A franquia Bomberman completou quarenta anos em 2023. Criada pela Hudson Soft como uma tech demo, a série logo estreou nos computadores caseiros (ZX Spectrum, Sharp MZ-700 e outros tantos concorrentes da mesma época) e fez sucesso o suficiente para migrar para os consoles de mesa.
A versão de Famicom chegou ao mercado em meados de 1985, mas só caiu nas graças do público ocidental em 1989. Bingo! Desde então, tivemos inúmeras sequências, lançadas para uma miríade de plataformas.
Se me perguntassem o segredo desse sucesso, eu diria sem pestanejar que está em uma premissa divertida em sua essência. Bomberman é um jogo em que você explode blocos e adversários, e só. E é por ter essa consciência que as novas iterações da série apenas acrescentam detalhes, mas sem tentar reinventar a roda: novos itens e power-ups, mudanças cosméticas, gráficos atualizados e modos mais interativos. Mas ainda é um jogo sobre explodir seus amiguinhos e inimiguinhos, desde a sua origem.
Explodir e Competir
Lançado em 12 de setembro de 2023, Super Bomberman R 2 chegou para todas as plataformas atuais, incluindo PC, Switch e consoles das famílias PlayStation e Xbox.
A versão curta do review: tenha em sua biblioteca, especialmente para aqueles momentos em que você quer jogar com um amigo e não sabe exatamente o quê. Bomberman é divertido e objetivo, além de render boas risadas.
A versão longa começa exaltando o cross-platform, que permite que donos de diferentes sistemas possam jogar juntos. Isso torna mais fácil arranjar partidas e ter salas mais cheias por mais tempo, aumentando a durabilidade do game. E esse aspecto é essencial, pois a parte competitiva de Bomberman R2 é o seu grande chamariz, inclusive destacado no Menu Principal.
O modo Batalha traz opções online e offline, com diversos esquemas diferentes de jogo. No modo Castelo, por exemplo, você tem um gameplay assimétrico em que um jogador deve defender sua base e seus baús, enquanto o restante coleta chaves e tenta invadir, desviando de canhões, lâminas, lasers e outras armadilhas.
O jogador que defende pode customizar seu labirinto e dispor suas defesas à vontade. Mas o sistema de customização é confuso, principalmente na hora de girar os canhões para colocá-los na posição certa. Faltou um pouquinho da escola Mario Maker nisso.
No modo Cristais, o objetivo é coletar as pedras para marcar pontos, quem tiver mais ao fim da partida vence. Outra boa pedida é o modo clássico, no qual até 16 personagens se enfrentam em times. Mas a brilhância real e que faz o coração bater mais forte, é o modo Batalha 64, um battle royale explosivo.
Nesse modo, os 64 jogadores são alocados em mesas menores com 4 participantes para disputar um round. Ao fim do tempo estipulado, os sobreviventes devem correr para as salas restantes, até que reste apenas um jogador. Esse momento da corrida é estrategicamente importante, pois você pode coletar power-ups que estiverem largados pelas telas (mas não pode soltar bombas), além de escolher o local em que quer começar o round seguinte.
Cada participante tem duas vidas, mas elas podem ser recuperadas através de power-ups. Aliás, nesse modo é importantíssimo se equipar ao máximo e talvez seja o segredo para conseguir chegar até o final.
Super Bomberman R 2 também dispõe de um modo Editor de Fases, pra você criar suas próprias arenas. Inclusive, após terminar suas obras de arte, é possível compartilhar com outros jogadores. E aqui sim, tem a escola Mario Maker em sua essência!
Modo História para não pensar
Se você está sozinho e não quer ter fortes emoções, recomendamos que jogue o modo História. A trama é bem qualquer coisa e o objetivo é recuperar os Ellons, uma raça alienígena fofinha que tem poderes especiais. Navegue pelas porções do mapa, exploda blocos e inimigos, colete os Ellons e vá desbloqueando teleportes, novas áreas, pequenos enigmas e algumas partidas do modo Castelo.
A ação é meio enfadonha, principalmente no começo. Mas conforme seu personagem progride de nível, ele passa a andar mais rápido, soltar mais bombas, ter mais alcance e outras peripécias. Aí, mesmo que o pano de fundo não ajude, pelo menos dá pra se divertir explodindo e explorando, sem muitas preocupações.
Entre um trecho e outro, rolam cutscenes com a família Bomberman e é engraçadinho ver que cada um dos 8 irmãos tem personalidade própria. Aliás, o jogo está legendado em Português do Brasil, o que é ótimo. Em um menu ou outro os textos parecem vazar das caixas, provavelmente por excesso de caracteres. Mas dá pra ler bem e entender todas as instruções do jogo, sem nenhuma grande perda.
Que mais?
Jogar Bomberman rende moedas, que podem ser gastas na Lojinha do jogo. Com elas você pode liberar roupinhas, stickers para as bombas, coreografias, personagens e skins baseadas em outros jogos da Konami. Até o boneco do Fall Guys pode ser adquirido!
Sim, tem cosméticos de Metal Gear e Castlevania. Boa jogada, Konami.
E indo contra a péssima maré do mercado, esses itens não são obtidos através de microtransações, o que é ótimo. Mas para desbloquear tudo, você vai precisar jogar bastante. Bastante mesmo!
Na parte técnica, tudo muito bem. Bonito, bem polidinho, gráfico em 3D como já tem sido feito nos jogos mais recentes da série e trilha sonora fofinha. Nós testamos o jogo na versão de Steam e, mesmo usando SSD, tivemos algumas telas de load meio longas. Mas só isso.
Achar competidores para as partidas online foi bem rápido, sem lags ou quedas de conexão. Testamos em diversos horários e dias da semana e tudo correu bem.
Super Bomberman R 2 é uma opção segura e divertida de jogatina, seja para animar uma festa ou se você estiver com o espírito competitivo em dia. Compra certa!
Este review foi feito a partir da versão de PC (Steam). A key utilizada nos foi gentilmente cedida pela assessoria de imprensa da Konami.