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Abrimos o baú de relíquias do Véio para relembrar o que foi notícia em fevereiro de 1997, na edição nº 35 da revista Super GamePower, uma das mais queridas publicações especializadas em videogames do Brasil. Tem Nintendo e Sony. Vamos relembrar?

Deu nas bancas

Repletas de análises, detonados, dicas, truques e prévias, as revistas especializadas eram uma das únicas maneiras de se manter informado sobre os videogames na década de 1990. Por isso, quando uma edição nova chegava às bancas, era aquela correria da galera para ler e descobrir o que estava por vir nos próximos meses.

As informações dessas revistas eram valiosas para os jogadores. Quando alguém lia, já fazia questão de repassar a informação, fosse na locadora ou até no intervalo da escola, como deve ter sido o caso quando, em fevereiro de 1997, a revista Super GamePower foi lançada com matérias que rendiam assunto para vários dias de resenhas.

Chegando às bancas pelo preço de R$ 4,00, a edição # 35 da SPG trouxe uma bela ilustração do jogo Virtual Cop 2 estampando a sua capa. além de chamadas para Mega Man 8 (Saturn e PlayStation), Sonic 3D (Saturn), Casper (SNES), Killer Instinct Gold (N64), Donkey Kong Country 3 (SNES), Mr. Bones (Saturn) e Mortal Kombat 3 para Master.

Com tantos ótimos jogos, a SGP #35 já teria assunto para o mês todo. Contudo, na coluna Circuito Aberto, algumas notícias serviram para o Papo de Locadora da galera ficar ainda mais acalorado. Uma delas tinha a seguinte manchete:

NINTENDO QUER BOTAR O MUNDO TODO PARA JOGAR VIA REDE

Com algumas experiências de conexão por rede no Super Nintendo através do Satellaview, acessório lançado apenas no Japão, a Nintendo prometia revolucionar o mercado com uma nova forma de interação entre os jogadores.

Segundo a notícia, “a Nintendo também está na correria para entrar em rede. Com o seu último lançamento, o Nintendo 64, e um modem, ela espera interligar jogadores do mundo inteiro. Para isso já está em conversação com a Netscape para elaborar um rede que possibilite que a galera jogue os games via internet e não somente acessem pelo videogame.”

Como a revista destacou, a Nintendo planejava disponibilizar partidas “online” para os seus jogadores, dando a eles mais do que um simples acesso a aplicativos de interação ou de troca de mensagens. Para isso, a ideia era utilizar o 64DD, periférico que permitia a leitura de discos magnéticos de 64MB no console, em conjunto com um modem.

A notícia era animadora, mas também deixava claro que tudo ainda estava cercado de mistério: “não se sabe ainda se o modem vai ser acoplado ao 64DD, colocando uma saída telefônica nele, ou se vai ser vendido separadamente. Tudo depende da viabilidade do projeto, mas a Nintendo tem uma certeza: com esses lançamentos ela vai expandir consideravelmente o seu público”.

O futuro é logo ali

Ainda sobre a reportagem, a SPG lembrou que a SEGA foi a primeira a integrar seus aparelhos à rede com o NetLink do Mega Drive. Contudo, a intenção da Nintendo era superar sua grande rival através de funções novas e “colocando mais recursos, como salvar jogos, melhorá-los etc”.

Pelo visto, a Nintendo já planejava algo bastante similar ao que temos hoje, com partidas entre jogadores do mundo todo e até os DLCs lançados para melhorar o jogo e acrescentar novos conteúdos.

A Big-N só estava um pouco engana sobre a sua previsão de que “os novos games jogados via rede vão representar a maior área de crescimento do ramo nos próximos dois anos e, por isso, vai concentrar todas as suas pesquisas nisso.” Na verdade, as jogatinas online seriam, sim, o futuro dos games, mas só depois de quase uma década.

Roupa nova

Enquanto a Nintendo fazia os donos de N64 sonharem com a possibilidade de jogar online, a Sony preparava um novo modelo para o PlayStation, como dizia a SPG na página nº 11: “Essa informação é altamente secreta, mas nós vamos revelar. A Sony está elaborando um novo P.Station com outra cor e algumas modificações internas.”

Mais do que revelar o projeto, a Super GamePower teve acesso a informações concretas sobre o novo PlayStation. Segundo a nota, “de cinza o console passará para branco. Vai ser capaz de rodar vídeos com compressão padrão MPGE, que possui bem mais qualidade gráfica.”

Outras previsões, contudo, foram menos certeiras. Segundo a edição, as melhorias no novo PlayStation significam “mais ou menos que o P.Station vai virar um super videocassete, podendo rodar filmes e desenhos, além de melhorar melhorar bastante a qualidade dos próprios jogos. O mais legal é que esse dispositivo vai ser capaz de detectar se o CD que está sendo usado é pirata ou não”.

Tempo de mistério

Acompanhar a indústria de jogos na década de 1990 era um desafio bastante prazeroso. Com informações escassas, muitos rumores, mistério e um pouco de ingenuidade, cada nova notícia, como essas duas que relembramos, fazia a galera especular por meses, até que uma nova nota, nas páginas de nossas revistas favoritas, surgisse para animar as conversas nas locadoras.

Bons tempos…


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Ítalo Chianca

Gamer que cresceu jogando com seus irmãos, lendo revistas sobre games e frequentando as antigas locadoras de videogame, hoje divide o seu tempo livre entre as jogatinas e os textos sobre games que costuma publicar no Jogo Véio e nos seus próprios livros (Videogame Locadora, Os videogames e eu, Papo de Locadora, Game Chronicles e Gamer).

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