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Sabe aquele RPG que você está jogando para dar aquela relaxada no fim de semana e quando vê está irritado porque não é capaz de deduzir quais são os próximos objetivos do jogo pela informação disponibilizada? Tem dias que andar incansavelmente pelo mundo somente para encontrar aquele item escondido onde Judas perdeu as botas com o objetivo de abrir uma porta não é a melhor opção. Em dias como esses, Summon Night: Swordcraft Story pode ser uma ótima solução!

Quer bons motivos para deitar no sofá no sabadão com uma pizza, uma garrafa de suco e um Game Boy Advance para jogar este RPG até o fim? Continue lendo e tire suas conclusões.

A história de ferreiros

A série Summon Night teve seu primeiro título lançado em 2000 para o PlayStation, que nunca chegou ao ocidente. Trata-se de um RPG tático que explora o lado infantil da arte japonesa. A saga expandiu-se e ganhou sequências e vários spin-offs, como Summon Night: Swordcraft Story.

Mesmo não fazendo parte da linha do tempo original de Summon Night, os acontecimentos deste jogo se passam no mesmo mundo ficcional: Lyndbaum, uma rica terra que lembra os tempos medievais, mas com tecnologia steampunk.

Neste episódio, a pacata cidade de Wystern conta com um grupo de sete mestres chamados Craftlords para protegê-la. Há três anos, o craftlord de aço, Shintetsu, se sacrificou para salvar sua família e toda a cidade, tornando-se uma lenda entre os habitantes da cidade. Nos dias atuais, um torneio para escolher um sucessor ao posto de craftlord de aço foi aberto e é tarefa do jogador, que representará o filho(a) de Shintetsu nessa competição, de ascender à posição de herói de Wystern.

O jogador terá que lidar a todo momento com o aprendizado de novas técnicas, escolher prioridades sobre amigos a fim de não magoar os sentimentos de outros e, acima de tudo, lutar diariamente em um torneio enquanto tenta salvar a pele de todo mundo.

Por que Summon Night: Swordcraft Story é especial?

A narrativa deste jogo pode não ser algo tão inovador ou cativante assim, mas há vários elementos em Summon Night: Swordcraft Story que podem deixar o jogador preso atrás da pequenina tela de LCD do console portátil. Uma delas é o sistema de forja de armas.

Os craftlords são conhecidos tanto por suas habilidades em forja de armas quanto na manipulação destas. Isso significa que você não irá ao mercado comprar espadas como sempre faz na maioria dos RPGs, mas as forjará no fundo da sua própria casa (ou da casa do seu mestre ferreiro para ser mais exato). Basta ganhar as habilidades de forja, conseguir os materiais e sair fazendo a arma que quiser. Além disso, é possível reutilizar parte dos materiais ao “desmontar” as armas e forjar novas, tornando este sistema algo interessante para o jogador. Para aqueles que não curtem a boa e velha espada, há cinco tipos de armas para escolher: espada, machado, lança, knuckle e drill, todas bem balanceadas e com características diferentes de luta.

Outro ponto que não passará despercebida é o próprio sistema de batalhas. Ao contrário da série principal de Summon Night, aqui você entrará em batalhas estilo action RPG (parecido com Legend of Mana, mas em 2D).

Além do mais, como mencionado anteriormente, o jogo todo é bem direto e o jogador não terá que se preocupar em ter que andar por horas em uma cidade desconhecida para encontrar um item ou evento que o fará progredir. Basta seguir o que os NPCs falam e a curva de crescimento e narrativa do personagem principal continuará constante, sem interrupções. Isso não quer dizer que não há exploração em Summon night: Swordcraft Story. Pelo contrário, há uma dungeon com 100 andares que pode ser explorada até mesmo quando o jogo é finalizado.

“Tô sem armas… ferrou!!”

O ponto negativo disso tudo aparece quando o jogador tem aquele senso de exploração e liberdade muito altos. Como este RPG te diz o tempo todo o que e onde fazer, pode ser que não chame tanto a atenção dos exploradores de plantão.

As escolhas

Durante o gameplay de Summon Night: Swordcraft Story, escolhas que afetam o final da narrativa são feitas a todo momento. A primeira e mais notável delas é sobre o personagem que será controlado. Pode-se escolher entre Cleru e Pratty, ambos no papel de filho de Shintetsu e Amariss.

Logo após este momento, as primeira direções no jogo determinarão qual o Guardian Beast o acompanhará pela jornada. As possíveis opções são: Sugar, uma fada que domina os poderes da água; Rasho, um demônio com habilidades de manipulação de fogo; Zantek, um mecanoide que controla eletricidade; e Kutty, uma fera que só sabe falar seu próprio nome e domina os poder elemental do vento.

Durante a campanha, você encontrará amigos e rivais com os quais poderá se encontrar ao fim de cada dia, modificando o curso dos acontecimentos narratológicos. Sábias escolhas deverão ser feitas para que o melhor final possa ser observado.

Um bom RPG para relaxar no fim de semana

Summon Night: Swordcraft Story pode não ser aquele jogo sensacional que ficará marcado em sua mente pelo resto da vida, mas vale a pena ser maratonado em um fim de semana para contribuir com o histórico de fantasia medieval dos véios apaixonados por RPGs. Boas mecânicas, uma história legal e não muito longa, personagens cativantes, a possibilidade de montar diferentes caminhos ao longo da jogatina e um nível de dificuldade balanceado contribuirão para que o jogador aperte o start na tela de título e não queira mais sair do mundo de fantasia.

Tem um GBA e gostaria de jogar mais RPGs? Que tal começar hoje mesmo com este belo título?

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Lucas Rodrigues

Gamer desde que tem memórias de sua infância, a paixão pelos videogames iniciou-se no Mega Drive e teve seu ápice no PS1 com os JRPGs (a franquia Final Fantasy foi a protagonista). Trabalha como analista de sistemas e designer de jogos. Possui mestrado em Imagem e Som em andamento pela Universidade Federal de São Carlos, onde desenvolve pesquisas sobre o mercado independente de jogos brasileiros. Sempre escolheu o Squirtle como pokémon inicial e possui alinhamento Neutral Good.

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