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Top Gear 2 e as corridas pelo mundo no Mega Drive

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Direto da caixinha de sapato com as fitas do Véio, jogamos e analisamos Top Gear 2, sucessor de um dos jogos de corrida mais adorados pelos brasileiros e que foi lançado para diversas plataformas da geração 16-bit, entre elas o saudoso Mega Drive, que é a versão que me aventurei.

Correndo para todos os lados

Com corridas velozes, desafiadoras e uma trilha sonora maravilhosa — com direito a versões brasileiras extremamente exóticas —, o primeiro Top Gear foi um dos maiores sucessos das locadoras no Brasil na primeira metade da década de 1990, assim como nos lares de milhares de jogadores mundo a fora.

Embora não trouxesse nada muito inovador para a época, o jogo possuía um carisma único no Super Nintendo, agradando a garotada e a mídia especializada. Com isso, uma sequência era apenas questão de tempo. E, claro, ela veio, com direito a ports para Amiga e Mega Drive, lançados em 1994 — a versão de SNES chegou em agosto de 1993.

Desenvolvido pela Gremlin Interactive e publicada pela Vic Tokai — no SNES, a publicação ficou por conta da Kemco —, Top Gear 2 é mais um jogo de corrida estilo arcade, sem muita preocupação em ser realista. O que vale aqui é a diversão e o desafio de superar os adversários em corridas alucinantes.

Como nos bons arcades

São 16 países, com 64 cidades, para o jogador correr contra adversários rápidos e levemente mais difíceis do que o jogo anterior. Para ganhar, não basta apenas segurar o botão de aceleração e sair cortando os carros como se não houvesse amanhã. Alguns adversários chegam a dificultar bastante a ultrapassagem, jogando o carro deles contra o seu, o que causa alguns atrasos para você.

Correr, aliás, é uma tarefa simples em Top Gear 2. O jogador pode acelerar, frear, turbinar e movimentar o carro para os lados. Para aqueles que gostam de um desafio a mais, também é possível trocar o câmbio para manual, o que nunca é o meu caso.

No estilo

As corridas acontecem em cenários variados. Tem de quase tudo. Auto-estradas, desertos, cidades, estradas noturnas, pistas congeladas. Embora algumas fases parecem se repetir, dificilmente você se sentirá entediado, pois algumas mudanças no traçado e no plano de fundo cuidam em trazer certa novidade as corridas.

Para progredir em Top Gear, é necessário chegar entre as 10 melhores posições para se qualificar para a próxima. Não é uma tarefa muito complicada, principalmente pelas melhorias disponíveis para o seu carro. A cada corrida, você recebe uma quantia em dinheiro — que varia de posição para posição — que pode ser usada para comprar novos pneus, motor, nitro, cambio e peças para melhorar a lataria. Só a troca de cor que é de graça.

A cada nova modificação, você sentirá um aumento nítido no desempenho do seu carro. Mais força, velocidade, resistência. Por isso vale a pena se esforçar para chegar em posições mais dianteiras no inicio do jogo para, no final da jornada, ter um carro potente e conseguir vencer com mais facilidade. Comigo. por exemplo, quando cheguei na metade do jogo, já estava com todos os itens no máximo, o que deixou a rota final mais tranquila de ser vencida.

Outra coisa que facilita a vida do jogador durante as corridas são os itens que ficam jogados na pista. É possível pegar novas turbinas e dinheiro enquanto corre. Várias vezes aquela turbininha extra me ajudou a ultrapassar um maluco que teimava em me trancar nas curvas. Aliás, se você é esquentadinho, prepara-se, pois a IA gosta de ser chata nesse jogo.

Possante de qualidade

Além de divertido e agradável de jogar — os controles respondem bem e o game é facilmente jogável —, Top Gear 2 apresenta aspectos técnicos competentes para um título de corrida, o que torna ainda melhor a experiência de jogá-lo, como os seus visuais, que apresentam uma boa sensação de velocidade e profundidade, com bons gráficos no geral.

O efeito do carro rodando, por exemplo, é interessante, mostrando o veículo em detalhes que simulam um efeitos de três dimensões. Alguns trechos, contudo, destoam um pouco do restante, como os túneis, que não possuem a mesma fluidez dos sprites do restante da pista.

Cadê o som?

A trilha sonora, tão marcante no primeiro jogo, também é um ponto positivo nessa versão. Com algumas boas melodias, rapidamente você sairá cantarolando a música principal, tanto pela qualidade quando pela insistência em que ela se repete. Um ponto negativo, contudo, é que não é possível ouvir a trilha e os efeitos sonoros ao mesmo tempo. Você tem que optar por um ou outro no modo de opções.

https://www.youtube.com/watch?v=OQXYhWEymqI&t=481s

As limitações dessa versão, porém, não prejudicam tanto a jogatina. Quando joguei, corri a primeira metade do jogo ouvindo apenas a trilha. Já na segunda metade, escolhi deixar apenas o som dos motores enquanto ouvia a trilha sonora de Sonic 1 e 2, remasterizada, tocando ao fundo nas alturas. Só não vale ficar sem jogar.

Mega estilo

Mesmo com alguns cortes em relação a versão de Super Nintendo — nem o medidor de combustível está presente nessa versão —, Top Gear 2 para Mega Drive é uma excelente opção para quem gosta de uma boa corrida nos videogames. O game é veloz, cativante, desafiador e divertido, tornando as quase quatro horas do modo principal algo que você certamente recordará com carinho.

Esse é um jogo que o Véio recomenda!

Vídeo

Picture of Ítalo Chianca

Ítalo Chianca

Gamer que cresceu jogando com seus irmãos, lendo revistas sobre games e frequentando as antigas locadoras de videogame, hoje divide o seu tempo livre entre as jogatinas e os textos sobre games que costuma publicar no Jogo Véio e nos seus próprios livros (Videogame Locadora, Os videogames e eu, Papo de Locadora, Game Chronicles e Gamer).

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