Muito antes de ser conhecida por franquias milionárias como Castlevania, Metal Gear e Pro Evolution Soccer, a Konami já se embrenhou em títulos cujas propostas eram bem mais simples, e igualmente divertidas. Aqui mesmo no Jogo Véio nós já lembramos de Circus Charlie, jogo em que você controla um palhacinho fazendo acrobacias no circo. Sem ser pretensioso ou megalomaníaco, é só aquilo e pronto.
Magical Tree (ou Árvore Mágica, na tradução literal) segue essa mesma premissa: você está no controle de um pequeno índio (cujo rosto está sempre voltado para o lado) e tem que escalar uma árvore bastante alta, sempre se esquivando de inimigos e se agarrando em cipós. Sem tramas e subtramas, sem mistérios ou reviravoltas. Índio, cipó, árvore e fim.
Simplicidade é o caminho
Mesmo que os objetivos sejam sempre muito claros, isso não quer dizer que o jogo não tenha alguma dose de desafio ou de tensão envolvida. Para chegar até o final da aventura, é preciso escalar os 2.000 metros da árvore, divididos em ‘fases’ de 100 metros. Ao final de cada pequeno percurso, o tronco da árvore se divide em dois e você é obrigado a atravessar uma pequena tempestade, com direito a nuvens cinzentas que disparam raios, mais inimigos espalhados pelas plataformas e até mesmo a uma musiquinha mais densa.
Por outro lado, já que essa fórmula se repete de cabo a rabo durante a subida, você acaba se acostumando com o tempo e logo vai estar achando graça do que deveria ser um aumento no grau de dificuldade do jogo.
Diferente de boa parte dos games de plataforma da época, Magical Tree se apresenta como um jogo de progressão vertical. Para avançar entre uma fase e outra, só pulando de galho em galho, tomando sempre cuidado com as corujas que saem da cavidade das árvores, animais que vivem pendurados nos cipós, além é claro, de manter os olhos bem abertos para não errar nos saltos e cair por alguns metros. Se isso acontecer, você não morre, mas é obrigado a subir tudo de novo.
Durante a sua jornada, você pode coletar itens que aumentam a sua pontuação, mas nada além disso. Flechas, adagas, diamantes (que surgem magicamente de dentro das árvores, e talvez venha daí o nome do jogo, vai saber) e frutas. Derrubar maçãs dos galhos sobre a cabeça dos inimigos é a única maneira de derrotá-los. Pular sobre eles? Morte certa. Então só dá pra ir desviando, seja por cima das plataformas ou pendurado nelas.
Os inimigos se movimentam de maneira bastante repetitiva, então acaba sendo mais fácil você morrer por imprudência e impaciência, que por falta de habilidade. Um bom exemplo disso está nas corujas, que levam um tempão para voltar para dentro do tronco, obrigando você a esperar imóvel para passar, ou partir pra ousadia (que nem sempre dá certo).
O máximo de aleatoriedade que você vai encontrar em Magical Tree é um raio perdido aqui e ali, já que as nuvens se movem rápido e não dão nenhum indício de onde vão aparecer. Mesmo assim, avançando com um pouco de cautela, tudo acaba dando certo.
Um clássico obscuro
Magical Tree não entra em nenhuma lista de melhores jogos, nem da Konami, nem do MSX. Fica evidente que o jogo foi feito visando um público mais jovem. Sendo assim, se você aí, todo barbudão, terminar a aventura sem se sentir ameaçado em nenhum momento, não há muito do que se orgulhar.
Nos aspectos técnicos, não dá pra tecer nenhum comentário muito profundo. Os gráficos são legais, coloridinhos, com um quê de jogo de plataforma da década de 1980 (o jogo é de 1984). As músicas se repetem o tempo todo, mas isso já era meio que um padrão pra época, então também não chega a comprometer a diversão em nada.
Já a jogabilidade é boa, por mais que os saltos do indiozinho às vezes pareçam meio travados, sem muito molejo. Você se acostuma rápido, se cair a culpa é toda sua!
Considerações finais
Seguindo a mesma fórmula de vários outros jogos lançados na mesma época, a Konami conseguiu entregar um produto bem básico, mas que diverte e não compromete. Quer dar uma espairecida? Joga Magical Tree, vai escalando de galho em galho até encher o saco e pronto.
Parando um pouco pra pensar aqui, até que o jogo lembra um pouquinho a cena da fuga de Samus do planeta Zebes, em Super Metroid. Talvez se a tela fosse subindo e te forçando a acelerar a subida, aí sim estaríamos diante de um verdadeiro terror!
Vídeos
Magical Tree Speedrun – (Fonte: Cloudiar)