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Donkey Kong Country 3: Dixie Kong’s Double Trouble! e o fim de uma era

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Lançado durante um período de grandes transformações no mercado de games, Donkey Kong Country 3: Dixie Kong’s Double Trouble! encerrou a fantástica trilogia do gorilão da Nintendo na geração 16-bit com um game divertido, bonito e desafiador, mas menos idolatrado pelo fãs. Relembre.

Kiddy e Dixie Kong são os protagonistas da terceira aventura

O dono da selva

Desde que fez sua estreia no Super Nintendo em 1994, a série Donkey Kong Country, produzida pela Rare, chamou a atenção de jogadores e mídia especializada, O primeiro game, por exemplo, revolucionou a indústria de consoles domésticos com belos gráficos pré-renderizados e uma jogabilidade refinada. Falamos sobre ele no Jogo Véio Podcast!

Sua continuação, Donkey Kong Country 2: Diddy’s Kong Quest, aprimorou ainda mais a fórmula com uma iteração que beira a perfeição técnica do gênero plataforma. E, em 1996, quando o Nintendo 64 já era o grande desejo dos jogadores, eis que é lançado Donkey Kong Country 3: Dixie Kong’s Double Trouble!.

Nessa terceira aventura da família Kong para o Super Nintendo, temos a dupla Dixie e Kiddy Kong saindo em uma jornada pelo Kremisfério Norte na busca por Donkey e Diddy. Os dois protagonistas do primeiro game da série haviam saído numa viagem para comemorar a vitória contra King K. Rool, mas não retornaram, pois foram sequestrados pelo misterioso Kaos. Sem bananas e sem os heróis, cabe então a jovem dupla de primos Kong a missão de salvar o dia.

A família Kong

Sem as duas maiores estrelas da família DK, o jogador assume o controle de Dixie e Kiddy. A jovem guitarrista, estrela de DKC2, possui movimentos rápidos e o seu famoso cabelo planador, indispensável para alcançar áreas distantes e explorar as fases de forma mais completa.

Já o bebê Kiddy lembra as habilidades de DK. Pesado e forte, o chorão é uma boa pedida para encarar inimigos mais resistentes e ainda serve de suporte para Dixie rolar sobe ele, sem contar na sua quicada na água.

Os dois, aliás, ainda conseguem arremessar o companheiro para alcançar lugares mais altos ou destruir madeiras frágeis no chão. Vale lembrar que é possível jogar sozinho ou com um amigo no player 2, tanto cooperativo quanto em modo competitivo.

Velhos amigos

Além dos dois macacos, o jogo também traz outros membros da família Kong, cada um com sua especialidade. Wrinkly Kong está lá para salvar o progresso do jogo enquanto se diverte no seu Nintendo 64. Cranky e Swanky trazem minigames que, caso vencidos, contribuem com itens e vidas. E Funky é peça fundamental para o desenrolar do jogo melhorando o veículo do jogador.

Ah, e para completar, os irmãos urso marcam presença em cada mundo. Nas suas lojas, é possível comprar, vender e trocar itens importantes para o desenrolar da trama e do progresso da saga.

Reino animal

Como já era tradição na série, os animais amigos também estão presentes em DKC3. Controlar o peixe-espada Enguarde, o papagaio Squawks, a aranha Squiter e a elefante Ellie trazem novas camadas de jogabilidade para o título, criando dinâmicas interessantes para as fases.

Enguarde ajuda na exploração das fases aquáticas; Squawks protagoniza desafiadoras rotas que exigem precisão e destreza; Squiter salta com as suas teias em fases cheias de obstáculos; e a novata Ellie possui um sistema de esguichar capaz de vencer até grandes chefes, embora não suporte ficar perto de um ratinho. Cada fase no controle dessa turma é um momento de diversão a mais na jogatina na longa jornada que encaramos.

Devolvam meu amigo rinoceronte!

Novo mundo

Uma das primeiras grandes novidades do game em relação aos seus antecessores é a exploração do mapa. Diferente da linearidade de DKC1 e DKC2, em Dixie Kong’s Double Trouble! temos um vasto mundo para explorar, com direito a uma boa liberdade de escolhas e muitos segredos espalhados pelos cantos.

O jogador, agora, não precisa necessariamente jogar as fases numa ordem pré-estabelecida. Alguns mundos podem ser jogados antes ou depois, vai da escolha de cada um. Essas escolhas de rotas, contudo, são limitadas pelo seu veículo de exploração. Quanto mais o jogador avança no jogo, mais peças do veículo ele consegue. E, com elas, basta levar até Funky Kong para melhorar o barquinho e ter acesso a novas áreas.

Além das peças para o barco, uma infinidade de outros itens e colecionáveis estão espalhadas pelas fases, fazendo o jogador querer explorar cada cantinho do mapa. São bananas, moedas das fases bônus, letras DONKEY, as moedas DK e os pássaros banana. Cada item desses é importante para se completar o jogo, principalmente se você deseja ver o final verdadeiro e ostentar os 105%.

É bom ficar de olho nas bandeirinhas que marcam as fases. Elas indicam quando não falta mais nada a ser descoberto lá. Até porque o jogo é imenso, cheio de mundos e fases.

Uma jornada inesquecível

Donkey Kong Country 3 mantém o altíssimo nível de qualidade estabelecido pela Rare nas suas produções durante a década de 1990. Graficamente, temos um visual limpo, colorido e cheio de detalhes, que ganham vida extra graças a técnica cada vez mais avança de pré-renderização. Com certeza, temos aqui um dos visuais mais bonitos do Super Nintendo.

Também seguindo a tradição de qualidade da Rare, temos uma trilha sonora cheia de nuances, bons efeitos, mas com melodias um pouco menos inspiradas se comparada às dos jogos anteriores. Quem assina boa parte das músicas dessa versão é Eveline Fischer, em vez de David Wise.

Arquipélago dos sonhos

Logo no primeiro mundo, o Lake Orangatanga, temos lagos, florestas e montanhas de neve que encantam pela beleza e pela diversidade. No segundo mundo, o Kremwood Forest, serrarias que invadem a floresta e árvores gigantes trazem um tom de grandiosidade para a aventura.

Já no terceiro mundo, o Cotton-Top Cove, encaramos cachoeiras, rios e um mundo aquático cheio de vida e cores, totalmente diferente de Mekanos, o quarto mundo, com suas fábricas cinzas, encanamentos e poluição tóxica.

O quinto mundo, chamado de K3, traz as tradicionais montanhas de gelo, mas com direito a cachoeiras e grandes fábricas. O sexto mundo, Razor Ridge, apresenta desfiladeiros, rios, cavernas e dois lindos teleféricos que cortam a região.

Kaos Kore conta com cavernas, florestas e uma tempestade elétrica nas proximidades de um lindo lago que fazem o jogador parar por alguns minutos apenas para admirar a quantidade de coisas acontecendo ao mesmo tempo enquanto se aproxima do castelo de K. Rool. E ainda tem o oitavo mundo, o secreto Krematoa, que apenas os mais habilidosos terão acesso.

Magistral

Com novidades interessantes, qualidade técnica indiscutível e uma longa e desafiadora jornada, Donkey Kong Country 3: Dixie Kong’s Double Trouble! entregou uma experiência de jogo refinada, com tudo aquilo que se esperava de um dos últimos títulos de uma geração marcada por clássicos que moldaram a indústria de games.

Infelizmente, por ter divido atenções com consoles de nova geração e não possuir algumas qualidades de seus antecessores, o jogo pode ter passado despercebido por alguns gamers. Mas, sem dúvidas, temos aqui um jogo excelente que merece ser jogado, rejogado e explorado a exaustão por quem realmente admira e entende a beleza dos jogos clássicos.

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Ítalo Chianca

Gamer que cresceu jogando com seus irmãos, lendo revistas sobre games e frequentando as antigas locadoras de videogame, hoje divide o seu tempo livre entre as jogatinas e os textos sobre games que costuma publicar no Jogo Véio e nos seus próprios livros (Videogame Locadora, Os videogames e eu, Papo de Locadora, Game Chronicles e Gamer).

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