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The Punisher (Arcade) é uma verdadeira aula de beat ‘em up

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Durante as décadas de 1980 e 1990, a Capcom foi absoluta entre os apreciadores da fina arte de se aventurar em botecos de esquina. Cheiro de cigarro e bebida barata, mesas de sinuca, ovo colorido, torresmo ressecado e… máquinas de fliperama! Sim, lá estavam elas, quase sempre encardidas e com os adesivos descascados, porém sempre convidativas.

O Retro Review da vez é sobre um jogo que eu gosto bastante, além de ser um dos grandes expoentes do gênero Beat ‘em Up, desaparecido desde o fim da era dos Arcades.

O Justiceiro nos Arcades

The Punisher (Arcade) foi lançado em 1993 e representava o começo de uma vitoriosa parceria entre a Capcom e a Marvel, que ainda renderia outros grandes jogos como X-Men vs Street Fighter, Marvel vs Capcom, entre outros. Na época, a Capcom era sinônimo de jogos de fliperama, principalmente nos gêneros de luta e briga de rua, muito por conta do sucesso de Street Fighter 2, lançado em 1991.

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O título segue a fórmula padrão do gênero, com progressão lateral e muita pancadaria, bem no estilo de Final Fight e Cadillacs and Dinosaurs. Aqui, você assume o comando de Frank Castle ou Nick Fury, e tem o objetivo de livrar a cidade de Nova York das garras do Rei do Crime.

A ação se desenrola em seis fases de ambientação urbana, bem no estilo das histórias em quadrinho do personagem. Becos, vielas, esgoto, dentro de ônibus… todo o lado sujo de Nova York servirá como pano de fundo enquanto você surra e executa bandidos com facas, granadas, pistolas, metralhadoras, armas brancas e até mesmo com as mãos nuas.

Frank e Nick têm jogabilidade idêntica, com o mesmo “peso”, velocidade e força, resultando em experiência de jogo bastante similar para ambos os jogadores.

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Diferente dos quadrinhos, os personagens não estão sempre com armas de fogo em punho, mas apenas ocasionalmente, quando um inimigo também está armado ou quando você acha alguma outra arma dando sopa em barris e caixotes. Seria estranho se você pudesse simplesmente largar o dedo durante todo o percurso em inimigos desarmados, então para manter o combate a curta distância, o jeito foi abolir as armas de fogo em alguns momentos. Mas isso não quer dizer que o repertório de armas seja limitado: machados, espadas, facas, marretas e até mesmo uma estátua medieval, tudo acaba virando arma letal nas mãos de um assassino profissional.

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Um jogo “matador”

Na parte técnica, The Punisher é sem dúvidas um dos títulos de maior destaque do gênero, a começar pela parte visual. Os sprites são super detalhados e coloridos, e a pancadaria come solta sem rolar nenhum slow-down ou qualquer outro problema durante as animações. Isso é bom, já que o jogo tem um nível de dificuldade moderado, mas que sobe de maneira considerável quando chegam os chefes de cada fase. Nenhuma das lutas é impossível, mas os golpes dos adversários costumam causar muito dano, exigindo bastante habilidade por parte do jogador, principalmente na hora de decorar padrões e se esquivar de ataques.

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Aliás, um pequeno parêntese aqui, ver que o Retalho (um dos principais vilões das histórias do personagem) foi reduzido a um mero sub-chefe nas últimas fases do jogo, é meio estarrecedor.

Os cenários parecem mesmo ter sido tirados diretamente dos quadrinhos da época, em um retrato bastante fiel do submundo fictício de Nova York. A sensação é a de estar de fato dentro de uma das histórias de Frank Castle, só que com menos diálogos e mais ação. Até mesmo as onomatopeias, elementos gráficos importantíssimos das HQs, estão presentes no jogo, estreitando ainda mais o diálogo entre as mídias.

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A parte de efeitos sonoros não compromete, já que são só alguns gritos e sons de murros e tiros o tempo todo. Na verdade, tem também um berro muito louco do Justiceiro quando ele manda seu roundhouse kick (aêióooo?!), que de tão bizarro chega a ser legal.

As músicas são bastante marcantes e ditam o ritmo de tensão do jogo. Nas últimas fases você sente que há um grande senso de urgência e responsabilidade, como se aquela fosse de fato a última aventura da sua vida.

É possível perceber de longe que houve bastante esmero nas composições, resultando em uma trilha marcante e muito acima da média, se comparado as trilhas genéricas de outros jogos da época.

Considerações finais

The Punisher é um ponto fora da curva, como tantos outros Beat ‘em Ups lançados pela Capcom nesse comecinho da década de 90. Na teoria, todos os jogos se parecem muito entre si, apenas mudando a skin dos personagens e a ambientação. Mas Punisher vai além, com bons gráficos, jogabilidade e ambientação, já que estamos falando de um personagem forte no universo dos quadrinhos.

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Seria legal se o jogo tivesse alguns cameos de outros personagens da empresa, mas isso passa por uma série de entraves legais, então seria apenas um capricho a mais para coroar um bom jogo.

Esse é sem dúvida um título imperdível, que inclusive recebeu uma adaptação honesta para Mega Drive, mas limitada. Se você ainda não jogou, recomendo fortemente que corra atrás do tempo perdido!


Vídeo

The Punisher – Longplay – (Fonte: World of Longplays)


Extra

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Eidy Tasaka

Redator e diagramador freelancer, apaixonado por jogos e revistas antigas, incentivado por um pai que sempre nutriu os mesmos vícios. Fã de RPGs japoneses e jogos de plataforma, divide seu tempo entre o Jogo Véio e as poucas horas de sono que possui.

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