Pesquisar
Close this search box.

Tony Hawk’s Pro Skater nas revistas de videogame

compartilhe!

Lançado em setembro de 1999 para PlayStation e mais tarde portado para diversas plataformas, Tony Hawk’s Pro Skater marcou época como um dos melhores jogos de skate nos videogames. O título, que se tornou uma das franquias mais bem-sucedidas da geração 32-bit, é aclamada por fãs até hoje. Mas como terá sido a recepção do primeiro jogo nas revistas especializadas da época? Vamos relembrar.

Nova geração

No final da década de 1990, os videogames já não eram mais só coisa de criança. A turma que jogou Atari, Nintendinho e Master System na infância tinha crescido, assim como os jogos. Prova disso é a capa da edição nº 144 da revista Ação Games.

Nada de ilustrações coloridas de Mario e Sonic. Nessa edição de outubro de 1999, que custava R$ 3,80, apenas Lara Croft e a Tiazinha estampavam a capa, sem nenhuma única chamada. Sim, a Tiazinha. E não tinha nenhum jogo dela sendo lançado na época. 

Foi nessa edição da Ação Games que vimos uma das primeiras matérias sobre o lançamento de Tony Hawk’s Pro Skater, game de skate que apostava na paixão da juventude por um esporte urbano e radical. 

Na margem

Embora tenha sido apresentado em apenas uma página, Tony Hawk’s Pro Skater foi bem avaliado pelo redator Ronaldo Testa. Além de apresentar os modos de jogo, os comandos e algumas dicas, Ronaldo comentou que, “se você é fera no esporte, vai arrasar. E se nunca deu uma voltinha de skate, vai querer experimentar um de verdade”.

A única página dedicada ao jogo pode não ter causado muita curiosidade nos jogadores da época. Era até difícil receber alguma atenção, pois mesmo tendo conseguido nota final 9,00, tinha que concorrer com outros grandes jogos.

Só para se ter noção do estava nessa revista, tínhamos: a chegada de Soul Calibur (Dreamcast); as primeiras notícias de Super Mario Adventure (Paper Mario), Legend of Zelda: Gaiden (Majora’s Mask) e Kirby 64; Street Fighter Zero 3 no Saturn; e Spider-Man, Legacy of Kain e Winning Eleven 4 no PS1.

Fim de geração

Em 1999, quando o primeiro Tony Hawk’s Pro Skater foi lançado, uma nova geração de videogames estava prestes a ser lançada. Era justamente esse o destaque da revista Gamers nº 44, que dizia, logo na capa, que todos os detalhes sobre o PlayStation 2 foram revelados. 

O fervor de novidades tomava conta da redação da Gamers. No editorial, por exemplo, é comentado que “há tempos não presenciávamos um mês com tantas novidades. Entre eventos da mais alta qualidade e lançamentos que colocam à prova nossas carteiras, o nono mês de 1999 ficará na história como um dos mais agitados da história dos games”.

A quantidade de bons jogos nessa edição era realmente impressionante. Fora as primeiras novidades de games como Super Mario RPG 2 (Paper Mario), Mother 3, Zelda Gaiden (Majora’s Mask), Breath of Fire IV, SNK Vs. Capcom, Mario Party 2, Donkey Kong 64, Street Fighter EX 3, também era preciso falar dos lançamentos de Ogre Battle 64, Shadow Man, Mortal Kombat Gold, Final Fantasy VIII, Winning Eleven 4, The King of Fighters 99. E ainda tinha o PlayStation 2.

Como um Flash

Essa quantidade absurda de bons jogos sendo lançados atrapalhou um pouco a visibilidade de Tony Hawk’s Pro Skater por aqui. No caso da Gamers, o título foi apresentado na coluna Flash Game, ao lado de jogos como Sled Storm, Toshinden Subaru, Jammer Lammy, Star Ixiom, Macross VF-X 2. Só por aí dá para perceber que um jogo de skate não parecia muito promissor.

A primeira coisa que chama a atenção na breve análise do jogo é que, provavelmente, foi escrita por alguém que não curtia muito esportes radicais. Segundo o texto, “um esporte perigoso, mas que cativa muitos jovens hoje em dia, Tony Hawk’s Pro Skater se mostra um ótimo game de skate, se comparado a outros”

E não para por aí. Ainda segundo a matéria, “sua diversão fica por conta das manobras mais alucinantes e perigosas, transpondo de um modo mais real as proporções das quedas que se pode sofrer, tendo direito até a perda de sangue, arranhões, nariz quebrado e os mais diversos tipos de tombos — e pensar que tem gente que adora este esporte — que desencorajaria qualquer um que pretendesse ter uma iniciação“. 

O destaque do jogo foi para o visual e a jogabilidade, que, segundo a Gamers, são agradáveis e com resposta rápida, respectivamente. A nota também ficou na média, com 4/5 para jogabilidade e diversão, e 3/5 para gráfico e som. 

Destaque merecido

Embora tenha tido uma recepção morna de algumas revistas, Tony Hawk’s Pro Skater recebeu a devida atenção nos meses de seu lançamento. Essa atenção, quase exclusiva, veio da revista Super GamePower

O primeiro destaque da revista veio na sua edição nº 67, de setembro/outubro de 1999. Nela, O Chefe trouxe uma entrevista com o próprio Tony Hawk.

Mesmo sendo um entrevista curtinha, deu para conseguir respostas interessantes do esportistas, como o que ele achava das suas contribuições para o esporte, sua história com o skate, a influência dele no jogo, e até os seus games favoritos. 

Pirateiro Pro

Uma curiosidade dessa entrevista é a resposta dele para quando perguntaram se ele levava algum videogame quando sai para viajar. A resposta foi que ele não levava, mas que tinha um emulador de PlayStation e dois joysticks no G3 Powerbook.

Provavelmente ele emulava o próprio jogo. Então se alguma vez você se sentiu péssimo por ter pirateado Tony Hawk’s Pro Skater na locadora, saiba que o próprio Tony Hawk fez o mesmo com o jogo dele. 

Nos céus

Na edição seguinte, nº 68, de novembro de 1999, a Super GamePower trouxe a sua análise do jogo. E pelo título da matéria, já deu para ver que tratava-se de algo especial. “Tony Hawk, astros das pistas de skate reais, estreia o melhor game do gênero”.

Bastava ler o primeiro parágrafo para entrar na adrenalina do jogo. Segundo a matéria, Tony Hawk’s Pro Skater é o “melhor, mais rápido e mais animal jogo de skate de todos os tempos. A jogabilidade é perfeita, os truques radicais e o visual arrasador.”

Agora, sim, parece que estão falando do nosso querido Tony Hawk’s Pro Skater.

Algumas dicas completavam a página dedicada ao jogo, que, inclusive, recebeu nota máxima em todos os quesitos. Até a trilha sonora foi lembrada pela Super GamePower, que fez questão de destacar que o jogador pode aumenta o volume, pois “vai ouvir Dead Kennedys, primus e Suicide Machine”. 

Clássico

Tony Hawk’s Pro Skater pode ter sofrido um pouco para se destacar no mercado de games brasileiros. A quantidade e a qualidades de jogos saindo na época era imensa. Eram diversos consoles a disposição. Ganhar um espaço na mídia foi difícil no começo. Mas como a Super GamePower mostrou, esse não era um game convencional. 

Com o sucesso do primeiro jogo vindo nos meses seguintes, as suas sequências já foram muito mais badaladas pelas revistas, ganhando até capa. Mas nada disso seria possível sem o pioneirismo dessa primeira aventura radical de Tony Hawk nos videogames. 

Se quiser saber mais sobre Tony Hawk’s Pro Skater, nós temos um podcast totalmente dedicado ao jogo. É só clicar aqui e conferir.


E aí, curtiu esse post? Se inscreva no nosso Canal no WhatsApp e fique por dentro das novidades sobre games e animes, além de conferir conteúdos exclusivos do Jogo Véio.

Picture of Ítalo Chianca

Ítalo Chianca

Gamer que cresceu jogando com seus irmãos, lendo revistas sobre games e frequentando as antigas locadoras de videogame, hoje divide o seu tempo livre entre as jogatinas e os textos sobre games que costuma publicar no Jogo Véio e nos seus próprios livros (Videogame Locadora, Os videogames e eu, Papo de Locadora, Game Chronicles e Gamer).

Veja também

Espaço da Veiarada