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Qual mascote lhe vem à cabeça quando o assunto é Sega? Obviamente, não podemos deixar de pensar em Sonic. Se mudarmos para a rival, Nintendo, com certeza teremos Mario em nossas mentes. Mas e quando pensamos na Sony e em nosso querido PlayStation? Ah, o bom e velho Crash Bandicoot não poderia deixar de nos oferecer lembranças inesquecíveis.

Com 7,13 milhões de cópias vendidas, Crash Bandicoot 3: Warped abriu um grande espaço para inesquecíveis aventuras com o mascote “Sonyano” da quinta geração de consoles. O sucesso de Crash foi tanto que todos os seus jogos para o PS1 aparecem nas listas de mais vendidos para o console, com o clássico analisado neste artigo em quinto lugar, ficando atrás apenas de Gran Turismo, Final Fantasy VII, Gran Turismo 2 e Final Fantasy VIII. Seu império atualmente alcança desde o compacto Game Boy Advance até o poderoso PS4.

Vamos navegar em um mar de nostalgia para revisitar as aventuras de um dos mascotes mais queridos de todos os tempos no mundo dos games. Conheça um pouco sobre Crash, Coco, Cortex e toda sua turma.

Afinal, o que é um Bandicoot?

Para iniciar essa análise, não poderíamos deixar de falar sobre esse assunto polêmico!

Crash é uma raposa?

Não. Fox McCloud de Star Fox é uma raposa. Tails de Sonic the Hedgehog é uma raposa. Crash com certeza não é uma.

Crash é um coiote então?

Definitivamente não! Essa hipótese é ainda pior!

Afinal, que animal é o Crash?

É difícil classificá-lo como um animal que conhecemos. Denomina-se Bandicoot toda uma família de marsupiais com aproximadamente 20 espécies. Eles são onívoros e predominam na região da Austrália e Nova Guiné.

Crash, especificamente, é um Perameles gunnii, popularmente conhecido como Eastern barred Bandicoot. São animais pequenos, pesando menos de dois quilos, que podem ser encontrados na Austrália e Tasmânia. Estes pequenos marsupiais vivem cerca de dois ou três anos (diferente de Crash, que estará em nossas memórias eternamente).

Agora que você já sabe o que é um Bandicoot, podemos dar continuidade com a análise do jogo sem confundir o mascote da vez com uma raposa.

A chegada de Crash aos consoles

A primeira aparição de Crash foi no ano de 1996. Como sempre, os animais estavam todos tranquilos em sua ilha paradisíaca quando humanos chegaram e estragaram tudo. Os malígnos cientistas Dr Neo Cortex e Dr. N. Brio começaram a utilizar os animais da ilha de N. Sanity para desenvolver um exército e dominar todo o planeta, sendo um casal de Bandicoots o principal alvo de suas experiências. Assim nasceram Crash e Tawna Bandicoot, protagonistas de uma longa história de amor que você acompanhará em breve aqui no Jogo Véio. Por enquanto focaremos apenas nos eventos de distorção temporal de Crash Bandicoot 3: Warped.

Essa primeira aventura rendeu aos dez desenvolvedores da Naughty Dog um lugar ao sol e a oportunidade de dar continuidade ao projeto, além de criar um ambiente diferente para os jogos de plataforma. O poder de processamento dos novos consoles permitia que física descrita como squash-and-stretch fosse testada, colocando inércia e elasticidade em prática em um mundo ainda dominado por sprites limitados.

Confira uma imagem exemplificando como se comportam uma animação sem (esquerda) e com o uso desse efeito (direita):

Este efeito foi utilizado amplamente nas animações da Disney e Looney Tunes desde os anos 30 para criar uma impressão mais vívida às imagens. Levou certo tempo para chegar aos videogames devido ao limitado poder de processamento dos primeiros consoles, o que não é um problema atualmente.

Com a boa aceitação dos Bandicoots ao primogênito da Sony, era hora de expandir a família – assim como a empresa de desenvolvimento. Assim, nasceram Crash Bandicoot 2: Cortex Strikes Back e Crash Bandicoot 3: Warped.

A corrida para obter os cristais

Nos jogos que antecedem este clássico do PlayStation, vimos Crash Bandicoot atravessar perigosas florestas e tenebrosos templos para salvar sua namorada e ser mantido como refém por Cortex para coletar poderosos cristais que seriam utilizados na dominação mundial tão almejada por vilões de todos os tipos.

Nesta aventura, a temível máscara Uka Uka se liberta de sua prisão e vai de encontro a Cortex. Em uma conversa entre os dois, descobre-se que estavam trabalhando juntos há algum tempo, mas seus planos foram um tremendo fracasso. Agora já não há uma fonte de energia restante no planeta para nutrir as perversas máquinas dos cientistas malignos, graças à destruição de todos os cristais e gemas do mundo. A solução é simples: criar uma máquina para distorcer o tempo e voltar à época em que os cristais estavam espalhados naturalmente pelos quatro cantos do planeta.

Para evitar que Cortex e Uka Uka tenham sucesso com seu plano, Crash, sua irmã Coco, o pequeno tigre Pura e a máscara Aku Aku (não, o nome da máscara não é Buga Buga) enfrentarão cavaleiros medievais, múmias, dinossauros e até mesmo ETs. A jogabilidade de Crash Bandicoot 3: Warped trouxe diversos modos como inovação, onde é possível jogar com Coco em algumas fases – entre elas, você poderá correr com Pura sobre as grandes muralhas da China, andar de Jet-Ski, pilotar avião e até mesmo enfrentar o perverso N. Gin em uma boss fight. Com Crash, além das clássicas fases de plataforma herdadas dos títulos anteriores, é possível disputar perigosos rachas em uma moto, andar de dinossauro, disputar corridas de avião e, como o clássico tipo de fase temida por todo gamer véio, desbravar cenários aquáticos.

Os chefes e suas recompensas

Assim como no segundo jogo da franquia, Crash Bandicoot 3: Warped possui 5 cenários compostos de 5 fases e uma boss fight após a coleta dos cristais de cada nível (há um sexto cenário secreto, que será descrito nas próximas seções). Entretanto, um novo elemento traz uma característica única para tornar o gameplay deste jogo ainda mais especial: os poderes concedidos por cada chefe.

Conheça um pouco de cada vilão e o impacto de sua derrota para a continuidade do jogo:

Tiny Tiger

Criado por N. Brio, Tiny é um tigre da tasmânia extremamente forte e não possui sinais de inteligência. Seu nome é uma pequena piada, já que “Tiny” em inglês significa pequeno. Sua derrota garante a Crash o poder de dar uma super barrigada aérea para esmagar caixas cobertas por metal.

Dingodile

Fruto de engenharia genética, essa estranha criatura possui características de um dingo e um crocodilo. Crash Bandicoot 3: Warped marca sua primeira aparição na série. Ao derrota-lo, Crash poderá utilizar o recurso de pulo duplo, chegando a plataformas inalcançáveis anteriormente.

N. Tropy

Este é o terrível cientista responsável pela criação das máquinas de distorção temporal. Assim como Dingodile, faz sua primeira aparição neste episódio da franquia. Derrotá-lo garante que Crash possa girar por muito mais tempo, como se fosse o Taz dos Looney Tunes. Este é um movimento extremamente importante para garantir a segurança de Crash locais repletos de inimigos, assim como também permite que ele obtenha um alcance maior em seus pulos (enquanto gira no ar, o personagem desafia as leis da física e cai com uma aceleração menor do que a convencional, possibilitando que possa alcançar locais secretos). O nome de N. Tropy é um trocadilho, pois em inglês é pronunciado do mesmo jeito que a palavra “entropy”, que significa entropia, um dos conceitos físicos que mensura o grau de irreversibilidade de um sistema (bom, e a explicação fica por aqui, pois acredito que os leitores não gostam de física tanto quanto eu).

Dr. N. Gin

Um dos antigos colegas de classe de Cortex, N. Gin chegou no segundo jogo da franquia para substituir o não tão brilhante N. Brio. É provavelmente o chefe que merece maior destaque no jogo, pois não será derrotado por Crash, e sim por Coco Bandicoot e sua nave com bazuca municiada de Wumpa Fruit. Sua derrota garante exatamente a arma utilizada por Coco para exterminar sua invenção espacial: uma bazuca de fruta. É extremamente útil, mas poderá deixar o gameplay lento se utilizada todo o tempo. O nome de N. Gin também é um trocadilho, pois é pronunciado “engine” em inglês, que significa motor (sendo um engenheiro, podemos dizer que foi uma piada perfeita).

Dr. N. Cortex

Principal antagonista da série, o perverso cientista busca exterminar sua criação (Crash) para dar continuidade aos seus planos. Após derrotar Cortex, Crash pode correr rapidamente pelas fases quando o jogador segura o botão R2 do joystick. O nome do vilão é bem sugestivo pois possui uma cabeça gigantesca e mostra que tem uma mente extremamente desenvolvida. Cortex é uma região no cérebro, que não entraremos em detalhes para não assustá-los com esse papo maludo de ciência novamente. Embora N. Cortex seja extremamente inteligente, ele é o tipo de vilão covarde presente em toda trama, escondendo-se sempre atrás de seus capangas e utilizando armas para lutar com seus rivais.

Relíquias e as fases 26-30

Outra característica incorporada em Crash Bandicoot 3: Warped foi o modo Time Trial. Após coletar o cristal de uma fase, visitando-a novamente, é possível encontrar um cronômetro amarelo girando logo no início. Caso este for coletado, a contagem do tempo será iniciada. É possível conseguir 5 resultados diferentes com este modo:

  • Concluir o nível abaixo do tempo mínimo necessário ou peder uma vida – nada acontece. Você é bem lerdo! Tente novamente;
  • Bater o tempo mínimo estipulado – você ganhará uma relíquia. Embora você não seja nenhum Usain Bolt, o prêmio mais básico já está valendo;
  • Bater o tempo médio estipulado – a relíquia de prata será obtida. É melhor do que a relíquia simples, mas dá pra melhorar;
  • Bater o tempo máximo estipulado – parabéns! Você é extremamente rápido e ganhou a relíquia de ouro! Maaaaaas…
  • Bater um tempo desconhecido – surpresa! É possível ganhar a relíquia de platina passando cada nível em um tempo que a interface de usuário não mostra. Provavelmente foi alguma manobra dos desenvolvedores para pegar aqueles perfeccionistas que almejavam obter todas as relíquias de ouro e de repente descobrem que a de platina existe.

Quando o jogador conseguir coletar pelo menos 5 relíquias, uma plataforma secreta aparecerá no meio do salão principal, revelando um novo cenário com os níveis 26 a 30 (mas que jogo cheio dos segredos!!!). A cada 5 relíquias coletadas, um novo nível é liberado. Para conseguir 100% no jogo, é necessário coletar as gemas e relíquias dessas fases. Aqui não há boss fights nem cristais para coletar.

Não importa o tempo, Crash sempre será uma lenda

Este clássico da Naughty Dog lançado no fim de 1998 abriu grandes portas para a empresa, o futuro de uma das franquias mais aclamadas e até mesmo para os gamers, que podem se deleitar com a divertida aventura da família Bandicoot e conhecer novos personagens que terão grande destaque nos sucessores deste clássico.

Infelizmente, o reinado do PS1 acabou e precisaremos comprar consoles de novas gerações para acompanhar a trama de Crash para salvar o mundo (ou pelo menos N. Sanity Beach), mas ainda é possível se divertir com suas pioneiras aventuras em plataforma, apostar corridas e realizar divertidas brincadeiras com os cinco jogos legados para o console de 32 bits da Sony, que juntos venderam aproximadamente 23 milhões de cópias.

Além dos trocadilhos já citados no texto, há dezenas de outras referências no jogo, como o nome da fase Tomb Wader (que nos lembra de Lara Croft), fases com a aparência de Agrabah (com direito a tapetes voadores, macacos e gênios da lâmpada) e até mesmo a aparição de Fake Crash em algumas fases após o jogo ser zerado pela primeira vez.

Confira novamente Crash Bandicoot 3: Warped e deixe nos comentários quanto dessas referências você é capaz de identificar!

Vídeo

Crash Bandicoot 3: Warped – Longplay (Fonte: World of Longplays)

Dicas

105% com as fases secretas

Crash Bandicoot 3: Warped não possui apenas 5 fases secretas. Há duas outras mais secretas ainda que podem ser acessadas da seguinte maneira:

  • Na fase Dino Might, pegue o caminho da gema amarela e pule em cima do segundo pterodáctilo enquanto estiver sendo perseguido. Isso o levará para a fase Eggipus Rex;
  • Na fase Road Crash, passe por cima da placa com a cabeça de um ET para acessar a fase Hot Coco.

Obs.: a fase Road Crash é um pequeno trocadilho com o nome do clássico Road Rash.

Spyro the Dragon Demo

Para jogar uma pequena demonstração do jogo Spyro, digite o seguinte código na tela de título:

Cima, Cima, Baixo, Baixo, Esquerda, Direita, Esquerda, Direita, Quadrado

Final alternativo

Para ver o verdadeiro final do jogo, é necessário coletar todos os cristais, gemas e relíquias e enfrentar Cortex novamente.

O que acontece? Sem spoilers do Véio!!! Colete todos os itens do jogo e confira.


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Lucas Rodrigues

Gamer desde que tem memórias de sua infância, a paixão pelos videogames iniciou-se no Mega Drive e teve seu ápice no PS1 com os JRPGs (a franquia Final Fantasy foi a protagonista). Trabalha como analista de sistemas e designer de jogos. Possui mestrado em Imagem e Som em andamento pela Universidade Federal de São Carlos, onde desenvolve pesquisas sobre o mercado independente de jogos brasileiros. Sempre escolheu o Squirtle como pokémon inicial e possui alinhamento Neutral Good.

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