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Mega Man 2: o retorno triunfal ao NES

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A fórmula e as mecânicas já eram promissoras no primeiro título lançado em 1987. Mas faltavam alguns ajustes e melhorias para tornar Mega Man um dos melhores jogos de plataforma do Nintendinho. E foi com o lançamento de Mega Man 2 em 1988, que a Capcom acertou a mão e estabeleceu toda a base que consagrou o Blue Bomber nos anos seguintes como um ícone dos jogos eletrônicos.

Novos passos

Embora o jogo de estreia não tenha feito tanto sucesso quanto esperado, a Capcom aceitou que o produtor Keiji Inafune desenvolvesse uma sequência para a sua recente criação, depois de muita insistência. Mas com a condição de que fosse feito de forma paralela aos projetos principais da empresa.

Trabalhando em Mega Man 2 nos momentos de folga e com o auxílio de alguns outros membros do time original, Inafune conseguiu criar um jogo maior, mais refinado e muito mais justo e divertido.

A história do jogo se passa apenas um ano após os acontecimentos do primeiro game. Dessa vez, Dr. Wily construiu novos robôs para derrotar os mocinhos. Mas antes disso, o Dr. Light enviou Mega Man para o confronto contra o seu rival. 

Novas peças

A base do jogo continuou a mesma: saltar plataformas, atirar em inimigos, desviar de obstáculos e obter o poder do chefe derrotado para usar a seu favor nas fases e em outros chefes seguintes. Tudo isso com liberdade para escolher a ordem que desejar para encarar cada estágio. Mas as novidades tornaram tudo isso ainda mais cativante.

Mega Man 2 trouxe oito estágios iniciais, com um chefão próprio para cada um deles ao invés dos seis do jogo anterior. Algo que se tornaria o padrão dali em diante. Os chefes, aliás, foram criados por crianças de todo o Japão a pedido da Capcom e enviados por carta para Inafune e o seu time, que escolheram os melhores. São eles: Metal Man, Air Man, Bubble Man, Quick Man, Crash Man, Flash Man, Heat Man e Wood Man.

Após derrotar cada chefe, Mega Man consegue uma habilidade nova que traz novas mecânicas e formas de encarar as fases e, principalmente, derrotar os chefes seguintes. Era só encontrar a arma certa para o inimigo certo. As armas são: Metal Blade, Air Shooter, Bubble Lead, Quick Boomerang, Crash Bomb, Time Stopper, Atomic Fire e Leaf Shield.

Novas armas

Além das oito armas, em Mega Man 2 o jogador tem três itens especiais a seu favor, habilitados gradualmente pelo Dr. Light após derrotar determinado chefe de fase. Cada um dos itens (dois “mini elevadores” e um “jato propulsor”) ajudam o protagonista a alcançar áreas antes inacessíveis ou até facilitar trechos mais complicados. 

Mega Man pode usar também os famosos E-Tanks para recarregar a sua energia. Sem recorrer a eles com frequência, você vai penar para progredir. 

Novo brilho

As novas possibilidades e a liberdade de exploração são os pontos fortes de Mega Man 2. São tantas alternativas disponíveis para o jogador, que não existe apenas uma forma correta de derrotar um chefe e passar de uma fase.

O que é unânime, porém, é a dificuldade para terminar esse jogo. Assim como foi no primeiro, em Mega Man 2 o jogador vai sofrer para passar de alguns trechos de plataforma lotados de inimigos e para derrotar alguns inimigos mais complicados.

Mas se você jogar a versão americana, existe a possibilidade de escolher entre a dificuldade normal (que já é tensa) ou a difícil (que é a única disponível na versão japonesa).

A dificuldade, inclusive, atinge níveis absurdos na segunda metade do jogo. Após concluir as primeiras oito fases, somos levados até a fortaleza do Dr. Wily. Lá, precisamos passar por novos estágios, incluindo confrontos contra novos chefes e os velhos conhecidos do jogo até a épica batalha final.

E não se preocupe se precisar parar a jogatina no meio da ação ou acabar morrendo durante o processo. Mega Man 2 trouxe o uso dos passwords, permitindo continuar a aventura com as armas e itens que você já conseguiu. 

Obra-prima

Considerado por muitos jogadores e críticos como o melhor Mega Man do Nintendinho, o segundo game realmente possui uma qualidade invejável. Temos visuais caprichados, variedade de habilidades e uma trilha sonora incrível.

Até hoje, as composições de Takashi Tateishi são lembradas como umas das melhores da franquia. Se você curte ouvir as trilhas dos jogos clássicos, vale a pena parar e curtir as canções desse game. 

Com todas essas qualidade, podemos afirmar, sem medo, que Mega Man 2 é um dos melhores jogos de plataforma da geração 8-bit. Se você curte o gênero, não deixe de conferir essa obra-prima da Capcom. Inclusive, encontrá-lo para jogar é uma tarefa fácil, mesmo hoje em dia.

O game está disponível em diversas colectâneas para praticamente todas as gerações. Mas se preferir uma experiência nova e diferente, pode experimentar a versão lançada para Mega Drive na colectânea remasterizada Mega Man: The Wily Wars, que conta com novos visuais e efeitos sonoros. 

Dica do Véio

E se você quiser relembrar mais jogos de plataforma, que tal conferir a nossa nova edição especial inteiramente dedicada ao género? Na revista Jogo Véio Especial 4-A, homenageamos a clássica revista Ação Games #01, num especial com 100 jogos de plataforma inesquecíveis das décadas de 1980 e 90. 

E você, caro leitor? Curte Mega Man 2? Tem alguma lembrança marcante com esse jogo? Conta aí nos comentários.

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Ítalo Chianca

Gamer que cresceu jogando com seus irmãos, lendo revistas sobre games e frequentando as antigas locadoras de videogame, hoje divide o seu tempo livre entre as jogatinas e os textos sobre games que costuma publicar no Jogo Véio e nos seus próprios livros (Videogame Locadora, Os videogames e eu, Papo de Locadora, Game Chronicles e Gamer).

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