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Estamos no ano de 2140, no longínquo planeta Titan. Em fuga, o agente Conrad B. Hart é abatido por mutantes e cai em uma densa floresta tropical. Por pouco não sofre um acidente fatal. Acorda sem memória, perdido num ambiente hostil, onde encontra um cubo holográfico que, para sua surpresa, possuía uma mensagem gravada por ele mesmo. Talvez um prenúncio do que estivesse por vir… Mistérios, ação, reviravoltas, assim começa Flashback, jogo de ficção muito aclamado por retrogamers em todo o mundo.

Desenvolvido pela Delphine Software em 1992, o título sci-fi chegou com tudo na época, agradando os gamers e a imprensa especializada. Com uma grande influência das obras de ficção científica, Flashback mais parece ter saído de uma trama escrita por Ridley Scott. No entanto, a mente por trás dessa viagem cyberpunk é a do francês Paul Cuisset, diretor e desenvolvedor que também foi o responsável por Future Wars, clássico de ficção da década de 1980, lançado para diversos computadores antigos.

Flashback: The Quest for Identity – história

O jogo gira em torno da saga do agente Conrad, que por algum motivo está sendo perseguido por alienígenas conhecidos como Morphs. E como o nome sugere, os Morphs conseguem se infiltrar entre os humanos por sua habilidade metamórfica (mas nada fofinho e bonitinho como as metamorfoses de Kirby).

Conrad precisa encontrar seu amigo Ian em New Washington a quem, já prevendo os problemas que enfrentaria, mandou uma cópia de sua memória em um cubo similar ao que encontrou com a mensagem já mencionada.

O protagonista adentra a floresta, superando alguns inimigos até que encontra o companheiro e tem sua memória reimplantada por ele. Seu pesadelo e a frenética jornada estão apenas começando. Após recuperar a memória, Conrad precisa voltar ao planeta Terra e impedir que os Morphs conquistem-no. Tarefa árdua de ser realizada, dando início a uma longa aventura..

Em busca de recursos

Para Conrad retornar ao seu planeta de origem, é necessário vencer um Game Show chamado Death Tower. Só assim ele poderá receber o passaporte para a terra. Se não bastasse isso, ele precisa conseguir documentos falsos para lutar até a morte (ou por sua vida) na torre. A fim de levantar uma grana para pagar os papéis nosso agente precisa arranjar um emprego que, sem esperar, coloca-o em mais perigo.

Tá pensando que a vida é fácil? Achou que seria um emprego com carteira assinada, horário de almoço e férias? Nada disso, Conrad muito menos teria direito a FGTS e seguro desemprego. Então, a duras penas, Conrad consegue resolver seu problema financeiro entre uma missão e outra até que seus papéis de procedência duvidosa estejam todos pagos.

Procurado vivo ou morto

Mais uma reviravolta acontece e os Morphs infiltrados descobrem os planos de Conrad e o perseguem arduamente numa tentativa desesperada de impedir o avanço do protagonista. Conrad escapa e vence a Torre da Morte. Ele consegue seus documentos falsos e o levam para um lugar além do esperado. Conrad pega um táxi até um clube e lá descobre o esconderijo dos Morphs.

Ele se esconde no duto de ventilação e espiona os planos dos aliens que tratam sobre o plano de dominação do nosso planeta. Conrad é descoberto e preso. Em seu cativeiro, Conrad recebe a “visita” nada amigável dos morphs, que têm como objetivo eliminá-lo. Ele consegue escapar, encontra uma arma e investiga o covil.

Em outra cela, encontra mais um terráqueo chamado Philip Howard Clark, mas no momento que tenta ajudá-lo a escapar de sua cela, os dois são persuadidos por um morph. Este atinge Phillip, que, antes de morrer, entrega uma arma mais potente a Conrad.

Escapando

Juntamente com a arma, Conrad recebe o diário de Phillip, que planejava destruir o Master Brain (estrutura alienígena que controla a raça morph). Porém, antes de chegar ao cérebro de toda a raça alienígena, ele teria de destruir outra estrutura (um cérebro secundário).

Conrad resolve seguir com o plano do falecido Clark e, por sorte, encontra um teletransportador que o leva direto para o planeta Morph. Com a ajuda das informações contidas no diário, ele consegue atingir o objetivo, gerando um desmoronamento no planeta alienígena.

Por fim, em sua alucinante epopeia, ele consegue chegar a um hangar, fugindo em segurança salvando a humanidade da escravidão!

Guinness Book e outras informações

Pois é, amigos. Esse enredo bem elaborado, louco e instigante garantiu ao game um registro no Guinness Book, assim como Gunstar Heroes. Isso mesmo, o livro dos recordes. Tal condecoração foi conquistada por ter sido o jogo francês com a venda mais expressiva da história do país, tornando-se um bestseller imediato.

Flashback é uma game de ação e aventura, single player, multi plataforma, em 2D com estilo Cinematic/PlatformerÉ possível correr, pular, rolar, subir ou descer plataformas e interagir com objetos no cenário como elevadores e sensores. O combate é simples e direto – podemos atirar contra inimigos e socá-los caso estejam próximos.

O personagem carrega alguns itens como uma bateria recarregável que corresponde à sua vida, uma pistola com munição infinita, cartão de acesso em vários níveis diferentes, óculos que gera um escudo protetor contra os ataques de arma de fogo e outros itens que ajudam a colher informações.

Separados pelas areias do tempo

Flashback é notoriamente similar a títulos como Prince of Persia de 1989, principalmente em sua estética e mecânica do gameplay, como também possui descendência direta de outro título da Delphine: “Another World”, que apresenta várias similaridades.

O jogo apresenta uma trama envolvente, cheia de nós e reviravoltas que cativam os players que curtem essa temática.

Som e imagem

Visualmente, o game apresenta cores fortes e sólidas dando ênfase na ambientação em seus diversos cenários.

Um dos pontos fracos do título é a ausência de uma trilha sonora durante o gameplay, presente de forma tímida nas cutscenes na maioria do tempo. Nada que comprometa muito a experiência, mas traria um brilho especial. Trilhas sonoras marcam e enriquecem os jogos. Ainda sobre o gameplay, é muito interessante como a mecânica funciona nesse jogo. Existe uma fluidez nos movimentos que gera um efeito bem realista. Tal característica exige do jogador um timing perfeito na hora de executar movimentos de pulos à distância e rolagens para escapar do fogo inimigo.

Flashback foi lançado originalmente para MSDOS e depois para AMIGA, SNES e Mega Drive, sendo este último detentor da melhor versão do jogo, segundo seu criador. Em 2013 foi lançado um Remake para Xbox 360, PC e PS3 recebendo uma roupagem moderna e atraente, mantendo a estrutura clássica do título original.

Considerações finais

Com um roteiro interessante, protagonista carismático, juntamente a uma jogabilidade simples, porém atrativa, Flashback traz um clima de ficção que nos remete a obras de escritores como Arthur C. Clark e Isaac Asimov. Tais características renderam prêmios e é lembrado até hoje por gamers mundo afora.

Apesar do clichê envolvendo invasão alienígena que planejam dominar a Terra, o jogo propõe uma imersão em um universo que, de forma fluida e sem pressa, prende nossa atenção e cumpre com a missão: divertir.

Vídeo

Flashback: The Quest for Identity – Gameplay (Fonte: World of Longplays)


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