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Entrevista: Noustroid Game Studios [Apostasy]

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Hoje vamos bater um papo com o pessoal da Noustroid Game Studios, representados pelo codiretor e designer Luan Inácio e também pelo desenvolvedor Thales Rennan. Eles estão começando agora e seu primeiro projeto se chama Apostasy. Um game no estilo metroidvania com fortes inspirações na série Castlevania, mas que está caminhando para ter sua própria identidade.

Com planos futuros para o lançamento de uma campanha de financiamento coletivo, convido vocês agora para conhecerem um pouco mais sobre a história do jogo e sobre as cabeças pensantes por trás de seu desenvolvimento. Apoiar as iniciativas nacionais é um dos motivos para que esta coluna tenha sido criada, então nada mais justo do que ajudar um game promissor como este a chegar até as pessoas. E como vocês vão perceber, com essa pixel art e gameplay, logo vai bater aquela lembrança saudosa dos tempos de chicote e água benta.


Jogo Véio: No vídeo do youtuber Vinnie d’Castro, que por sinal também está participando do desenvolvimento do game, é citado que o estúdio está em busca de divulgação antes de partir para uma campanha de crowdfunding. Então, conte um pouco do projeto para quem ainda não o conhece.

Luan Inácio: É uma produção independente e sem fundos, qualquer forma de divulgação é válida. Nos sentimos no lugar de um grande produtor no qual o estilo em que o jogo se baseia foi criado, Koji Igarashi, o “criador” do gênero metroidvania, quando dirigiu Castlevania: Symphony of the Night na Konami. Nosso objetivo é reinventar para, desta forma, modernizar ainda mais o estilo, sem deixar de lado o que realmente faz jus a um metroidvania.

O jogo não conta a história de vampiros, mas sim a de um descendente de uma raça antiga, amaldiçoada a viver por muito tempo. Não se sabe ao certo se são imortais, mas Aleck Loshdwing, um dos descendentes perdidos desta raça, ainda vive. Assim como seus antepassados, Aleck pode enxergar o oculto e tem o poder de banir seres que se encontram neste plano. Sendo o único descendente e usuário das chamas negras, Aleck sentiu a maldição que estava afetando os humanos e o equilíbrio entre o oculto e o plano terrestre.

Jogo Véio: E como surgiu a ideia para criar o game?

Luan Inácio: O game vem sendo desenvolvido há pouco tempo (a versão demo tem 5 ou 6 meses de engine) e a ideia de construir um game totalmente independente foi, inicialmente, pensada por mim, que me tornei codiretor e designer do jogo, mas nada tão concreto quanto o que temos hoje.

Eram ideias escritas e desenhadas como gostaria de fazer o jogo, estudando pixel art e treinando técnicas de artes. Desta forma, sendo adepto ao estilo metroidvania, que sempre admirei, comecei a entender como aquela estrutura de jogo funcionava e como poderia começar um projeto com uma equipe. Fazer um game tão complexo e detalhado era impossível para minhas condições naquele momento e depois das desavenças entre a equipe, que possuía muitos membros, decidi reduzir o número de pessoas para apenas uma, eu. Quando Thales Renan (codiretor e programador) praticamente “caiu do céu” para ter oportunidade de trabalhar comigo, Juan Inácio (codiretor e designer), meu irmão, decidiu também entrar para o projeto.

Até hoje a equipe é formada por codiretores, um projeto tão trabalhoso não deve ter apenas um nome para creditar todo o esforço. Existem pessoas trabalhando e apoiando diretamente o projeto. Temos o Vinnie d’castro (compositor e músico) que fez uma música original que iremos utilizar em uma parte especifica e marcante do game, o Caio Vidal (compositor e músico), que está trabalhando diretamente com o projeto e está fazendo um ótimo trabalho com músicas autorais e originais para o game. Já o Filipe Ghedin (localização, vozes, youtuber), que conhecemos pela ponte feita por Leon Silva (youtuber) e que fez as vozes de grande parte dos nossos personagens, está fazendo um ótimo trabalho com seu repertorio repleto de variações vocais. Bruno Shinkou (localização, vozes), também está inserido no processo, entre outros que estão nos divulgando diretamente, fazendo o famoso “boca-a-boca”. Agradecemos aos mesmos que nos divulgaram e acompanham de perto nosso trabalho, como o Paulo Azevedo (youtuber), entre muitos outros.

Jogo Véio: Hoje em dia, temos muitos jogos indies no estilo metroidvania sendo lançados. Quais fatores foram levados em consideração para optar por esse tipo de jogo e quais os diferenciais de Apostasy em relação a outros jogos do mesmo estilo?

Luan Inácio: Quando jogamos Castlevania: Symphony of the Night (SOTN), temos a impressão de que nunca mais veremos um jogo tão bom quanto ele. Existe algo oculto em SOTN que nos instiga a amá-lo toda vez em que jogamos. Muitos jogos no estilo metroidvania estão sendo lançados, mas falta muito para chegar à sensação que temos ao jogar o original feito por Igarashi. Não sabemos o que é, muito menos podemos repetir o mesmo feito e passar a mesma sensação, mas prometemos tentar fazendo nosso melhor.

O diferencial em Apostasy são os elementos variados que torna o fator replay muito interessante, como mudanças na linha do tempo em decisões que o player irá tomar. Em relação às batalhas, existe uma grande variedade de armas e itens, dos mais fáceis de ser encontrados até os mais raros. Estamos tentando não complicar tanto a interface do jogador, mas aposto que os amantes de Action RPG vão adorar o que estamos fazendo. Entre esses elementos e outros ─ como Boss fights com trilha sonora, puzzles, personagens marcantes ─, queremos mostrar tudo o que podemos fazer para começar a campanha.

Jogo Véio: Essa vai para os programadores de Apostasy. Nossa colega de equipe, a Sora, quer saber: Quais jogos despertaram o interesse de vocês e incentivaram a começar a programar?

Thales Rennan: Sempre fui muito fã de jogos de RPGs e uma das franquias que mais me conquistou foi Final Fantasy. Sempre fui apaixonado pelos jogos da série e nunca me canso de jogar, mesmo os mais antigos. Mas o que me fez, de fato, ter curiosidade na criação de jogos foi o Final Fantansy 7, na época era um deslumbre jogá-lo e sentir a quantidade de possibilidades que o jogo disponibilizava e a imersão que a história proporcionava. Um outro jogo que também me marcou foi o famoso Super Mario World 3. Era incrível, para mim, mesmo ainda criança, admirar e ver o quanto um jogo aparentemente “simples” guardava tantas possibilidades. Isso sem dúvida me fez, desde cedo, começar a percorrer o caminho de programador para um dia construir minhas próprias ideias.

Jogo Véio: Em relação às ferramentas, quais softwares estão sendo utilizados para desenvolvimento do jogo e para a criação do pixel art?

Luan Inácio: Estamos usando a Unity 2017.03. Nosso programador está apto a usá-la e conseguimos desenvolver o projeto muito bem com o recurso de collab (nos permite trabalhar mutuamente na engine). Moramos longe um do outro e por isso esse recurso caiu como uma luva. Estamos usando o Photoshop CS6 para fazer pixelart, é o programa em que estamos aptos a usar desde sempre. Aprender pixe lart nele foi um processo interessante e, depois de muito tempo, conseguirmos aperfeiçoar técnicas a cada dia usando o programa.

Jogo Véio: Desenvolver um jogo não é nada fácil, principalmente quando temos que conciliar com nossos trabalhos e obrigações do dia-a-dia. Quais obstáculos a equipe enfrentou até agora?

Luan Inácio: Alguns de nós está com o projeto sendo desenvolvido em primeiro plano, outros estão tendo todo seu tempo livre trabalhando e exercendo seu papel na produção. Algumas dificuldades vêm sido enfrentadas sim. Lembremos que é um projeto sem financiamento nenhum, com recursos inteiramente próprios e temos que ter uma forma de sustento por fora. Fora isso, é sempre bom ter amigos e a própria família nos apoiando, isso é o que faz tudo valer a pena.

Jogo Véio: Em relação à campanha de crowdfunding, quais são os objetivos que vocês pretendem alcançar com ela e qual a expectativa da equipe?

Luan Inácio: Pretendemos atingir o suficiente para continuar a carreira da Noustroid e terminar com êxito o nosso primeiro game. Apostasy seria a chave para ingressar com o pé direito nesse ramo, com a meta de estar do lado das grandes. É um sonho para todos nós trabalhar com games e muito mais estar no mesmo nível de produtoras conhecidas. É um jeito de pensar meio “sonhador”, mas temos que pensar acima da nossa capacidade, pois ela não tem limites, nós que os impusemos.

Jogo Véio: Qual a opinião de vocês em relação aos jogadores brasileiros como consumidores de jogos indies nacionais? Há apoio da comunidade gamer?

Luan Inácio: Há uma grande comunidade que valoriza as produções, mas quando ouvimos falar de produção de games no Brasil, ainda mais indie, é possível que você veja muitos falando com preconceito sobre o país não estar em um ranking muito bom com relação à produção de jogos. Mas, brasileiro que é brasileiro, não desiste, temos nosso jeitinho de se dar bem sempre. Quer dizer, nem sempre, mas na maioria das vezes temos a força de vontade aflorando como se aquele objetivo fosse tudo o que sempre quiséssemos desde pequeno.

Muitos amigos gamers apoiam sim, mas no Brasil ainda predomina a comunidade da pirataria e haters. O que queremos mudar, e devemos, é essa imagem, mostrando nossa produção mundialmente. Por isso a localização em inglês está sendo feita (não é uma localização profissional, mas é “o que temos pra hoje”).

Jogo Véio: Até agora, pudemos ver muito pouco do jogo em si e mesmo assim ele parece muito promissor. Quando poderemos ver mais de Apostasy ou até mesmo jogar uma demo?

Luan Inácio: Logo estaremos postando um trailer da versão final da demo em meados do mês de março. Ela irá conter quase tudo que a demo terá (menos os segredos, é claro). Próximo ao lançamento, ou no mesmo período, terá inicio a nossa campanha de crowdfunding e, assim, começa a caminhada.

Jogo Véio: Para finalizar, qual mensagem vocês deixam para as pessoas que quiserem apoiar o projeto e o que elas podem esperar de Apostasy quando ele for lançado?

Luan Inácio: Esperamos que o recebam de braços abertos, pois estamos trabalhando não só com todo nosso esforço, mas também amor ao que fazemos. Podem esperar uma boa trama e uma gameplay interessante, no melhor estilo metroidvania que todos nós adoramos.


https://www.youtube.com/watch?v=IdYhUoaXF0g

O que acharam da proposta apresentada em Apostasy? Não deixe de comentar e dar sua opinião! Não esqueça também de acompanhar nossa página no Facebook, tem sempre uma novidade legal por lá! Até semana que vem!


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Eduardo Paiva

Gamer desde sempre, redator desde agora. Jogou de Top Gun, Enduro e Pitfall até Dragon Age, Assassin’s Creed e GTA V. Formado em Ciência da Computação, ainda não desistiu do sonho de desenvolver seu próprio jogo e se aprofundar nesse complexo processo de criação.

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