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The Legend of Zelda: Ocarina of Time nas revistas clássicas

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Que The Legend of Zelda: Ocarina of Time é considerado um dos melhores jogos já produzidos não é novidade. Já são 20 anos desde o seu lançamento para o Nintendo 64, e a cada ano que passa, mais certezas temos que essa é uma obra prima dos videogames. Mas será que quando o game foi lançado, em 1998, os jogadores e especialistas da época imaginavam que estavam diante de um título atemporal?

Bons tempos

O ano era 1998. Ano em que perdemos ídolos da música como Tim Maia e Frank Sinatra e vimos a França derrotar uma das nossas melhores seleções na Copa do Mundo. Mas também foi o ano que presenciamos o surgimento de lendas da cultura pop, como o Google, a Tiazinha e The Legend of Zelda: Ocarina of Time (N64) — a ordem de importância dessa trinca é você quem decide.

A primeira aventura de Link em três dimensões foi um dos jogos mais aguardados daquele ano, principalmente depois da E3 de 1998. A demo apresentada na feira mostrava que o título era diferente de quase tudo que se tinha na época. Mas será que era tudo isso mesmo? A resposta veio alguns meses depois, quando a lenda de Zelda finalmente chegou às lojas nos meses finais de 1998 e logo estampou as capas das principais revistas sobre videogames do Brasil.

Os primeiros capítulos de uma lenda

Uma das primeiras revistas a chegar às bancas com Ocarina of Time na capa foi a Ação Games. Na edição nº 134, de dezembro de 1998, o periódico trazia uma ilustração original de Link e a sua Master Sword, assinada por Alexandre Jubran — quadrinista brasileiro que trabalhou em HQs da Marvel, como o Demolidor—, e contava com chamadas que já deixavam claro que o jogo não era como a maioria. No pé da capa estava escrito: “Zelda 64 – Saiba por que este pode ser um dos melhores games de todos os tempos.”

Depois de ler chamadas tão fortes, aposto que a maioria dos leitores folheou rapidamente a revista até a página 20, onde começa o texto intitulado “Zelda 64: uma revolução em fantasia”. Nas palavras da equipe da Ação Games, “criado por Shigeru Miyamoto, pai do Super Mario, The Legend of Zelda: Ocarina of Time, ou Zelda 64, tem tudo para ser um dos melhores de todos os tempos trazendo um novo jeito de jogar videogame”.

O que primeiro chamou a atenção da Ação Games foi a grandiosidade do jogo. Tudo parecia gigante e cheio de possibilidades. E, “para fazer tudo isso, gastou-se uma memória de 256 Megabits (ou 32 Megabytes) de memória, a maior num cartucho da Nintendo, com sons e gráficos caprichadíssimos”. Quem leu as revistas da época sabe da importância que o tamanho dos cartuchos tinha. E, no caso de Zelda, ele já se tornava um atrativo simplesmente por ser o maior do console. Bons tempos, não é?

A matéria da Ação Games cuidou em situar o leitor sobre o jogo e até a franquia em si. Tem um box explicando a origem da série no NES e outro com uma breve descrição da trama. Para completar, e manter a tradição da revista, várias imagens são espalhadas pelas páginas, com breves legendas contando um pouco mais sobre o jogo, como descrição de armas e itens, por exemplo.

Por fim, a Ação Games fez questão de mostrar que o “Zelda 64” representava um novo e grande salto na produção de jogos, com destaque para a movimentação realista dos personagens, a forma como o clima mudava dentro da jornada e os ângulos de visão que são “como no cinema ou TV”.

A perfeição

Dezembro foi mesmo o ano de Ocarina of Time nas revistas. Na edição nº 36 da revista Gamers, Link apareceu em uma ilustração original tocando a sua ocarina, seguido da chamada nada discreta: “A criação máxima de Shigero Miyamoto faz jus ao nome que carrega e consagra-se como o maior jogo da história”.

Como já era de se esperar, a Gamers fez um texto completo sobre Ocarina of Time, com direito a explicação sobre a origem da série e uma análise detalhada dos principais aspectos do jogo (incluindo informações sobre a produção). Tudo isso com aquela boa e velha fonte minúscula para que coubesse a maior quantidade de informação que se tinha disponível, já que se tratava da “maior e melhor versão de Zelda já criada”. Mas, não era só isso. Segunda a Gamers, Ocarina of Time “é o maior e melhor jogo já criado para qualquer sistema até hoje”.

Eu poderia transcrever todas as páginas da Gamers aqui, tamanha a quantidade e a qualidade de informações sobre The Legendo of Zelda: Ocarina of Time. A redação explica e analisa o enredo, a jornada, as formas de exploração, a jogabilidade, o sistema de jogo, os gráficos, o som… Tudo, tudo mesmo! Vale a pena parar alguns minutos só para reler essa edição.

Por fim, no tradicional quadrinho de review, a Gamers deu nota máxima para o jogo (5.0), destacando como ponto positivo que Ocarina of Time é “um dos jogos mais bem produzidos da história, com uma riqueza de detalhes incrível e uma montagem concisa e inteligente, fazendo do conjunto um excelente exemplo de perfeição”.

Sobre as falhas do jogo, a mesma revista conclui: “nada, niente, nothing, nulla, nichts, rien, kaimu”. Ah, e tem mais, segundo a edição, “um contra é que você provavelmente vai deixar de namorar, dar um rolé, trabalhar, praticar esportes, ir à escola e outras coisas só para jogar.”

A chave de ouro da Nintendo

Encerrando a trilogia de capas nas grandes revistas da época, Ocarina of Time foi o grande destaque da Super GamePower nº 58, de janeiro de 1999. Além de trazer um calendário da Marjorie Bros, a edição foi lançada com uma ilustração original e a chamada: “A obra-prima chegou!”

Um pouco atrasada em relação às concorrentes, a Super GamePower não se aprofundou muito no jogo, mas trouxe diversas imagens e muitas dicas e manhas para o leitor começar a aventura. No review, assinado pelo personagem Marcelo Kamikaze, a edição foi direto ao ponto, dizendo que Zelda é “o jogo do ano!”, justificando que “os gráficos possuem um incrível detalhamento”, as animações e cenas são “de cinema, renderizadas em tempo real, dando pau em muita apresentação de CD”, e que o jogo possui uma “aventura enorme e uma infinidade de extras para fazer”.

Para finalizar, Kamikaze atribuiu nota máxima (5) e disse que a “Nintendo está jogando pesado para concorrer com o Dreamcast e o P.Station”. Como bem sabemos, a luta entre essas gigantes do entretenimento foi acirrada, o que resultou na produção de grandes títulos, entre eles, claro, The Legend of Zelda: Ocarina of Time, um game que os donos de Nintendo 64 se orgulhavam de ter na biblioteca e que nenhuma das concorrentes conseguiu replicar com a mesma qualidade.

20 anos de história

The Legend of Zelda: Ocarina of Time realmente fez história. Desde o momento em que chegou às lojas, e foi analisado por especialistas, os jogadores desligaram-se de suas vidas para encarar a jornada do herói, que trouxe inovação, qualidade técnica e muita diversão para os donos de Nintendo 64 há 20 anos.

Certamente, trata-se de um jogo único, sem precedentes, que não precisou de mais do que dias para escrever seu nome no hall dos melhores jogos eletrônicos da história. Isso sim é uma lenda de verdade!


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Ítalo Chianca

Gamer que cresceu jogando com seus irmãos, lendo revistas sobre games e frequentando as antigas locadoras de videogame, hoje divide o seu tempo livre entre as jogatinas e os textos sobre games que costuma publicar no Jogo Véio e nos seus próprios livros (Videogame Locadora, Os videogames e eu, Papo de Locadora, Game Chronicles e Gamer).

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