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Origem e História

Reveal the Deep é o game de estreia e cartão de visitas do estúdio Lazy Monday Games, que conseguiu com este jogo criar uma atmosfera de suspense e horror embaixo d’água. Ambientado em um navio à vapor naufragado do século 19, cabe a você mergulhador, explorar as peculiaridades e mistérios por trás da história do navio SS Eurydice. Saindo de Singapura com destino a Inglaterra, obviamente o navio nunca chegou ao seu destino, mas o que de fato aconteceu? Essa é a premissa do jogo que conta sua história através de anotações espalhadas por todas as áreas da embarcação.

Apresentação

O jogo é minimalista, não existe HUD nenhum e a única indicação visual para interação é quando aparece uma exclamação em cima da cabeça do personagem. Seus cenários são escuros, claustrofóbicos e tensos. Um belo trabalho de pixel art foi feito para esse jogo, que consegue transmitir através de sua identidade visual sempre um senso de urgência para percorrer logo os corredores e salas submersas do SS Eurydice. O ótimo trabalho gráfico continua através das páginas de diários e anotações que podem ser encontrados espalhados pelo jogo. É através desses pedaços de informação que o quebra-cabeças vai sendo montado e as verdades sobre o que aconteceu vão sendo reveladas. É instigante ler os acontecimentos escritos sob a ótica de vários passageiros diferentes.

Os efeitos sonoros são um ponto de destaque. Rangidos, bolhas de ar, até seus passos arrastados embaixo d’água contribuem para a atmosfera tensa do jogo. Afinal, você está submerso e sozinho explorando um navio de outro século. A sensação é que sempre tem algo a espreita e que pode pular em cima de você. A falta de uma trilha sonora na maioria das vezes empobrece muito uma obra como um todo, mas dessa vez tem o efeito contrário. Cada som e ruído pode ser ouvido sem distrações, o que contribui mais ainda para a tensão crescente.

Gameplay

Seguindo a ideia do menos é mais, a jogabilidade de Reveal the Deep também é minimalista. Suas únicas ações são andar, agachar, pular e ligar/desligar a luz de seu capacete. Você também pode interagir com o ambiente em alguns momentos e empurrar caixas e contêineres.

A principal mecânica do jogo é que existem áreas do navio que você só enxerga, e consequentemente acessa, se estiver com a iluminação apagada. São como memórias perdidas da época em que o navio ainda não havia naufragado. É nessas áreas que você na maioria das vezes encontra as anotações e diários dos personagens. Saber transitar entre o “passado” e o presente é essencial para que você avance no jogo. Falando em avanço, o jogo é dividido em três capítulos lineares que exploram locais distintos do navio.

Para tal, você vai ter que resolver alguns quebra-cabeças, uns simples como empurrar caixas, outros nem tanto. O bom de não se ter HUD nem muita variedade de movimentos é que você consegue focar exatamente na solução do problema, sem muitas distrações.

Mas, e combate, tem? Infelizmente ou felizmente, não.  Então não tem inimigos? TEM. Sem entregar muito do jogo, a luz de seu escafandro é essencial para que a escuridão que habita os quartos e corredores submersos do SS Eurydice não lhe alcance.

Veredito

Reveal the Deep consegue, com tão pouco, transmitir as sensações claustrofóbicas e solitárias de se estar explorando um navio submerso. A imersão no ambiente é algo que nem todo jogo consegue alcançar, mesmo os jogos AAA com orçamentos milionários, mas que foi atingida com maestria aqui.

Ao longo dos três curtos capítulos da misteriosa história por trás do naufrágio, você vai se sentir sozinho e por muitas vezes observando as bolhas de ar que percorrem a tela, logo após descobrir mais um pouco do que aconteceu. Até que o próximo rangido ou barulho lhe avisem de que você definitivamente não está tão sozinho assim. Com gráficos em pixel art e efeitos sonoros imersivos, Reveal the Deep é um ótimo exemplo de jogo de terror, um ótimo lembrete de que nem sempre precisamos de realismo para transmitir sensações reais.

Reveal the Deep está disponível no Steam desde o dia 4 de Dezembro de 2015 e custa incríveis R$2,19.


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Eduardo Paiva

Gamer desde sempre, redator desde agora. Jogou de Top Gun, Enduro e Pitfall até Dragon Age, Assassin’s Creed e GTA V. Formado em Ciência da Computação, ainda não desistiu do sonho de desenvolver seu próprio jogo e se aprofundar nesse complexo processo de criação.

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