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Brasil Game Show 2017: Um evento para chamar de ‘lar doce lar’

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A breve caminhada entre o ônibus e os portões da Expo Center Norte nunca foi tão longa. Eram de fato pouquíssimos metros, uma rua atravessada e só. Mas a ideia de estar sob o mesmo teto que Nolan Bushnell (criador do Atari), David Crane (criador de Pitfall) e Hideo Kojima (criador da franquia Metal Gear) aumentava o peso de maneira exponencial.

Essa não foi a minha primeira BGS, já que eu frequentava o evento quando ainda era no Rio de Janeiro, bem pertinho de casa. Mas aquela sensação gostosa de estar em um lugar com milhares de pessoas que falam a mesma língua que você é, de fato, reconfortante. Sem preconceitos, sem olhares de julgamento. Viu alguém com um cosplay bacana? Chega junto, elogia, tira uma foto! Prestigia, porque você está no melhor lugar possível para isso. Achou um jogo indie interessante? Questiona o produtor, faz um tête a tête com ele, mostra que você é véio o suficiente pra ter entendido todas as referências!

A Brasil Game Show já está mais do que consolidada como a festa dos videogames no Brasil e na América Latina. De quem produz, de quem joga, de quem expõe, de quem se conecta. De todo mundo!

BGS é 10!

A décima edição da Brasil Game Show foi também a melhor de todas, pelo menos com relação aos convidados. Na verdade, em diversos outros quesitos, mas a gente ainda não entrou num consenso sobre isso. De qualquer forma, é notório o crescimento e o amadurecimento do evento no geral.

Hoje, a imprensa internacional já enxerga e respeita a BGS como uma data importante do calendário para a indústria dos videogames. Mesmo sem a presença da Nintendo – e que falta faz ela por aqui – ano após ano, Sony e Microsoft vêm apostando cada vez mais em estandes chamativos e repletos de atrações. Esse ano, por acaso, não havia muita novidade para jogar, já que muito dali já havia sido revelado durante a E3. Mas para o grande público, isso passou batido.

A quantidade de atrações era tamanha, que até deu pra circular bem pelo pavilhão do Expo Center Norte, mesmo durante os dias mais cheios (sexta-feira, 13, e sábado). Parece que a organização do evento achou um bom ponto de equilíbrio entre o espaço disponível e o número de pessoas. Foram poucas as aglomerações e dava pra caminhar quase que livremente. Nesses casos, ‘quase’ já é muito bom!

Fora tudo isso, e mesmo se todos os pontos que citei anteriormente estivessem um ou dois pontos abaixo, ainda assim a festa teria valido a pena. Afinal, não é todo dia que temos a oportunidade de ver de perto alguns dos caras responsáveis por toda a magia dos videogames. Até o Phil Spencer (Chefe da Divisão Xbox) deu as caras e apresentou para o público brasileiro o novíssimo Xbox One X. Mas não era ele aquele que fazia os nossos olhos brilharem, no fim das contas.

The Big Bosses a poucos metros de nós

Passada a euforia dos primeiros momentos no evento, bateu aquela deprê violenta ao lembrar que eu estava debaixo do mesmo teto que Hideo Kojima, mas não o veria de perto e nem tiraria uma foto com o mestre. Eu bem que tentei conseguir uma vaguinha no Meet & Greet, mas falhei miseravelmente na missão. Restava a esperança de vê-lo nos palcos ou ainda como jurado do Concurso de Cosplays. Na verdade, eu poderia esbarrar em Kojima-san a qualquer momento, já que ele foi onipresente e onipotente durante a sua curta estada no Brasil. E olha, eu aposto que o ‘hômi’ volta, porque até foto de caipirinha no Instagram rolou. É só ver o Ed Boon, né?

Brincadeiras à parte, ter grandes ídolos no evento dá um outro astral para a coisa toda. Além de aumentar a visibilidade, ainda enaltece um dos maiores mercados consumidores de jogos do mundo, e o maior da américa latina. Sabe aquele sonho de criança de conhecer Shigeru Miyamoto, Eiji Aonuma, Hironobu Sakaguchi e outras estrelas da indústria? Então, nunca esteve tão perto de se tornar realidade. Quem teve a oportunidade de bater papo e tirar uma foto com Nolan Bushnell e David Crane, certamente não vai mais lavar a mão, e já deve ter emoldurado o autógrafo para a posteridade. Eles são as pedras fundamentais disso tudo, afinal! Foi uma belíssima homenagem à história dos videogames, e é disso que a gente gosta!

E a veiarada, o que viu lá?

Estava tudo muito bom, muito bonito e agradável. Mas e a veiarada, o que fez de bacana durante os cinco dias de evento? Bom, controle na mão efetivamente, quase não rolou. Com exceção do dia dedicado à imprensa, as filas eram longas e nos desanimaram um pouquinho.

Nos meus primeiros instantes de feira, eu logo corri para tentar achar o espaço dedicado aos fliperamas. No ano passado, até que deu pra rir um bocado jogando KOF ‘97 contra o Ítalo Chianca, e eu esperava repetir a dose esse ano. Para a minha surpresa, as máquinas que lá estavam não tinham nenhum jogo de luta ou beat ‘em up clássico. Em vez disso, você tinha algumas máquinas de soco, basquete… Até deu pra aliviar a tensão jogando Daytona USA e Time Crisis, mas acabou ficando aquele gostinho amargo de criança que vai ao fliperama e descobre que virou um Pet Shop ou coisa assim.

Um momento agradável da feira foi visitar os estandes que estavam mais ao fundo, na área dedicada aos vendedores do evento. Por lá, passeamos um pouquinho no estande da Editora Europa (que tinha uma promoção maravilhosa de 4 revistas por 10 reais), depois visitamos os nossos parceiros do VGDB (que já até participaram da nossa revista, na edição de número 3), além de rever os amigos da WarpZone. Vimos de perto o boneco do livro dedicado à série The King of Fighters, e confesso que ficamos bastante animados com o resultado.

Estar entre a turma dos retrogames sempre nos deixa muito mais confortáveis. É um nicho, né? Então todo mundo se conhece, a conversa rola mais solta e é uma ótima oportunidade para rever os amigos que não são aqui da cidade. Esses eventos andam acontecendo apenas uma vez por ano, e na própria BGS!

Aliás, você, amigo véio, que foi lá bater papo com a gente, que quis saber mais das nossas revistas e do nosso projeto: sinta-se abraçado em dobro ou em triplo. É importante pra gente saber que tem alguém do outro lado que curte o nosso trabalho! Essa BGS também foi enaltecedora para o Jogo Véio! Urra!

Já está chegando a BGS 2018?

Nosso giro pelo evento terminou na área Indie, e certamente foi uma das experiências mais agradáveis que tivemos nos últimos tempos. Ver a efervescente cena brasileira de jogos independentes é sempre muito animador. De Trajes Fatais a Esquadrão 51, de Valgard a Pixel Ripped 1989, foram tantas surpresas bacanas… E nós vamos falar de cada uma delas individualmente aqui no site! São novos ‘Quase Véios’, que a gente quer muito explorar!

Saímos do evento de coração partido, desejando muito que essa festa não acabasse nunca. Se você já é veterano de BGS, esperamos vê-lo novamente no ano que vem. Se ainda não foi, dê essa chance a si mesmo e garanta o mais rápido possível as suas entradas, de preferência pagando pouquinho nos primeiros lotes. O que será que o Jogo Véio reserva para o ano que vem, hein? Será que teremos um mini-asilo num cantinho qualquer da feira? Veremos…

***

Aproveitando a deixa, gostaria de deixar um abraço especial para os camaradas do Retrogeek (JP Moraes e Caio Hansen, já que o Sidão estava em Orlando e não veio para a festa), do Zona E e do Super Game Brothers! Nós dividimos o microfone emprestado que arranjamos por lá e gravamos um podcast bacana, que serve bem de complemento para esse post.

Outro abraço especial para os doutores Bruno Carvalho e Edu Aurrai do Reloading, que me deram dicas de jogos e gastronomia do submundo. Foi sensacional!

Até 2018, veiarada!


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Eidy Tasaka

Redator e diagramador freelancer, apaixonado por jogos e revistas antigas, incentivado por um pai que sempre nutriu os mesmos vícios. Fã de RPGs japoneses e jogos de plataforma, divide seu tempo entre o Jogo Véio e as poucas horas de sono que possui.

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