Depois de encarar o Carnificina em Maximum Carnage, Homem-Aranha e Venom unem forças novamente para deter uma nova e poderosa ameaça em Separation Anxiety, game de pancadaria lançado para Mega Drive que jogamos na locadora do Véio.
No embalo
Depois da excelente recepção de Spider-Man and Venom: Maximum Carnage, game que conseguiu como poucos adaptar uma HQ para os videogames, a Software Creations, em parceria com a Acclaim Entertainment, desenvolveu Venom/Spider-Man: Separation Anxiety, uma sequência para os consoles 16-bit (depois portado para PC) de seu sucesso anterior.
O game, que chegou às prateleiras em novembro de 1995, reutilizou a fórmula de seu sucessor, buscando mais uma vez inspiração nas HQs do Homem-Aranha para ambientar um desafiador título de “briga de rua”.
Dessa vez, a inspiração veio das séries em quadrinho Venom: Separation Anxiety e Venom: Lethal Protector. Nelas, Venom deixe um pouco de lado o seu papel como inimigo do Spider para agir como anti-herói na luta contra Fundação Vida e os cinco simbiontes criados a partir das características do próprio protagonista.
Em time que está ganhando…
À primeira vista, Separation Anxiety não apresenta grandes mudanças em relação a Maximum Carnage. A estrutura do jogo é a mesma, com ênfase nos combates frenéticos (socos, voadoras, defesa, arremesso de objetos, salto com as teias), hordas de inimigos surgindo de todas as direções, chefes de fase de enlouquecer qualquer um e dezenas de referências aos quadrinhos.
Toda essa ação é acompanhada de belos gráficos, com destaque para a modelagem e movimentação caprichada dos personagens. A impressão é de que melhoraram o uso das cores e sombras no jogo e colocaram novos quadros de animação nos heróis, deixando o título, inclusive, mais suave de se jogar. Até os cenários estão mais amplos, aumentando o espaço para explorar e buscar itens.
A jogabilidade, por sua vez, é rápida e eficaz. Não adianta culpar o controle pelas mortes infinitas. O problema mesmo é conseguir vencer a multidão de inimigos que não para de surgir e bater. É bom não parar de se movimentar, paralisar alguns inimigos e saber sempre a hora certa de convocar os heróis aliados — Capitão América, Motoqueiro Fantasma, Demolidor e o Gavião Arqueiro — com os itens especiais espalhados pelas fases. Ah, é melhor se preparar, pois a dificuldade é alta.
Na correria
Nem tudo é belo em Separation Anxiety. Claramente feito às pressas para aproveitar o embalo de Maximum Carnage, o título peca pela trilha sonora nada inspiradora e o excesso na repetição de personagens durante as fases.
Se até hoje você lembra da espetacular música tema de Maximum Carnage, eu duvido que você termine Separation Anxiety cantarolando alguma canção do game. As músicas, inclusive, usam trechos das melodias do jogo anterior, mas sem conseguir formar um todo harmônico e equilibrado.
Outro aspecto que faz falta nesse jogo, é a forma como a trama é contada. Em Maximum Carnage, tínhamos cenas pré-animadas das próprias HQs entre uma fase e outra. Mas nesse novo jogo, temos apenas textos contando um pouco da história. Uma pena, já que a saga que deu origem ao game possui ilustrações magníficas.
O problema maior do game, pelo menos durante as quase duas horas que o joguei, é a falta de diversidade dos inimigos. Você se pegará batendo nos mesmo caras durante toda a jogatina. É simplesmente irritante. Junte enfrentar os mesmo inimigos ouvindo a mesma trilha sonora, e logo você estará batendo no primeiro que aparecer no seu quarto, de tanta raiva.
Evolução
Com algumas falhas e muitos reaproveitamentos, Separation Anxiety conseguiu trazer uma novidade muito bem-vinda para os fãs da pancadaria em 16-bit. Nele, é possível dividir a jogatina com um amigo.
Com até dois jogadores, controlando Venom e Homem-Aranha, a jogatina se torna ainda mais divertida e menos complicada. Experimente dividir a aventura e você terá uma ótima jornada para recordar.
Separation Anxiety: na medida
Divertido, desafiador, bonito e excelente para jogar com um amigo, Venom/Spider-Man: Separation Anxiety é um jogo obrigatório para os fãs da pancadaria no Mega Drive. O jogo faz parte de uma época de ótimos títulos inspirados em heróis dos quadrinhos e, assim como seu antecessor, faz valer a pena cada minuto no controle do Megão. É só jogar e curtir.