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Criado pelo mesmo time responsável por Sonic, Ristar teve uma breve passagem pelos videogames. Nascido durante um momento cheio de mudanças no mercado de jogos eletrônicos, o personagem quase passou despercebido na década de 1990, mesmo estrelando um bom jogo. Mas isso não quer dizer que ele não tenha brilho próprio. 

Nasceu coelho

A história da concepção de Ristar começa alguns anos antes da sua estreia nos videogames, quando a Sega estava criando o seu novo mascote, por volta de 1990. Durante o desenvolvimento do game que viria a ser o primeiro Sonic the Hedgehog, Yuji Naka, o “pai do Sonic”, esboçou um coelho com orelhas compridas que podiam se estender e pegar objetos.

O personagem tinha características bastante marcantes dos primeiros desenhos da Disney

Conforme o projeto avançava e o foco na velocidade ficava mais claro para o Sonic Team, o coelho foi deixado de lado e substituído por animais, como um tatu e depois por um certo ouriço que se tornou o símbolo da Sega a partir de 1991.

Mas as ideias de jogabilidade que cercavam o coelho criado por Yuji Naka agradavam aos envolvidos em Sonic. Ele apenas não combinavam com a proposta de velocidade que os programadores definiram para esse primeiro projeto. No entanto, após o lançamento de Sonic, o time continuou trabalhando em ideais para o seu orelhudo

Feel

O tal jogo do coelho foi sendo trabalhado pelo Sonic Team separadamente de Sonic. Mas a medida que o ouriço ganhava prestígio, a Sega exigia continuações cada vez melhores e mais ambiciosas para o seu novo mascote. Deixando o coelhinho renegado por um tempo.

Yuji Naka e o seu time, contudo, conseguiram transformar as ideias do jogo do coelho em um protótipo chamado Feel. Nesse protótipo, o coelho foi substituído por uma figura misteriosa, que parecia usar uma máscara dourada. E, ao invés de usar as orelhas, usava os próprios braços para atacar e interagir com o cenário.

As ideias pareciam promissoras e o time resolveu seguir com o projeto. Com o avanço no desenvolvimento, Feel foi recebendo melhorias no seu visual, tornando-se uma estrela humanoide chamada Dexstar.

Dexstar

Quando a estrelinha dourada foi batizada de Dexstar, ela já possuía o visual final que conhecemos hoje. Luva branca, sapatos estilosos com um raio dourado, olhos expressivos e a face de uma estrela. Mas o nome ainda não era especial

Foram algumas tentativas até Fell se chamar Ristar. A primeira mudança foi quando o personagem passou a ser chamado de Volt. Nesse momento, provavelmente o personagem teria ataques elétricos e usaria os braços para se conectar à linhas de energia. 

De Volt, o herói passou a se chamar Ristar. Nesse estágio de desenvolvimento, o visual já começou a ganhar os traços finais. Mas o nome de Ristar logo foi trocado por Dexstar. Foi então que, pouco antes da conclusão do jogo, Dexstar foi rebatizado de Ristar novamente. Ficando assim para sempre.

Além de Yuji Naka, é preciso creditar Akira Nishino e Takeshi Niimura, diretores do projeto. Sem eles, não teríamos essa estrela aventureira e cheia de energia que conhecemos hoje. 

Valdi americana

Ristar possui duas histórias diferentes que explicam a sua jornada estelar. Isso se deve ao fato das inúmeras alterações entre as versões americana e japonesa do jogo.

Kaiser Greedy é o vilãozão do game

Na versão americana, Ristar vivia tranquilamente no Sistema Valdi com o seus amigos. Isso até que o vilão Kaiser Greedy surgiu com um plano maléfico de corromper os líderes dos planetas desse sistema para que eles o obedecessem.

Para completar, Kaiser Greedy sequestra o Legendary Hero, que é o protetor do sistema e pai de Ristar. Com todo esse caos instalado, Ristar precisa libertar os habitantes do Sistema e resgatar o seu pai.

Valdi japonesa

Na versão japonesa, a história muda um pouco. Nela, Kaiser Greedy também consegue corromper as mentes dos líderes dos planetas que formam o Sistema Valdi. Mas como forma de pedir ajuda divina, os habitantes do planeta Neer oram por um herói que possa impedir os ataques iminentes. 

Essas orações chegam até a nebulosa da Deusa Estelar Oruto. Determinada a atender as preces dos seus fiéis, Oruto desperta Ristar, um dos seus filhos mais fortes, para que ele lute ao lado do povo do Sistema Valdi contra as forças de Kaiser Greedy.  

Na versão japonesa, o pai de Ristar nem é citado. Assim como a deusa Oruto também não aparece na americana. Outra mudança entre as duas versões do jogo está no visual do nosso herói.

À esquerda, a versão ocidental. A versão oriental, à direita, é mais amigável e sorridente

Na versão japonesa, Ristar possui uma expressão mais simpática e leve. Já na versão americana, Ristar parece raivoso e radical o tempo todo. A parte boa é que você pode escolher com qual Ristar jogar e seguir a história que mais te cativou.

Força estelar

Para superar todos os desafios dos planetas do Sistema Valdi, Ristar possui habilidades únicas que o auxiliam na sua jornada. 

Uma das mais legais é o voo após utilizar uma alavanca de propulsão, permitindo que Ristar atinja grande velocidade para acessar áreas mais altas. Essa habilidade, inclusive, torna o herói invulnerável por alguns instantes.

Ristar também pode nadar e mergulhar permanentemente, sem precisar de bolhas de ar para sobreviver debaixo d’água. Inclusive, ele nada extremamente rápido. Mas a sua habilidade mais característica é a técnica de agarramento.

Com os seus braços longos, capazes de esticar, Ristar pode agarrar objetos e até inimigos. É justamente em volta dessa mecânica com os braços que gira todo o jogo. 

Ristar, contudo, não é invencível. Ele também tem as suas fraquezas, como a vulnerabilidade a todo tipo de Black Orbs. Basta encostar num inimigo que é dano certo. Lava e gelo também atrapalham um pouco a vida da estrelinha. Mas nada muito grave. 

Trajetória meteórica

A passagem de Ristar pelo mundo dos videogames foi meteórica. Ele protagonizou apenas um jogo, com versões para Mega Drive e Game Gear em 1995. Desde então, o personagem fez pequenas aparições em outros jogos da Sega e em coletâneas.

Seu único título está disponível nas coleções Sonic Mega Collection, Sega Genesis Collection, Sonic’s Ultimate Genesis Collection e Sega Forever. Também é possível jogar Ristar no Virtual Console do Wii e na Steam.

As breves aparições dele em outros jogos começaram em Shenmue, lançado em 1999 para Dremcast. Depois, é possível encontrar uma estatueta dele em Shenmue II. Ristar também é visto no vídeo de introdução do jogo Segagaga, lançado para Dreamcast no Japão em 2001.

Triste fim de carreira para o personagem

As últimas breves aparições dele foram nos jogos de corrida da turma do Sonic. Primeiro, em 2010, numa pista de Sonic & Sega All-Stars Racing. Depois, em em 2012, como “flagman” em Sonic & All-Stars Racing Transformed.

Somos todos Ristar

Desde então, Ristar vive apenas nos corações dos seus fãs. Mas, se você quiser saber mais sobre o jogo, Ristar ganhou matéria na quarta edição da nossa revista impressa.

Também temos uma matéria relembrando a trajetória do personagem nas revistas de videogame. E, por fim, fizemos um podcast super especial sobre o jogo


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Ítalo Chianca

Gamer que cresceu jogando com seus irmãos, lendo revistas sobre games e frequentando as antigas locadoras de videogame, hoje divide o seu tempo livre entre as jogatinas e os textos sobre games que costuma publicar no Jogo Véio e nos seus próprios livros (Videogame Locadora, Os videogames e eu, Papo de Locadora, Game Chronicles e Gamer).

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