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No ritmo do nosso podcast especial sobre vilões dos videogames, vamos relembrar o maior vilão mexicano de jogos de faroeste lançados durante a geração 16-bit. Claro que estou falando de El Greco, arqui inimigo de Cormano em Sunset Riders.

Passado sujo

Todo grande herói precisa de um vilão à altura para tornar os seus feitos ainda maiores e mais memoráveis. Mario tem Bowser. Sonic tem o Dr. Robotnik. Ryu tem M. Bison. E, como não podia ser diferente, Cormano possui um rival tão especial e marcante quanto ele. Inclusive, as semelhanças entre os dois é que tornam essa rivalidade ainda mais chamativa.

Assim como Cormano, El Greco, pelo pouco que se sabe sobre a sua biografia, cresceu no México, numa vila do interior, sem muitas oportunidades para crescer na vida. Especula-se que foi na busca por trazer uma vida melhor para ele e para a sua família que El Greco começou a praticar pequenos crimes até se tornar um dos homens de confiança de Sir Richard Rose, um dos maiores bandidos do Velho Oeste Americano.

Desde pequeno, contudo, El Greco já trombava pelos vilarejos americanos com Cormano, criando uma rivalidade conhecida pelos saloons. Mas foi somente quando iniciou os contrabandos para Rose que os dois tiveram os primeiros grandes confrontos.

Do México para o mundo

Infelizmente, a Konami divulgou pouco material sobre os protagonistas e antagonistas de Sunset Riders. O jogo, lançado primeiro para Arcades em 1991, e depois para Mega Drive e Super Nintendo, pouco explorou o passado dos personagens. Mas das escassas informações, sabemos que El Greco e Cormano já possuíam um passado de muitos encontros e desencontros. O primeiro deles para nós, jogadores, foi, infelizmente, o último para os dois.

Mas antes de relembramos desse fatídico dia, vale destacar as características desse grande e injustiçado vilão. El Greco, assim como Cormano, foi retratado em Sunset Riders como o típico mexicano de filmes de faroeste. Sombreiro, calça e poncho. Mas nada nele é convencional.

O que o destaca logo na primeira vista é o poncho rosa. O item é objeto das antigas civilizações da América do Sul e Central. Geralmente, eles são bastante coloridos e enfeitados, assim como o de El Greco. Outro destaque vai para o sombreiro, item tradicionalmente mexicano e visto também entre os vaqueiros do antigo sudoeste americano. Mas diferente dos sombreiros cor de palha vistos comumente, El Greco usa um de cor vermelha.

Estilo matador

Todo esse visual misterioso e folclórico o destacam logo na primeira aparição, quando ele surge no trem de Sir Richard Roses, imponente e tranquilo, esperando seus inimigos e os recebendo com a seguinte frase: “Die, gringo”. A pose, aliás, lembra a de um Jedi, da saga Star Wars. Mas nada de tecidos sem cor como os criados por George Lucas. Cores fortes e vibrantes eram o seu forte.

Contrabandear a mercadoria desse trem, aliás, é a sua missão em Sunset Riders. Provavelmente, uma carga bastante valiosa estava sob o seu domínio, por isso ele é capaz de dar a vida por sua missão contra Cormano e seus amigos. Mas essa não seria uma luta fácil, principalmente pelo arsenal de El Greco e suas habilidades.

Como arma, o vilão do velho oeste usa uma inusitada combinação de escudo metálico enorme e um chicote. Sim, um chicote. E além do mais, um chicote cor de rosa claro, que permite matar inimigos com apenas um golpe.

Vale destacar seu porte físico avantajado, diferente do perfil comum dos cowboys americanos da época, incluindo até seu chefe, o Rose. Imagine só levar uma chicotada de braços tão fortes…

Claro que o duelo seria difícil. Porém, o embate é bastante injusto. Quatro homens fortemente armados contra um único vilão sem armas de fogo é um dos duelos mais desequilibrados da história dos videogames. Somente assim para derrotar o nosso querido e inesquecível El Greco.

Tudo isso, aliás, por uma mera recompensa de U$ 50.000,00 por a sua cabeça. Maldita Konami.

Nas páginas da história

A vida de El Greco nos videogames foi bastante curta. Com apenas uma breve aparição em Sunset Riders, ele é derrotado por Cormano e os outros no duelo no trem. Mas, mesmo sem viver neste plano, sua alma e sua coragem vivem em seu maior inimigo.

Isso se dá logo após a queda de El Greco. Vendo seu velho rival sem vida, Cormano pega o sombreiro vermelho e segue o restante da jornada com o item cheio de histórias de um antigo fora da lei.

Nem todos que jogaram Sunset Riders, porém, conhecem esse temível vilão. Aqueles que jogaram apenas a versão do Mega Drive não tiveram o privilégio de tê-lo como inimigo, pois o personagem foi retirado, junto com diversas fases, da versão para o console da Sega.

Ao invés de enfrentá-lo, o jogador dá de cara com Papo Loco (outro vilão memorável, mas sem o mesmo estilo). Mas para aqueles que o enfrentaram nos arcades e no Super Nintendo, certamente não esqueceram desse incrível e inesquecível encontro.

E, como disse El Greco nos seus momentos finais: “Adios, amigo”


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Ítalo Chianca

Gamer que cresceu jogando com seus irmãos, lendo revistas sobre games e frequentando as antigas locadoras de videogame, hoje divide o seu tempo livre entre as jogatinas e os textos sobre games que costuma publicar no Jogo Véio e nos seus próprios livros (Videogame Locadora, Os videogames e eu, Papo de Locadora, Game Chronicles e Gamer).

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