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Abrimos o baú de revistas do Véio para relembrar como as revistas de videogame receberam o lançamento de Ristar para Mega Drive. Será que o game da Sonic Team recebeu ótimas notas? Ou será que os jogos em 32-bit lançados em CD não fizeram os redatores enxergarem o brilho dessa obra? Relembre. 

Brilho ofuscado

Lançado para Mega Drive e Master System em 1995, Ristar tinha tudo para se tornar um dos jogos mais bem sucedidos dos consoles da Sega. A fórmula parecia perfeita: jogo de plataforma 2D, lindos visuais, trilha sonora caprichada, jogabilidade original, desafio na medida e um time de peso por trás (dos mesmos responsável pela trilogia Sonic no Mega Drive).

Infelizmente, o sucesso nunca chegou para Ristar, encerrando a trajetória da estrela cadente da Sega no primeiro e único jogo lançado. E parte da falta de sucesso do título se deve ao momento no qual ele chegou às lojas. 

Em 1995, o mercado de jogos eletrônicos já recebia os primeiros grandes games da geração 32-bit. A própria Sega já tinha o Sega Saturn no mercado. Inclusive, não só o Saturn, mas o novo console dividia a atenção dos consumidores com o Sega CD, o 32X, o Mega Drive e, em alguns países como o Brasil, com o Master System.

Nova sorte

Hoje, com a facilidade de informações sobre os jogos do passado e as diversas coletâneas da Sega lançadas para plataformas atuais, Ristar deixou de ser apenas mais um game obscuro na biblioteca do Mega Drive e do Master System. A produção da Sonic Team é adorado por muitos fãs, principalmente aqui, no Jogo Véio.

Caio Hansen, o evangelizador de Ristar, com o pequeno Marco em evento do Jogo Véio, em 2018

Qualquer pessoa que já tenha ouvido um episódio do Jogo Véio Podcast, seja qual número for, com certeza escutou o Caio Hansen, nosso host estrelado, comentar sobre a sua paixão pelo jogo.

Assim como ele, muitos outros fãs veneram Ristar como um dos mais injustiçados jogos de plataforma da década de 1990. Mas e na época que ele foi lançado? Será mesmo que ele não recebeu a atenção que merecia nas revistas da época?

Chegada às bancas

Ristar foi lançado mundialmente em fevereiro de 1995. Mesmo no Brasil, onde o jornalismo de games enfrentava as dificuldades de ter fontes escassas de informações e de contar com poucos profissionais especializados, não tardava para os jogos estamparem as páginas das nossas publicações.

Geralmente, no mesmo mês de lançamento o jogo já era notícia por aqui. Quando muito tardava, era no mês seguinte. Dependia muito do período de fechamento da edição. No caso de Ristar, já em fevereiro o game foi notícia na revista Ação Games nº 77.

Nessa edição — que contava com detalhes de Mortal Kombat 3, Mega Man X2 e o teste do PlayStation pelos pilotos da revista —, Ristar conseguiu ganhar a sua própria chamada de capa no meio de jogos de peso.  No Mega Drive, por exemplo, Pac Man 2 e Top Gear 2 eram os destaques da edição 77.

Sem brilho?

Com direito a matéria de página dupla, a equipe da Ação Games recebeu Ristar com pouco entusiasmo. Segundo a publicação, mesmo o jogo lembrando os cenários multicoloridos de Sonic, o “cart tem estrutura simples e é baba nos dois níveis de dificuldade (normal e hard).” 

A dificuldade, no entanto, nem foi o maior problema do jogo para a Ação Games. “Para um personagem que pretendia ser marcante a Sega pisou na bola: o game tem poucos inimigos, poucos itens e a estrela-herói tem uma só arma; seus braços longos. Ficou faltando um tempero.”

Além do detonado com várias dicas, a revista deu boas notas para o jogo, com 3/5 para som, desafio, diversão e originalidade. Os destaques foram para gráfico (4/5) e jogabilidade (5/5). Mesmo assim, a conclusão não livrou Ristar das críticas. Segundo a Ação Games, “faltam inimigos e macetes pelo caminho. Os cenários são um arraso, mas o esquema é sempre igual e cansa”. 

Estrela internacional

Ainda em fevereiro de 1995, Ristar chegou às páginas da revista Super GamePower nº 11. Embora não tenha ganhado destaque na capa que trazia um Wolverine enfurecido divulgando o seu jogo Adamantium Rage, Ristar recebeu um tratamento especial. Ou melhor: internacional.

A matéria publicada na Super GamePower nº 11 era uma tradução do texto lançado na revista americana GamePro, edição Nº 67. Na época, existia essa parceria entre as duas revistas que rendia matérias exclusivas e bem bacanas, mostrando para o leitor brasileiro um pouco de como os americanos analisavam os jogos por lá.

No caso de Ristar, a recepção foi média. Para o redator da GamePro, “embora não seja uma ameaça aos grandes da Sega, os gráficos luxuosos e plataformas desafiantes fazem com que o nosso novo herói mereça o seu lugar no céu”. 

Mas com tantos grandes jogos saindo na época, os problemas apontados pela revista podem ter espantado um pouco o público, mesmo sendo um game “ultra colorido e com gráficos no estilo cartoon”. Segundo a edição, “a queixa fica por conta da velocidade que não chega nem aos pés de Sonic ou de seu companheiro, Knuckles.”

As críticas quanto a falta de desafio também estiveram presentes na Super GamePower. “Mesmo no último nível, os veteranos chegarão sem problemas às fases finais”. Contudo, Ristar recebeu boas notas, com destaque para os gráficos com 4.5/10. Controle 4.0/5.0, Som 3.5/5.0 e Diversão 4.0/5.0 completam o pacote. 

Eterno Ristar

Infelizmente, outras publicações especializadas nem chegaram a cobrir o lançamento de Ristar. As revistas Gamers e Videogame passaram batidas nas suas edições de fevereiro e até dos meses seguintes, deixando uma parte do público brasileiro sem sequer ter a chance de saber mais sobre o título.

E nas páginas da Jogo Véio? Ristar ganhou matéria na quarta edição impressa da nossa revista da casa, claro! E você pode adquiri-la acessando a nossa Loja do Véio!

Nas poucas páginas que o jogo ganhou, porém, fica claro que quem experimentou Ristar, mesmo com algumas falhas, gostou da experiência e se divertiu. E, como concluiu o redator da GamePro no texto publicado na Super GamePower, “Ristar pode não ser a nova supergaláxia dos games, mas é uma boa escolha para os jogadores menos experientes.”

E nós ainda reiteramos: Ristar é uma boa escolha para qualquer jogador.


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Ítalo Chianca

Gamer que cresceu jogando com seus irmãos, lendo revistas sobre games e frequentando as antigas locadoras de videogame, hoje divide o seu tempo livre entre as jogatinas e os textos sobre games que costuma publicar no Jogo Véio e nos seus próprios livros (Videogame Locadora, Os videogames e eu, Papo de Locadora, Game Chronicles e Gamer).

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