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No nosso Papo de Locadora de hoje, vou relembrar as minhas memórias com Donkey Kong Country, clássico do Super Nintendo que me apresentou a um novo e complexo universo dos videogames e que me trouxe vários anos de diversão.

Estágio 2

Como comentei no primeiro Papo de Locadorae no episódio piloto do nosso Podcast —, a minha jornada com os videogames começou em 1994, na locadora do senhor Jorge Chaves, jogando o fantástico Super Mario World. Lembro com muito carinho de todo o meu fascínio ao ver um jogo eletrônico pela primeira vez.

Controlar Mario pela vívida e colorida ilha dos dinossauros mudou a minha perspectiva de diversão e me apresentou a um novo e fascinante mundo. E foi controlando o encanador gordinho que desenvolvi as minhas primeiras habilidades como gamer. Contudo, depois de exaustivas sessões de jogo, que devem ter durado um ano inteiro, eu me sentia preparado para novos desafios.

O jogo seguinte, segundo os amigos de locadora, tinha que ser no mesmo estilo de Super Mario World. Ou seja: de plataforma, com visão lateral, focado nas habilidades de correr e pular, e que fosse um pouco mais desafiador. Junto dessas características, o game também tinha que ser multiplayer, pois os R$2,00 da mesada que eu recebia tinham que ser gastos com o meu irmão.

Parceiros de selva

As opções de jogatina na locadora do Jorge eram imensas nessa época. Eram tantos games de Super Nintendo e Mega Drive que era praticamente impossível decidir. Observando as capas, por exemplo, não dava para ter ideia. Mas, bastaram alguns segundos olhando para aquela selva fascinante, que mais parecia um filme, para a decisão ser instantânea.

Aquele jogo não parecia com nada que já tivéssemos visto na locadora. Os cenários pareciam reais, com direito a raios, chuva, neve, e texturas impressionantes. Os personagens eram macacos que mais pareciam sair de alguma animação da Disney. Não podia ser um jogo, eu pensava. Os gráficos eram de outro mundo. Será que era o tão falado PlayStation que tinha chegada na locadora?

Não, amigos. Não era um filme. Não era PlayStation. Era Donkey Kong Country, um dos mais incríveis e belos jogos já criados na história dos videogames. E era ele que eu precisava jogar naquele momento, e pelo resto da minha vida se fosse possível.

Chegada inesperada

Na primeira metade da década de 1990, até nas cidades vizinhas, bem maiores do que a minha querida São José do Seridó, as bancas de jornal eram bem escassas, deixando as revistas de videogame só na nossa vontade. Isso sem falar que eu era um pirralhinho que pouco sabia ler. Por isso, não se fazia ideia da existência de um jogo como Donkey Kong Country.

O game chegou na locadora de repente, sem expectativa e sem qualquer alvoroço. Num dia qualquer, o seu Jorge chegou de Recife, onde ele costumava ir para comprar novas fitas, com um monte de jogos novos. E no meio deles, esse “jogo dos macacos”, como a turma chamava na época.

Não precisava ser nenhum expert em videogames para saber que aquele jogo era algo completamente fora dos padrões. Os gráficos “3D”, a trilha sonora cheia de lindas canções e som ambiente, a variedade de mundos, a jogabilidade precisa e um carisma inigualável chamavam a atenção de todo mundo. Justamente por isso, jogá-lo era uma tarefa complicada.

Concorrência animal

Sem saber se um jogo seria ou não sucesso na locadora, geralmente o seu Jorge trazia apenas uma cópia de cada cartucho. E com DKC não foi diferente. O problema é que todos queriam jogá-lo. E encontrar um horário vago era trabalhoso. Era preciso chegar cedo na locadora e torcer para ninguém deixar “tempo aberto”. No meu caso, a disputa começava cedo e bem perto de casa.

Logo que Donkey Kong Country chegou, meu irmão e eu já começamos a jogá-lo. Era uma experiência encantadora. A gente pausava o jogo para ficar admirando os detalhes da fase. Aumentava o volume da TV quando o dono da locadora não olhava só pra ouvir melhor as canções. Dividimos a jogatina para tentar passar dos estágios. Mas, do lado da minha casa, meus vizinhos também resolveram zerar a aventura na mesma época.

Eram dois irmãos que moravam a poucos metros da minha casa. Tinham praticamente a mesma idade que meu irmão e eu. Além disso, eram nossos grandes amigos. Mas a amizade, infelizmente, ficava meio de lado quando o assunto era Donkey Kong Country, pois a disputa para ver que terminva o jogo não era nada saudável.

Bastava uma das duplas descobrir quando o outro iria jogar, para logo agendarem a jogatina para o mesmo horário. Nossos amigos/rivais chegaram ao ponto de ficarem na frente da casa deles esperando a gente passar, para em seguida correrem como loucos, só para chegarem na nossa frente na locadora. Mas o pior mesmo era quando uma das duplas superava o progresso do outro. Quando isso acontecei, não tinha jeito. Era apagar a gravação do outro sem dó. E lá a gente começava tudo outra vez.

Nada disso, contudo, era motivo para amar menos essa incrível aventura selvagem dos videogames. A cada nova dificuldade superada, a paixão pelo jogo só aumentava. Assim como o desejo de chegar mais longe e concluir a dura tarefa de recuperar as bananas do DK que foram raptadas pelos kremlings.

Uma jornada inesquecível

Tentando ser um jogador melhor com um game mais desafiador, precisando rejogar incontáveis vezes as mesmas fases porque tinham o salve apagado, e lutando contra as adversidades para conseguir me divertir, a minha jornada com Donkey Kong Country foi realmente inesquecível.

Ainda consigo lembrar de cada detalhe das jogatinas dcom esse clássico do Super Nintendo. Do cheiro de pipoca Boku’s na locadora. Do calor do freezer dos picolés que ficava perto do console. Dos calos do dedo que fsurgiam depois de sessões mais longas. Da correria pra chegar antes do que os meus vizinhos em Jorge e depois na locadora do Toinho. Das várias risadas com o meu irmão. E, claro, de cada fase, música e detalhe desse jogo magnífico que tanto marcou a minha vida.

Mais do que um jogo sublime, Donkey Kong Country foi um companheiro de histórias. Tê-lo como personagem da minha vida é algo que sempre me tira um sorriso. Assim como deve ser com vocês também. Um clássico, né?

Quer relembrar mais um pouco esse game atemporal? Então ouça o nosso cast especial sobre o jogo e se divirta.

Mas agora eu queria saber de você. Qual é a sua história com Donkey Kong Country, esse clássico do Super Nintendo?


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Ítalo Chianca

Gamer que cresceu jogando com seus irmãos, lendo revistas sobre games e frequentando as antigas locadoras de videogame, hoje divide o seu tempo livre entre as jogatinas e os textos sobre games que costuma publicar no Jogo Véio e nos seus próprios livros (Videogame Locadora, Os videogames e eu, Papo de Locadora, Game Chronicles e Gamer).

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