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O nascimento de X foi uma história comovente para todos os bons gamers dos anos 90. Vimos um pequeno caçador buscar justiça através de árduo trabalho para se tornar mais forte a cada dia. Perdas, luta, sacrifício e suor (ou seria faísca?) derramado durante a guerra entre Reploids.

A hora de aposentar um dia chega. Entretanto, contrariando o pensamento de muitos, não foi em Megaman X5 que os Maverick Hunters mais famosos dos videogames deixaram as teias de aranha acumularem em seus canhões. A polêmica sequência de um título que sepultou o tão admirável Zero chegou aos consoles de 32 bits para trazer uma aventura ainda mais emocionante. Confira um pouco sobre Megaman X6, um jogo com relação de amor e ódio entre os entusiastas da franquia.

Seguindo em frente

A morte é uma das únicas certezas de nossa trajetória como seres vivos. Só quem conhece a dor da perda de um amigo sabe como é difícil se levantar e continuar em frente enquanto aquele vazio no peito nos consome silenciosamente. Mas, infelizmente, não há outra coisa a fazer.

Por mais que X tenha se superado e talvez alcançado o ápice de seu poder com a Ultimate Armor do último episódio, a perda de seu parceiro foi algo inesperado. Portando a Z-Saber e as memórias dos bons momentos que passou com Zero, estava na hora de erguer a cabeça e continuar seu trabalho em um mundo devastado pelos Mavericks.

Morte de Zero em Megaman X5

Apenas três semanas após o incidente com a colônia espacial Eurasia, somente destroços são encontrados na superfície terrestre, forçando a raça humana a viver em cidades subterrâneas. Reploids foram mandados para a superfície tentando tornar aquele caos em algo habitável novamente. Durante uma dessas missões de paz, o reploid cientista Gate encontra uma peça bem peculiar e a utiliza para alguns de seus estudos.

Gate não faz ideia da roubada em que se meteu…

É você, Zero?

Retomando a vida de Maverick Hunter, um ataque inesperado de um mechaniloid requer o deslocamento de X para a área sob fogo inimigo. Aqui o nosso herói descobre uma figura roxa muito conhecida: a de Zero. A esperança de rever seu velho amigo paira em sua mente.

Logo em seguida, uma figura imponente denominada High Max o segue, dizendo que trata-se do Zero Nightmare. Não há explicação neste momento para o que isso significa, mas trata-se de clones fantasmas de Zero feitos por Gate. Para acabar com a ameaça, investigadores são mandados para diferentes áreas e uma caça ao Zero é iniciada. Tentando obter mais informações sobre o que está acontecendo e também para defender a índole de seu falecido companheiro, X se arrisca em diversos tipos de situações, como sempre esperamos de um jogo dessa série.

Durante sua jornada em Megaman X6, o pequeno reploid azul destrói Zero Nightmare e reencontra seu antigo amigo. Como Zero foi reparado é um mistério até hoje (cabe àqueles que gostam de uma boa teoria da conspiração dizer como esse processo foi realizado), mas ele está novo em folha (e com uma nova espada que… bom, parece aqueles sabres de luz de plástico que compramos em lojas de R$1,99).

Como sempre, Sigma está por trás de tudo. Cabe à melhor dupla, reunida novamente, colocar um ponto final nessa história.

Novidades

Embora apresente praticamente as mesmas mecânicas de seu antecessor, Megaman X6 traz algumas novidades ao gameplay. A que merece maior atenção é o efeito Nightmare. Ele pode se manifestar de vários jeitos durante as fases, como deixar toda a tela escura, chuva de meteoros, blocos que aparecem em seu caminho, insetos e outras coisas que atrapalharão seu percurso. Esses fenômenos são ativados de acordo com a ordem que o jogador derrota seus inimigos.

Outra coisa a se notar são pequenos inimigos voadores com tentáculos que só servem para fazer o jogador passar raiva! Seu nome é Nightmare Virus.

Eles tendem a se fundir com alguns reploids que devem ser salvos espalhados pelas fases. Quando derrotados, uma pequena bola azul é criada com sua alma. Colete-a rapidamente ou o inimigo voltará à vida. Quando coletadas, as essas esferas garantem Nightmare Points a X ou Zero. Quanto mais pontos forem coletados, mais espaços disponíveis para equipar novos power-ups.

Polêmica

Megaman X6, mesmo sem contar com a presença de Keiji Inafune, provou ter sido um ótimo jogo no Japão. Suas vendas foram excelentes na semana de seu lançamento e o título recebeu ótimas notas da crítica. Entretanto, no ocidente a história foi diferente. A EGM (Electronic Gaming Monthly), inclusive, chegou a dar a nota 3,5 para o jogo. Entre as maiores críticas da mídia estão o gameplay, elementos repetitivos das fases e dificuldade excessiva.

Um dos estágios com melhor trilha sonora do jogo (baseada em Final Countdown)

Convenhamos, dar uma nota negativa para um jogo apenas por sua dificuldade não é uma atitude muito boa. Isso pode ser um problema de falta de treino, pois jogadores se acostumam com as mecânicas com o tempo e são capazes de prever os movimentos dos inimigos. Talvez essa questão pode ser refletida um pouco com a constante queda de dificuldade que houve nos jogos anteriores.

Para um entusiasta da série, dificuldade não é um problema, é diversão!

Acha que Megaman X6 é difícil? Vai lá jogar Nintendinho então, rapaz!

Megaman X6 entre a cruz e a espada

Um enredo que traz de volta do reino dos mortos um personagem que mudou totalmente a trajetória dos seus próximos jogos na Capcom, mecânicas emprestadas do seu jogo anterior, novos elementos para tentar dar uma encorpada no gameplay, acréscimo na dificuldade. Tudo isso é o tempero de um dos jogos mais falados da série, que divide a opinião dos gamers até hoje.

Alguns amam, outros odeiam. Essa relação acaba sendo uma realidade para a maioria dos clássicos de fim de geração. Quem sabe se o PlayStation 2 já não estivesse ganhando espaço no mercado há um ano antes do nascimento de Megaman X6 (lançado em 29 de novembro de 2001 no Japão) a história pudesse ter um final melhor.

Enfim, a despedida de X dos consoles de 32 bits, para esse véio que se emociona facilmente, foi uma aventura digna de todas as horas de jogatina dedicadas ao console que já estava fraquinho e manchado, fazendo os olhos se encherem d’água. Aqui nos despedimos de mais um herói da nossa infância (pelo menos até o lançamento de Megaman X7 para a próxima geração de consoles). Vida longa à dupla X e Zero!

Dicas

Quer encontrar as armaduras e não sabe por onde começar? Dá uma olhada nesse vídeo do Canal Jogo Véio:

Vídeo

Megaman X6 – Gameplay (Fonte: World of Longplays)

Extra: música

Jogo Véio merece música véia! Ouça a trilha da fase de Infinity Mijinion, que lembra bastante o clássico The Final Countdown.

Megaman X6 – Weapon Center Song (Fonte: bbmegamanbb)

The Final Countdown (Fonte: EuropeVEVO)

 

Picture of Lucas Rodrigues

Lucas Rodrigues

Gamer desde que tem memórias de sua infância, a paixão pelos videogames iniciou-se no Mega Drive e teve seu ápice no PS1 com os JRPGs (a franquia Final Fantasy foi a protagonista). Trabalha como analista de sistemas e designer de jogos. Possui mestrado em Imagem e Som em andamento pela Universidade Federal de São Carlos, onde desenvolve pesquisas sobre o mercado independente de jogos brasileiros. Sempre escolheu o Squirtle como pokémon inicial e possui alinhamento Neutral Good.

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