Mercs é um run and gun que exala testosterona por todos os poros. Você comanda um herói musculoso, sem camisa e com faixa na cabeça, ou seja, puro suco de oitentismo. O jogo é, na verdade, continuação de um outro título de arcade chamado Commando, no mesmo estilo.
A premissa de Mercs é bastante simples e direta: basta avançar (no sentido vertical) e sentar o dedo nos soldados inimigos. Lançado em abril de 1990, Mercs se assemelha aos filmes de ação que pulularam na década anterior: Comando para Matar, Duro de Matar e, claro, Rambo, são apenas alguns dos expoentes que influenciaram na criação do jogo.
Síntese dos anos 80
Você pode se aventurar em dois diferentes modos: o modo Arcade, que é justamente o que diz no rótulo, é o jogo tal como nos fliperamas; e o Original Mode, que, apesar de partilhar os inimigos e alguns chefes, tem um plot diferente e fases novas.
No modo Arcade, um ex-presidente americano é sequestrado por um grupo guerrilheiro na África Central. Por causa das questões políticas, o governo dos Estados Unidos não pode agir, então delega a você, um mercenário, o trabalho de salvá-lo e destruir o inimigo.
Desembarcando na praia, você tem que ir abrindo caminho (à bala, é claro) até a base inimiga para resgatar o refém, enfrentando pelo caminho caças, aviões, tanques, barcos e helicópteros, além de centenas de soldados inimigos, tudo de uma forma que deixaria o Arnoldão e o Sly orgulhosos.
No Original Mode, o plot é sobre uma nação belicosa que desenvolve mísseis balísticos de longo alcance (qualquer semelhança com uma situação atual envolvendo um certo ditador gordinho com um corte de cabelo horrível é mera coincidência). Você é enviado para destruir os mísseis, restabelecendo assim o equilíbrio na região.
Sua missão começa solitária, mas você vai achando aliados conforme o jogo progride, através das tendas. Lá, aliás, além de recrutar companheiros, pode-se também comprar itens. Cada personagem possui uma arma e barra de vida próprias. Quando se compra um item nas tendas, temos a opção de escolher qual dos personagens ficará com ele, o mesmo sendo possível quando encontramos as mega bombas. Para escolher qual Merc usar, é só apertar o botão de Start e selecionar o soldado desejado.
Um arsenal invejável
Seja no Arcade ou no Original mode, há uma boa variedade de armas disponíveis. Você começa com o rifle de assalto, que tem uma boa cadência de tiro e bom alcance, mas não dá muito dano. Já o lança-chamas é bom para aqueles momentos onde você se vê cercado de inimigos por todos os lados, além de causar um dano médio. O lança-granadas é rápido e causa bastante dano, mas seu alcance é bem curto. A arma mais potente é o laser, que tem bom alcance mas os tiros são lentos. A escopeta é exclusiva do modo Arcade, é boa para dar uma “limpada” na tela, quando muitos inimigos estiverem nas vizinhanças.
Há ainda as mega bombas, o “ataque” especial que dizima os inimigos. Elas são encontradas pelo jogo, sempre em uma caixa aberta com uma grande letra M visível. No Original Mode, as mega bombas não são partilhadas, elas podem ser usadas apenas pelo personagem que a pegou. Também é possível usar alguns veículos que podemos tomar dos inimigos, como jipes e tanques.
Considerações finais
O jogo possui gráficos bem decentes para a época, e a jogabilidade e os controles também são bons. A música, mesmo não sendo particularmente inspirada, é boa, e ajuda o jogador a entrar no clima do jogo.
O fator desafio é bem equilibrado e não compromete. Mesmo em partes onde a tela está infestada de projéteis inimigos, a coisa nunca alcança níveis de um bullet hell, uma vez que as balas inimigas somem depois de um tempo. Basta um pouco de prática e alegria nos dedos para conseguir terminar o jogo.
Mercs pode não ser um clássico absoluto, mas é um bom game dos primórdios do Mega Drive. Fãs do saudoso console de 16-bit podem conferir sem medo, a diversão é garantida.
Vídeo
Mercs – Longplay – Fonte: World of Longplays