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Jogamos (e nos encantamos) com Sea of Stars!

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Sea of Stars

Desenvolvido por:

Sabotage Studio

Publicado por:

Sabotage Studio

Lançado em:

29/08/2023

Gênero:

RPG

Jogadores:

1

Avaliação

90

Nota

Como seria jogar Chrono Trigger de novo, em 2023? Sea of Stars é a resposta, nas qualidades, nos defeitos e, principalmente, no carinho empregado em todos os aspectos. É um jogo linear, sim, mas a história é rica e os personagens acabam ganhando o seu coração.

Desde o anúncio, que rolou ali no comecinho de 2020, Sea of Stars foi comparado com inúmeros RPGs da Squaresoft. Uma pitada de Chrono Trigger aqui, outra de Secret of Mana ali, tudo alimentado pela própria Sabotage Studio (que assina a obra), mas com aquele temperinho de expectativa dos fãs.

Nós já havíamos jogado a demo, liberada há poucos meses. Agora tivemos a oportunidade de experimentar a versão completa do jogo e nos encantamos com o resultado. Confira o nosso review!

Um RPG de SNES em 2023?

Começamos o jogo escolhendo entre Valere ou Zale, os protagonistas da aventura. Ao escolher um, temos o outro como companheiro e isso pode ser alterado livremente. Nos primeiros minutos de jogo, descobrimos que a dupla tem poderes de Filhos do Solstício, sendo capazes de usar magias ligadas à Lua (Valere) ou ao Sol (Zale). Mas eles ainda não têm o controle pleno desses poderes, e por isso passam por um treinamento longo e árduo, até estarem aptos a sair pelo mundo.

Andar por aí sem o devido treinamento pode ser mortal, como o jogo explica logo no comecinho ao causar danos permanentes ao sempre otimista e bondoso Garl, o cozinheiro do grupo.

A exploração de Sea of Stars é linear, assim como era nos jogos em que a Sabotage se inspirou. Descer uma montanha, por exemplo, consiste em se esgueirar em penhascos, atravessar cordas e escalar paredes. Mas na prática, é só colocar pra frente? Não! Tão logo nos encontramos na aventura, descobrimos puzzles e mecânicas que entregam um recheio adicional, em vez de ser apenas uma travessia do ponto A ao ponto B.

Em alguns momentos, você vai precisar desbloquear travas, alavancas ou passagens secretas. Noutros, vai utilizar mecânicas como o sopro ou o arpão para acessar áreas novas. Continua linear, mas não necessariamente cansativo.

Além disso, outro ponto que chama a atenção no jogo está na riqueza dos cenários. É pixel art, e isso já é meio caminho andado para agradar a gente – Nós somos o Jogo Véio, afinal. Mas é uma pixel art linda, detalhada e bastante diversa. Ora você está perdido entre corais, cachoeiras e estrelas do mar. No minuto seguinte, toupeiras, cavernas e a escuridão preenchem a tela, sem dar tempo para o marasmo.

Fica aquele sentimento de jogo de plataforma antigo, que tinha o mundo da água, do fogo, do gelo e assim por diante. Essa mesma diversidade aparece na trilha sonora. O tema de batalha se repete, mas com diferentes arranjos dependendo do cenário em que o jogador está.

Por que lutamos? E como?

A aventura de Valere e Zale é motivada por um vilão, o temível alquimista Flashmancer. Mas para chegar lá, precisamos passar por inúmeras batalhas com sistema de turnos.

Sea of Stars não é movido por grinding, então seu grau de dificuldade acompanha a evolução do jogador. Ou seja: você pode driblar os inimigos como em Chrono Trigger, mas se fizer isso muitas vezes vai ficar defasado com relação a eles. E nos chefes, isso pode fazer uma diferença tremenda.

É possível surpreender as criaturas usando, por exemplo, o arpão. Assim, além de começarmos a batalha na dianteira, ainda recebemos um boost nos ataques. Além disso, os elementos de Valere e Zale também influenciam e rendem vantagens: a Lua tem mais efeito em inimigos anímicos (espíritos, assombrações e afins), enquanto o Sol funciona melhor para adversários “sólidos”.

Lutar não significa apenas escolher um ataque ou item e esperar um resultado. Apertar o botão nos momentos de impacto pode render dano ou defesa adicionais. Um bom exemplo disso é a magia Lunarangue de Valere, que pode ricochetear nos adversários inúmeras vezes, desde que você acerte o ritmo das pancadas. E isso dá um gostinho de recompensa especial!

Os inimigos de cada cenário se repetem muitas vezes e isso dá uma sensação de “já te vi antes” que não é das melhores. Eles podem até te surpreender na primeira vez que aparecem, mas assim que você aprende como derrotá-los, é só ter uma boa gestão de itens de cura, pontos de magia e combos e vai estar tudo bem.

Por sinal, esses três elementos são vitais em Sea of Stars e a gente precisa falar um pouquinho de cada um deles!

  • Os itens de cura vêm de receitas, que você consegue explorando bem cada cenário. As “Delícias de Tomate”, por exemplo, curam poucos pontos de vida. Enquanto isso, comer um “Mexidão de Cogumelos” recupera um pouco mais, e ainda recupera pontos de magia!

Para cozinhar, basta conseguir os ingredientes certos e sentar-se próximo às fogueiras, que normalmente são os pontos de save do jogo – e estão presentes de forma bastante abundante.

  • Os pontos de magia são recursos importantes, principalmente nas lutas mais elaboradas. Você pode recuperar alguns deles usando itens ou com defesas reforçadas. Faça uma boa gestão!
  • Por fim temos os combos, que são ataques combinados entre os personagens. Eles são poderosos, mas só podem ser usados quando você completa os medidores de combo, que zeram após o fim de cada luta. Sendo assim, sempre que tiver uma barrinha cheia, não deixe de usá-la para resolver as lutas mais facilmente.

Anote aí: atacar, atacar e só atacar não resolve todos os seus problemas em Sea of Stars. Principalmente se o seu adversário for um chefão com alguns truques na manga!

E a evolução, como fica?

Ao ganhar níveis, o jogo deixa a seu critério escolher quais atributos melhorar. Mais pontos de vida? Mais defesa física? E o ataque? Você decide!

E se mesmo assim estiver achando o desafio complicado, é possível usar as relíquias para afofar as coisas. Uma delas, por exemplo, recupera todos os pontos de vida dos personagens ao fim de cada luta. Outra, dá um retorno visual e sonoro sempre que você consegue reforçar um ataque ou defesa. Use-as a seu favor para tornar a experiência de jogo confortável e divertida!

Golpes novos, magias e combos surgem ao longo da história, mas num ritmo lento. Da mesma forma, novos equipamentos também parecem acompanhar a sua progressão, deixando sempre as coisas numa mesma média, nem fraco e nem forte demais para cada cenário. Inclusive, tem um NPC que brinca bastante com isso e com outros clichês dos RPGs de turno!

Veredito: Jogue Sea of Stars e divirta-se!

Te apresentamos um pouco do mundo, alguns personagens e aspectos técnicos do jogo. É bem verdade que dá pra sintetizar Sea of Stars como um RPG clássico de SNES ou PS1 lançado em 2023, mas acho que a coisa vai além disso, pra bem e pra mal.

Ser comparado com Chrono Trigger o tempo inteiro traz uma responsabilidade gigante, e a história não entrega tanto quanto o clássico da Squaresoft. Por outro lado, é um jogo cativante, divertido e bastante refinado, que não está só preocupado em homenagear e referenciar, mas em se apresentar como opção divertida para novos e velhos jogadores.

Por sinal, Sea of Stars é ligeiramente mais longo que os games de SNES, e ainda reserva algumas surpresas divertidas como o minigame Rodas – que eu estou treinando bastante pra ficar bom –, as pescarias ou os artefatos que rendem histórias extras e side quests.

Pode ir sem medo de ser feliz.


Sea of Stars está disponível para PC, consoles da família Xbox (One e Series), PS4, PS5 e Nintendo Switch, completamente localizado em PT-BR.

A chave utilizada para este review nos foi fornecida pela assessoria oficial do jogo.

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Eidy Tasaka

Redator e diagramador freelancer, apaixonado por jogos e revistas antigas, incentivado por um pai que sempre nutriu os mesmos vícios. Fã de RPGs japoneses e jogos de plataforma, divide seu tempo entre o Jogo Véio e as poucas horas de sono que possui.

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