão, contudo, parecia ser pequeno perto do que poderia rolar no restante do mundo. O lançamento ocidental estava marcado para 11 de junho, incluindo o Brasil. E nas Américas, esperava-se vender 500.000 cópias nos primeiros dias e manter uma produção de dois milhões de consoles por mês logo em seguida. E motivos para esperar isso a revista mostrou, como o preço de US$ 99,95 (o Game Boy Color custava US$ 79,95) e os games saindo entre US$ 29,95 e US$ 39,95.
E isso sem falar na avalanche de títulos. Veja só o quadro com os principais lançamentos para o console publicado na revista:
As melhores impressões
Enquanto não chegava por aqui, o time da Nintendo World pôde colocar ás mãos no console e contar para os milhares de leitores como era a experiência de jogar no novo portátil da Nintendo. E, em alguns casos (a maioria, provavelmente), essa seria a primeira vez que se saberia como o 32-bit de bolso era de verdade.
Segundo as impressões do time, o GBA “parece menor, mais fino, mais leve, a tela mais esticada”, ao ponto que era mais confortável de jogar, “se assemelhando a um controller de Super Nintendo”.
Além da mudança visual e de jogabilidade (novos botões foram acrescidos em comparação aos modelos anteriores do Game Boy), outra novidade comemorada pela redação foi a retrocompatibilidade com os jogos dos Game Boy já lançados. Mas o grande chamariz foi mesmo os visuais dos jogos.
Nas palavras da dupla de redatores: “quando os engenheiros da Nintendo projetaram o menino, buscaram criar algo que melhorasse sensivelmente a qualidade dos games portáteis”. E com as melhorias do GBA, “personagens, monstros, carros, etc, podem ser retratados com muito mais realismo”, graças, principalmente, ao novo processador de 32-bit.
E se é de números que você gosta, a revista explicou direitinho a performasse do console, deixando o leitor ainda mais empolgado com tanto poder na palma da mão.
Doidos para jogar
A empolgação da galera era tanta, que até o que muitos apontam como uma das maiores falhas do console (a falta de iluminação própria na tela), foi marcado como ponto positivo pela revista. Segundo os redatores, “se a tela do GBA tivesse iluminação própria, seria impossível jogar em ambientes abertos, com incidência direta de luz do sol. Sem falar que a tela reflexiva barateira o custo de produção do aparelho e ainda economiza pilhas.”
A matéria de capa dessa edição aindaa reservava algo bastante criativo e interessante. Além dos redatores deixarem suas impressões sobre o console, outros membros da Nintendo World puderem dizer o que acharam do console.
E, melhor ainda, pessoas que nem faziam parte da redação da revista foram chamadas para opinar sobre o novo console do momento. E, claro, os comentários são ótimos.
Era ou não era para embarcar no trem do hype com essa matéria da revista Nintendo World? O melhor mesmo era fazer como a revista recomendou no final da matéria: “vá economizando a mesada”.
E você, caro leitor? lembra de como foi que você conheceu o Game Boy Advance? Conta aí para gente nos comentários.