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Mesmo com todos os holofotes voltados para a estreia de Sonic no Mega Drive, a versão de Master System conseguiu ocupar seu espacinho no coração dos jogadores. Em vez de ficar na zona de conforto e apenas portar o jogo para o console inferior, a Sega fez bonito e criou uma aventura nova e diferente do ouriço, adaptando-se às limitações do console. Viaje conosco até o ano de 1991 e relembre mais esse clássico dos 8 bits!

Um ouriço muito veloz…

…mas que precisou se adaptar ao seu novo console para prosperar. Menos correria e mais plataformas para saltar, com um ritmo mais cadenciado que o original, mas sem perder o jeitão Sonic de ser.

A verdade é que lançar Sonic no Master System foi muito mais um fanservice para os donos de Master System que propriamente uma ação estratégica. Os números do 8 bits da Sega nunca foram lá grande coisa em mercados-chave como Japão e Estados Unidos, e os números só pioravam, já que estamos falando de 1991. A essa altura do campeonato o Mega Drive já estava nas prateleiras há mais ou menos dois anos, então não seria de se estranhar se o ouriço ficasse restrito ao console mais novo.

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Foram promovidos cortes na trilha e efeitos sonoros, os cenários perderam aquelas layers que davam o contraste entre fundo e primeiro plano, os sprites eram consideravelmente menores e não havia a presença dos loops, tão famosos na franquia. Ainda assim o resultado foi ótimo, talvez um dos melhores gráficos já vistos em um console da terceira geração. Naquele momento o que nós queríamos é que o jogo fosse idêntico, pra não ficar de fora da sensação de estar jogando Sonic como o pessoal que tinha um Mega Drive. Hoje, 25 anos depois, é perfeitamente compreensível que o jogo tenha sido lançado da maneira como foi e nós somos plenamente gratos por isso!

Nem tão igual, nem tão diferente assim

O começo de tudo é em Green Hill Zone e até aqui, tudo muito similar, sem grandes mudanças. A primeira fase tenta replicar todas as emoções vivenciadas pela turma dos 16 bits, com direito aos mesmos inimigos, mas sem toda aquela liberdade de exploração dos cenários. Você pode ir e vir, mas não vai encontrar muitos caminhos alternativos para seguir, já que o cenário não é tão amplo. Já na segunda fase, as coisas começam a mudar de figura: Green Hill Zone 2 explora o subterrâneo das colinas verdejantes, com Sonic tendo que atravessar córregos e escalar plataformas, em vez de correr loucamente naquele cenário todo em verde e azul. Além disso, as esmeraldas do caos ficam em lugares escondidos dos cenários, deixando as fases bônus apenas para ganhar vidas e continues.

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O segundo e o terceiro mundo, respectivamente Bridge e Jungle Zone, não existiam no Mega Drive e vieram para substituir Marble Zone e Spring Yard. Nas pontes, Sonic é obrigado a lidar com o desafio da “fase que anda”, algo que já havia sido utilizado, por exemplo, em Super Mario Bros 3. O interessante dessa fase é que ela pune os lentos, mas também tem surpresas reservadas para quem vai rápido demais, como alguns abismos, plataformas que caem se ficar parado em cima delas por muito tempo e inimigos com espinhos nas costas. O macete aqui é ir no tempo certo, com paciência!

Jungle Zone é um espetáculo! Verde, com trechos cheios de água e plataformas inclinadas, ou até mesmo uma fase em progressão vertical, bem desafiadora mesmo. Esse é, sem sombra de dúvidas, um dos cenários mais bonitos  do Master System.

Esses dois mundos em especial resumem um pouco o cuidado que a Sega teve para levar Sonic a uma plataforma mais simples, mas sem muitos slowdowns incômodos, com uma experiência realmente agradável para o jogador.

Dos seis mundos do jogo, três deles são copiados do Mega Drive: Além de Green Hill Zone, temos Labyrinth Zone e Scrap Brain Zone, que são fases com ritmo realmente mais lento, mesmo na versão original. Ainda assim, houve um empenho a mais para que os mapas tivessem caminhos e elementos diferentes uns dos outros.

Todas as fases são divididas em três zonas, sendo a última delas reservada para o duelo contra Robotnik e suas engenhocas malucas. Aqui, nada de inovador, tampouco algo que comprometa o jogo. Os chefes são bem fáceis e nem chegam a causar problemas para o jogador.

Os mundos

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Green Hill Zone: Uma tentativa de emular a Green Hill Zone do Mega Drive, mas com algumas ligeiras adaptações. Serve bem para o objetivo de apresentar o personagem e os controles ao jogador.


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Bridge Zone: Um verdadeiro desafio para os afobados, mas com um visual bastante recompensador. A “parede” da esquerda que te força a avançar foi uma sacada legal dos produtores. A esmeralda do caos dessa fase é a mais fácil de pegar.


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Jungle Zone: A mais bonita e diversificada de todas as fases! Assim como em Bridge Zone, os apressadinhos de plantão encontrarão dificuldades. Paciência sempre foi uma virtude, mesmo em jogos do Sonic!


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Labyrinth Zone: Aqui o caldo começa a engrossar. Água, falta de oxigênio, mobilidade prejudicada, lanças afiadas saindo do chão e do teto… É Sonic na água, galera! Clássico!


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Scrap Brain Zone: Eu adorava essa fase! A música me deixava relaxado, além de não ser tão difícil de passar quanto a do Mega Drive. Visualmente ficou bem parecida com a versão mais nova.


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Sky Base Zone: O mundo final é um dirigível onde está o maléfico Dr. Ivo Robotnik! Vale muito a pena chegar até aqui e curtir a fase aos pouquinhos, sem afobações. Você já está quase no fim do jogo!


Considerações finais

Levando em conta que o Master System já estava curtindo a descida da ladeira (menos por aqui, que ainda é possível encontrar o console e suas versões infinitas até hoje), Sonic foi um excelente lançamento e serviu pra dar um gás extra nas vendas, principalmente em mercados emergentes como o nosso.

Em um dos modelos do Master System 3 Compact, Sonic vinha gravado na memória e era uma excelente porta de entrada para quem ainda não conhecia os jogos do ouriço ou outras franquias da Sega.

No que diz respeito ao jogo, não dá pra fazer muitas críticas já que é bem evidente que todas as tesouradas foram por conta das limitações de hardware do console. O fato de você não poder recolher as argolas quando leva algum dano acaba até mesmo se tornando um elemento interessante, uma camada a mais de dificuldade que os outros sistemas não enfrentaram.

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Pouco tempo depois seria lançado Sonic The Hedgehog 2, que chegou para melhorar vários aspectos daquilo que já nos parecia bastante bom. Mais tarde veio Sonic Chaos e aí a coisa começou a dar uma desandada bem de leve, mas nada comparado aos maus tratos do século XXI.

Sonic The Hedgehog para Master System pode não ser o melhor jogo do ouriço, mas passa batido em qualquer Top 10 que se preze!


Vídeos:

Sonic The Hedgehog (Longplay) – (Fonte: World of longplays)

Cover – Jungle Zone – (Fonte: andersongs87)


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Eidy Tasaka

Redator e diagramador freelancer, apaixonado por jogos e revistas antigas, incentivado por um pai que sempre nutriu os mesmos vícios. Fã de RPGs japoneses e jogos de plataforma, divide seu tempo entre o Jogo Véio e as poucas horas de sono que possui.

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